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Se tinha uma coisa que deixava Gegori triste era o fato de que Hian não lembrava do sentimento deles dois. O namorado sempre fora o mais carinhoso e era quase que insuportável ficar naquela ausência dele. Hian estava vivo, bem e Gregori agradecia aos céus por isso. No entanto era como se o verdadeiro Hian não estivesse ali. Sua vontade era de abraçá-lo, de dizer o quanto ele era especial. Mas sabia que nada iria adiantar por que ele não se recordava de nada.

- Doutor, o senhor poderia me explicar melhor o quadro do Hian? - Gregori quis entender melhor. - Ele nunca mais vai lembrar da gente?

- Bom, nunca mais é uma frase muito forte. Hian é jovem, seu organismo produz células o tempo todo e as renova quando as velhas chegam ao fim. A região atingida do cérebro dele pode demorar um longo tempo pra trazer as memórias de volta. Os neurônios atingidos não podem se regenerar. Temos que torcer para que o corpo dele e em especial suas memórias se readaptem e ele consiga se lembrar.

- Entendi. Então de qualquer forma temos que aguardar e torcer para que ele se lembre.

- Correto. Eu recomendaria vocês estarem sempre perto dele, desse modo irão estimulá-lo a lembrar mais rápido.

- Pode deixar doutor - Susan disse compreendendo as explicações.

- Só tenham paciência. Estão lidando com uma mente atingida e o cérebro precisa de tempo para processar as informações e reorganizar tudo. Mas fiquem ao lado dele, ele precisará disso.

- Jamais o abandonaremos - Andry garantiu.

- Muito bem - o médico continuou. - Bom, ele vai ter alta em poucas horas. Os resultados dos exames são bons e ele demonstrou uma recuperação boa. Está pronto para ir para casa, se assim posso dizer.

- Que bom - Susan alegrou-se. - Pelo menos ele vai poder ficar em casa e vai que ele se lembra estando de volta .

- Sim, isso ajuda. Agora preciso ir atender uma outra chamada. Com licença.

- À vontade.

O trio observou o médico se distanciar. De certa forma era um alívio Hian poder ir para casa. Susan acreditava que ele poderia recobrar as memórias voltando a sua própria realidade e assim tudo voltaria ao normal.
Gregori estava sério. O que eles não sabiam era que por dentro, ele vivia numa tristeza só. Ele havia falado mais cedo que não desistiria. Que estaria ao lado dele mesmo que Hian não se lembrasse.

- Vamos ao quarto dele?

- Claro - Andry respondeu. - Estaremos ao lado dele.

- Gregori?

- Vamos sim.

- Eu sei que não é facil para você - Susan sentiu pelo amigo. - Mas temos que dar força a ele e o ajudar a lembrar de tudo. Para você não vai ser as mil maravilhas, mas terá que ter paciência.

- Eu sei. Prometo ter.

Os três seguiram até o quarto de Hian. Quando abriram a porta ele estava acordado e sentado na cama.

- Oi Hian - Andry o saudou.

- Oi pessoal.

- Como se sente?

- Eu me sinto bem. Ótimo na verdade.

- Você vai ter alta em pouco tempo.

- O médico me falou. Eu estou ansioso.

- Nós também - Susan disse. - Você se lembra de algo da sua casa?

- Hum... Tenho algumas lembranças. Nada muito claro mas sim. Tenho conhecimento de como é minha casa.

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