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Algumas horas depois, Andry foi embora. Hian insistiu para que ele ficasse pois provavelmente compraria algo para eles beberem. Ele ficou tentado mas teve que ir pois tinha algumas atividades da faculdade para fazer.
Hian se deu por satisfeito em relação aos dois rapazes terem ficado no mesmo abiente sem se estranharem. Aos poucos Andry ia se acostumando com o jeito de Gregori e assim sua visão errada sobre ele ia ficando para trás. Hian percebeu que eles conversaram normalmente sem piadinhas ou indiretas. Uffa, pensou ele. Pelo menos não ia ter que ficar entrando em meio de brigas ou discussões.
Andry ainda estava com um pé atrás pelo fato de Gregori ainda ficar lá mesmo ele mostrando onde morava. Realmente ele não era uma má pessoa como ele imaginara. Mas mesmo assim algo dizia a ele para ficar esperto.

Gregori estava sentado no chão da varanda. Dizia que os raios solares da tarde eram os melhores por que não queimavam tanto a pele quanto os da manhã. Hian fechou a porta assim que Andry saiu e observou Gregori de longe. Aque idiota era mesmo lindo.

- Vem, senta aqui - Gregori deu duas batidas com a mão em seu próprio lado. - Ou está com medo de que eu o ataque?

Hian ia perdendo o receio de estar na presença dele ou qualquer medo que fosse. Gregori não era nenhum monstro ou amolestador.
Nesse momento ele lembrou-se de que ainda não tinha conversado com ele sobre seu passado. Muitos julgariam uma bobagem o que ele queria fazer, mas ele precisava saber mais dele, afinal os dois já estavam se envolvendo.
Hian acomodou-se ao lado de Gregori depois de lhe entregar uma cerveja e abrir outra para si.

- Hmm... Amo essa cerveja - Gregori falou depois de um grande gole. Ele cruzou as pernas em formato de "X" e o seu joelho tocou o de Hian. Aquilo lhe proporcionou uma sensação incrível mesmo que uma parte mínima de seu corpo tocasse o dele.

- Que bom que eu acertei - Hian esboçou um sorriso.

- Parece que seu amigo já não me odeia tanto.

- É o que parece - Hian absorveu outro goleda bebida. - E isso para mim é ótimo. Que vocês continuem assim.

- Nunca tive nada contra ele, para ser sincero. E honestamente, acho que ele tem uma queda por você.

Hian engasgou-se. Tossiu algumas vezes e olhou desconfiado para Gregori.

- O Andry? Gostando de mim? Qual é, Gregori - ele revirou os olhos. - Ele é mais galinha do que pensa. No início eu achava que ele gostava de homens. Mas depois tive a certeza de que ele é Hetero mesmo.

- E como você sabe tanto do passado dele?

- Eu conheci a familia dele e tudo. Conheço ele ja tem um bom tempo e quando saio com ele, a mulherada dá em cima dele de monte. Não tem como ele gostar de homens. Ele diz que eu sou o único amigo gay que ele tem e que ele confia.

- Entendi - Gregori bebeu o restante do liquido da garrafa.

- Mas e você? - Hian aproveitou a brecha.

- O que tem eu?

- Quem é você? Eu não sei nada sobre você.

- , eu sou isso que você está vendo.

- Não se faz de bobo, Gregori.

- Não entendendo onde você quer chegar com essa conversa - Gregori sabia do que Hian estava falando, mas tentou mudar de assunto. - Está um clima gostoso, não é?

- Sim, está e nem tente mudar de assunto. Você me deve isso.

- O que eu te devo exatamente, Hian?

Gregori começou a ficar incomodado e Hian percebera. Ele não queria que Gregori ficasse irritado, mas achava que ele deveria conversar mais sobre si, afinal ele havia dito que queria se achegar mais a Hian. Mas como? Ocultando seu passado?
Hian desviou o olhar desapontado. Olhou o horizonte e procurou deixar de lado o assunto.

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