Capítulo I - Uma casa (nada) feliz

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Yo, então... minha primeira fic, espero que gostem!
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⚠ GATILHO ⚠
-> Agressão física

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 Aquela situação havia se tornado algo comum dentro da residência Sabaku, tanto que as paredes dos quartos da mesma possuíam isolamento acústico — Que não houve qualquer questionamento nos dias que foram instalá-los, visto que o bairro ao lado era conhecido pelas festas badaladas — isolando os barulhos de fora e, principalmente, os de dentro.

Uma cabeleira ruiva se encontrava dentro de um guarda-roupas, esta que pertencia a um garotinho — extremamente pálido, pequeno e magro demais para sua idade— que se encolhia agarrado ao seu ursinho de pelúcia, presente que ganhou de sua mãe antes desta vir a falecer, em sua volta estavam suas roupas. Quando começou a sentir frio não se moveu ou sequer tentou pegar um casaco dos cabides acima de si, apenas se encolheu mais apertando o próprio corpo para que não tremesse. Tinha medo do que aconteceria se, por algum acaso, acabasse fazendo um mínimo ruído.

Tinha chegado em casa a quase uma hora atrás, ainda estava com o uniforme de sua escola, seu estômago começava a doer pela fome e não conseguia mais controlar seu corpo pequeno que oscilava pela temperatura que caia rápido conforme a noite chegava. Se lembrava do silêncio da residência quando chegou e se repreendeu por não ter passado na cozinha antes de subir as escadas por que quando passou pela porta do quarto da irmã escutou um choro baixo vindo de lá e, alguns passos a frente, o barulho estalado de uma correia e os gemidos de dor e choro do irmão vindo do quarto do mesmo. Ao escutar aqueles sons, que seriam capazes de dilacerar seu coração em segundos, foi rapidamente para seu próprio quarto, escondeu sua mochila — para o pai não notar que ele estava ali— e se escondeu dentro do armário abaixando sua cabeça.

[...]

Abriu os olhos lentamente ainda situando-se de onde estava. Mais uma vez dormiu dentro do móvel, saiu devagar pois seus músculos doíam por ter dormido em uma posição nada confortável e sentiu seu braço dormente, pelo peso de sua cabeça sobre o mesmo. Caminhou até o criado mudo, que se localizava ao lado de sua cama perfeitamente arrumada, e desligou o despertador que insistia em atrapalhar seu sono. Arregalou os olhos vendo que já eram quase seis da manhã, se seu pai acordasse e visse que ainda não foram para a escola ficaria furioso. Por esse motivo correu até o quarto da irmã, este que ficava mais próximo ao seu, abriu a porta com cuidado, entrando e a fechando de uma vez. Caminhou sem fazer barulho, parando ao lado da cama de Temari e a balançando devagar enquanto chamava por ela.

—Temari... Temari... irmã acorda, estamos atrasados — Temari acordou dando um pequeno pulo de susto em sua cama, porém se acalmou ao perceber que era apenas seu irmão mais novo.

—Bom dia, Gaara! — Disse se levantando e acariciando os cabelos vermelhos do mais novo —Estamos um pouco atrasados, mas ainda dá tempo de sairmos antes dele acordar. Pode chamar o Kankuro enquanto me arrumo e faço um café?

Gaara apenas concordou com a cabeça e saiu do quarto lembrando de fechar a porta— eram raras as vezes que qualquer porta ou janela ficava aberta na casa e, quando ficavam, não era por um longo tempo— e seguir para o quarto do irmão mais velho, que se encontrava do lado direito da escada. Repetiu o mesmo processo, abriu a porta e caminhou devagar; ainda com as luzes apagadas; e mexeu de leve no corpo adormecido o chamando baixo.

—Kankuro... Kankuro... Estamos atrasados!— Nada— Kankuro? acorda, Temari está nos esperando!— O mais velho continuou dormindo, o que deixou o pequeno apreensivo levando em conta que o moreno jamais se atrasava. "Por que ele não acorda?" Gaara se fazia esta pergunta mentalmente, a repetindo sem parar, o que o fez começar a se desesperar e seus olhos encheram d'água— Kankuro! acorda! —Falou agora com o tom de voz um pouco mais alto, mas ainda sem gritar— Acorda, acorda, acorda— Começou a balançar o corpo mais rápido e forte— Acorda, acorda... por favor — Não aguentou segurar mais e as lágrimas escorriam por suas bochechas —Por favor, Kankuro! Você não pode dormir pra sempre... ei... ei, ei, ei... por favor, não faz igual a mamãe!

Remédio - (Gaanaru - Narugaa)Onde histórias criam vida. Descubra agora