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Por Gregori

O celular despertou mais cedo que o normal.
Gregori havia combinado de encontrar Hian no intervalo, mas iria chegar antes para que tivesse mais um tempinho para nalisarem tudo.
Ele aproveitou boa parte do dia para pesquisar e reunir toda informação que achasse essencial para o trabalho deles. Particularmente, ele queria se empenhar para impressionar um pouco Hian. Achava que poderia ganhar mais pontos em sua vantagem.

As horas foram passando e suas anotações e observações quanto ao tema escolhido já se acumulavam em seu caderno. Ele aproveitou algumas apostilas e retirou delas aquilo que achava mais importante. Claro que ele não se encarregaria de tudo. Mas gostaria de ter um bom conteúdo para compartilhar com seu parceiro e assim tirarem uma nota boa.

Gregori escolheu uma roupa simples para sair e esperava que Hian gostasse. Depois de pronto, pegou a mochila, algumas anotações junto com as apostilas essenciais e foi ao encontro de seu (por enquanto) colega.
Entrou no carro e seguiu até a Universidade onde quase não achou lugar para estacionar.
Seu celular tocou e no visor ele viu o nome de Ming. Novamente ele ignorou e mesmo ela ligando e mandando mensagem, ele preferia não dar tanta atenção. Conhecia bem a ex namorada e tinha certeza de que ela queria aprontar alguma.

Gregori foi passando por entre os alunos e logo avistou Hian de longe. Nesse curto período de tempo em que caminhava até Hian, ele sentiu uma vontade imensa de sorrir, abraçá-lo e beijar sua boca, bem como os casais normais fazem. O problema é que eles mais trocavam farpas do que conversavam e não eram um casal...

... Ainda.

Hian não desejou um bom dia, boa tarde e nem boa noite, muito menos o recebeu com abraço ou um beijo. Já foi logo dizendo que eles iriam na biblioteca antes da aula começar. O bom era que Gregori havia se adiantado e com isso eles ganharam mais tempo para preparar o que precisavam. O que Gregori não esperava era ficar um pouco constrangido com a bibliotecária perguntando a Hian se ele era seu namorado. "Bem que eu queria" , pensou Gregori. Mas ele resolveu não demonstrar nenhuma reação.

Hian escolheu a primeira mesa. Gregori preferiu a que ficava mais ao fundo pois era mais silenciosa e eles poderiam raciocinar melhor. Hian relutou um pouco mas acabou cedendo.
Os dois se sentaram um de frente para o outro e Gregori deixou seu pé encostar no de Hian por baixo da mesa sem que ele percebesse.
Eles trocaram ideias em relação ao trabalho e Hian gostou de tudo o que Gregori havia reunido. Entregou suas próprias anotações a ele e escreveu o que achava mais importante das outras.
Gregori ficou focado por um instante em seu material. No entanto percebeu que Hian o olhava discretamente. Seu coração acelerou e ele teve vontade de retribuir o olhar. Tentou se segurar ao máximo mas as palavras se formaram em sua boca e sem tirar os olhos de suas anotações, falou:

- Se continuar me olhando assim, vou te beijar.

Foi nítida a timidez de Hian. Ele o chamou de maluco e disse que não estava olhando-o. Gregori continuou e disse que estava adorando ter alguém assim próximo o observando.

- Ficou calado. Então o que eu disse é verdade. A propósito, adorei ver suas coxas brilhando ao sol. Belas pernas.

Ele percebeu que Hian havia ficado envergonhado e perguntou se Gregori era algum tipo de tarado.

- Não. Mas não tinha como não olhar você ali naquela varanda exibindo o corpo. Qualquer um no meu lugar olharia, mas com uma diferença.

Ele estava adorando aquele jogo de conquista. Aos poucos ele ia ganhando um pouco mais da confiança de Hian e indiretamente sua meiguice.
Hian o perguntou que diferença era aquela e Gregori foi direto e claro:

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