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- Eu vou indo.

Joseph se levantou e fez menção de ir embora.

- Não pai, fica aí. Já está tarde e ficar dirigindo a essa hora não é bom.

- É verdade - Marley secava a louçã do jantar enquanto Hian lavava. - Nossa casa é distante, você vai levar a madrugada toda para chegar.

- Hum... Não sei - Joseph apesar de ter se desculpado com a família, sentía-se estranho. Era como se ele tivesse a impressão de que era um intruso. - Não quero incomodar ninguém.

- Não precisa se preocupar com isso, o senhor não é incômodo - Hian falou.

- É pai. Aqui tem espaço de sobra.

- Mas tem só um quarto.

- Eu posso dormir no apartamento do Hian.

Joseph olhou para os dois rapazes e arqueou as sobrancelhas.

- Mas... É... Ele não se incomoda?

- Quem? Eu? Que nada. Não é a primeira vez que Gregori dorme lá em casa.

Hian pensou nas tantas vezes que o namorado dormiu com ele e nas coisas que fizeram juntos ali. De fato, o sogro não sabia era de nada.

- Bom - Joseph ficou sem jeito - se não tiver nenhum problema, ok. Eu posso dormir aqui.

- Fechado - Gregori foi em direção ao quarto e quando voltou, trouxe algumas roupas na mão. - Essas daqui acho que servem no senhor, pelo menos para dormi. Nunca usei, são novas.

- Gregori, não precisa. Eu fico com estas.

- Não, de jeito nenhum. Tira essa roupa, vai lá, toma um banho e relaxa. Todo mundo precisa relaxar.

Joseph não respondeu. Aceitou a gentileza do filho com um aceno de cabeça.
Depois que tudo estava limpo, Hian e Gregori se prepararam para sair.

- Mãe, a senhora fecha a porta, ? Qualquer coisa liga, eu aqui ao lado.

- Pode deixar.

Todos desejaram boa noite e por mais que aquilo fosse novo para Joseph, ele ia experimentando uma sensação boa. Ele não pôde deixar de notar que Gregori sorria muito. Não era um sorriso simples qualquer. Mas eram vários e com aspecto de felicidade.
Joseph constatou então que havia sido, naquele tempo todo, um tolo. Um grande hipócrita por achar que ter um filho homossexual era motivo de vergonha. Muito pelo contrário. Gregori estava mais do que nunca, feliz, bem, comunicativo. Coisas que ele não via no filho há muito tempo. Marley então, nem se falava. A esposa convivia bem por demais com o genro. Joseph então resolveu se dar a chance de conhecer mais este "mundo" e viver em paz com todos. Seria um desafio, mas que ele faria de tudo para ter sua família unida e feliz novamente. Hian fazia bem a Gregori, a Marley. Ele então só podia desejar que essa mesma felicidade o inundasse.

- O que você achou?

Hian perguntou quando entraram no apartamento dele.

- Não sei - Gregori tirou a camisa e foi até o namorado, abraçando-se com ele. - Ele parecia estar sendo sincero. Meu pai sempre foi pacífico quando se trata de conversar assim. Mas sei lá, me senti estranho.

- Eu sei como que é essa sensação - Hian pôs a mão no peito do namorado e apoiou o braço em volta da nuca dele. - Só vamos pedir aos céus para que tudo continue bem e seu pai de fato aceite quem você é e nos aceite.

- Ele vai sim. No tempo dele mas vai.

Gregori olhou para Hian com Carinho. Como uma pessoa podia ser tão meiga dquele jeito?

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