Capítulo XIV - "realmente dizendo isso?!"

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    Kushina e Minato estavam na esquina de sua rua, voltando para casa, quando notaram um certo moreno saindo de sua residência. A mulher se lembrava de que Naruto estaria estudando com Gaara e Deidara saíria com seus amigos. Olhou para o marido que deu de ombros e balançou a cabeça negativamente, indicando que não sabia do que se tratava.
    Ao abrir a porta de sua casa e notou o tapete do filho ainda no chão da sala, porém nenhum sinal dos meninos. Viu o filho descendo as escadas com o cabelo bagunçado, os lábios levementes vermelhos, roupa amassada e uma marca de mordida no pescoço. Pensou por um momento que poderia ser o ruivo, mas se lembrou do moreno que viu saindo de sua casa.
    — O Sasuke esteve aqui, filho?— Perguntou colocando sua bolsa sobre o sofá da sala.
    — A-ah, sim...
    — E onde o Gaara está?
    — Vou tomar um banho, amor— Deu um beijo na testa de Kushina e se dirigiu ao banheiro, porém parou e cochichou no ouvido do filho— Ela não tá num bom dia, não a irrite, filho.
    — E então?— levantou uma sobrancelha esperando pela resposta do mais novo.
    — Ele foi embora a— olhou no celular— uns quarenta minutos.
    — Mas são quatro horas ainda e ele nunca vai embora antes de terminar de te ajudar e de conversar comigo— se lembrou do ruivo chegando em si e falando tudo que fizeram, mostrando o desenvolvimento do filho e sorrindo ao dizer o quanto Naruto estava se saindo bem— Então, por que ele foi mais cedo?
    — É que eu...— olhou para os próprios pés, não queria encarar sua mãe— eu falei que queria jogar com o Sasuke e, então, ele foi embora dizendo que não podia fazer nada se eu não quisesse ajuda.
    — É O QUE, NARUTO?!
    — M-mãe, eu ia voltar. Só queria uma pausa.
    — Olha, meu filho— massageou o nariz— eu pedi ao Gaara p’ra te ajudar porque você corre risco de reprovar e ele tem muita paciência com você. Ele veio aqui em casa em pleno sábado para TE ajudar e você, ao invés de sentar e estudar com ele, preferiu ir jogar?!— Naruto segurava o antebraço envergonhado e apenas ouvia Kushina— Eu posso pedir p’ra ele vir aqui, posso pagar um professor particular p’ra você, posso fazer o que for preciso p’ra que consiga entender as matérias. Só não posso estudar por você, meu filho.
    Kushina se sentou no sofá e apontou para o outro, indicando para o filho se sentar também.
    — Me desculpa, mãe— começou— Isso não vai se repetir, prometo.
    Após um tempo em silêncio, falou:
    — O.k.— olhou para o filho e se lembrou— o que o Sasuke fazia aqui?
    — Ele veio com o Itachi e o Hidan e ficou— sua mãe o olhou com cara de “e o que mais?”— E… eu quis jogar com ele, então Gaara foi embora pouco depois que ele chegou.
    — Filho, não tenho nada com quem você beija ou deixa de beijar; mesmo preferindo que seja outra pessoa. Mas, agora, largar os estudos pra ficar de namorinho? É sério?!
    — hum, desculpa— a fala da mulher passou novamente por sua mente— Espera, que pessoa?!
    — Uma pessoa aí que gosta de você, mas só o lerdo do meu filho mais novo não notou ainda— riu ao ver a expressão que o filho fez ao não dizer para ele— Ah, e a propósito— falou enquanto subia as escadas— está de castigo.
    — O que?!— se virou rápido para a mulher que o olhava brava.
Kushina apenas sorriu para ele e terminou de subir as escadas.

    [...]
   
    — O que você quer, inferno?!— Falou já irritado pela insistência do outro em o chamar.
— Olha aqui.
Kankuro se virou extremamente irritado, queria apenas terminar seu desenho em paz, porém o outro não parava de o chamar. Ao virar o rosto, o menor apenas lhe mandou um beijo e deu uma piscadela.
— É SÉRIO QUE VOCÊ ‘TAVA’ ME PERTURBANDO PRA ESSA MERDA, INUZUKA?!
— Poxa— Fez um biquinho com os lábios— Por que tá se fazendo de difícil hoje, gatinho?— Apertou a bochecha do mesmo com o indicador.
— Não tô me fazendo de difícil— Moveu a cabeça para o lado para que Kiba deixasse de tocar em seu rosto.
— Tá sim!— Cruzou as pernas em cima do banco, apoiou o cotovelo esquerdo na perna e o rosto em sua própria mão— Tá assim desde cedo.
— Não, é nada!
Kiba olhava para Kankuro, que ainda fazia os traços sobre o papel com uma expressão brava, e repassava o dia em sua mente para tentar entender o porquê do comportamento do mesmo. Não se lembrava de ter feito algo diferente ou que causasse tamanha irritação nele.
Olhou em volta da praça, o dia estava bonito e o clima agradável. Seria um ótimo dia se Kankuro não estivesse com cara de quem o mataria por qualquer mínima coisa.
— Ei— Falou depois de um tempo— Deixa eu ver seu desenho?
— Não.
    Ficou em silêncio por um tempo.
    — Não vai mesmo me falar o que foi?
    — Eu já falei. Não é nada.
— Porra, Kankuro! Fala logo o que aconteceu de uma vez!— Começara a se irritar— Eu tenho ‘duas bola’, mas nenhuma é de cristal, cacete!
O maior o olhou por um tempo e não disse uma palavra. Suspirou pesado e sacudiu a cabeça para afastar o que rondava por sua mente.
— Vou embora— Se levantou e começou a caminhar.
— Espera!— Segurou o pulso de Kankuro que olhou para o local de contato— Eu não queria gritar, eu só… quero entender por que ta assim. Achei que a gente já tinha passado da fase de você ficar full pistola por nada.
— Não é por nada— O olhou nos olhos, porém logo desviou o olhar— Eu só… Ah é vergonhoso dizer isso— Se virou novamente para a frente a fim de ir embora, mas Kiba o virou e o segurou pelos ombros.
— Olha pra mim, por favor— Abriu os olhos e encarou Kiba— Seja lá o que for, não pode ser mais vergonhoso que chorar quando seu cachorro vai tomar vacina, pode?
Kankuro riu com a lembrança do dia que encontrou Kiba chorando por que tinham furado “seu bebê”. No dia o maior o lembro de que era para o próprio bem de Akamaru, mas, ainda assim, o Inuzuka deixava as lágrimas escaparem.
“Ele não gosta de agulhas” foi o que lhe disse para justificar o choro.
— É, pode não ser— falou ao parar de rir— Mas continua sendo vergonhoso admitir isso— Olhou para o lado— Ainda mais desse jeito— apontou para si e depois para Kiba.
— Ah, certo— o soltou e o puxou novamente para o banco.
Passaram bastante tempo em silêncio. Inuzuka olhava para Kankuro que olhava para os próprios pés. Um suspiro pesado seguido de um abaixar de ombros.
— É que… Hun— pensava em como explicar sem dizer diretamente o que era— Você é bem próximo do Shino, né?
Haviam encontrado com o garoto, que estava sempre com um óculos escuros, enquanto se encaminhavam para a praça para Kankuro poder treinar novamente seus traços de desenho— Kiba conseguiu o convencer a deixar-lo ir acompanhá-lo e a tomarem um sorvete depois. Shino estava acompanhado de Hinata e ambos conversaram animadamente com o Inuzuka ao se encontrarem, deixando Kankuro com certo ciúme pois o mesmo sabia que, mesmo nunca tendo nada, o menor já se sentiu atraído pela garota e teve um caso com o garoto.
— Sim, somos amigos desde crianças. Por que?
O maior o olhou com uma expressão que dizia: “É sério que você não entendeu?”
— Desisto de ti, ‘cê’ é muito devagar.
Se levantou e deu apenas um pequeno passo antes de sentir Kiba o puxando devagar pelo pulso. Se sentou ainda mais próximo que antes e, por se sentar rápido demais, uma de suas pernas ficou por sobre as do Inuzuka. O moreno com marcas vermelhas no rosto segurou sua perna, próximo ao joelho.
— Vai me prender aqui agora?— começara a se irritar novamente, porém, desta vez, com um pouco de vergonha.
— Só até me explicar direito— se inclinou sobre a perna do outro— como você disse eu sou devagar. Então me explique com calma,por favor, my puppy.
— Para de me chamar assim— suas bochechas ficaram ainda mais vermelhas— é que eu… a-ah— tentou puxar a perna, contudo Kiba não o soltou— Me solta!
— Me fala e eu solto.
— Você é irritante, sabia?!
— Sim, continue.
— Arg— tentou novamente, sem sucesso, tirar sua perna— Ok, ok, eu falo— Inuzuka sorriu satisfeito por conseguir o que queria e Kankuro suspirou— Eu sei que você e ele meio que tiveram um caso— virou o rosto— e eu… fiquei com ciúme— falou tão baixo que Kiba não o escutou.
— Oi?! Não escutei.
— Fiquei com ciúme de você— falou entredentes ainda baixo.
— Como?!— aproximou o rosto do de Kankuro.
— EU FIQUEI COM CIÚMES, TÁ LEGAL?!— virou o rosto rapidamente para o menor e desviou logo em seguida— Eu sei que só estamos ficando e, por isso, não temos nada sério. Mas ainda assim fiquei…
— Ei— pegou o queixo de Kankuro e virou o rosto corado do outro para si— não precisa ter ciúmes.
— Ah, por favor!— falou com ironia e revirou os olhos— você é um tremendo de um cachorro safado, já ficou com mais gente do que sou capaz de contar.
— Nossa— pareceu chocado— é essa visão que tem de mim?
— Qualquer pessoa que passe mais de dez minutos com você tem essa visão de ti.
— Mas eu faço isso quando estou solteiro— se justificou.
— E o que você é, Inuzuka?!— cruzou os braços.
— Hun, mas estou com você. Não estou?
— Nós só estamos ficando.
— Por que você não quer namorar comigo.
— E que garantia eu teria de que você realmente vai me levar a sério ou não vai sentir falta de ficar sempre com alguém diferente?
— É sério, Kankuro? Você tá realmente dizendo isso?— o olhou com um misto de raiva e tristeza— já parou pra pensar que, se eu não fiquei com ninguém desde que comecei a ter esse rolo com você, é porque eu não quero e, muito menos, sinto falta?! Já pensou que, mesmo eu sendo um tremendo 'galinha', eu sempre fui honesto, claro e direto com você. Que talvez, só talvez, o motivo de eu não ter ficado com ninguém desde que começamos a sair é por eu estar realmente interessado em ter algo sério com você?
— E-eu não queri-
— Não precisa se explicar. Não precisa mentir pra eu me sentir melhor comigo mesmo. Sei que falou a verdade quando disse aquelas coisas sobre mim. Só não imaginei que fosse doer tanto ouvir você dizendo isso em voz alta...— tirou a perna de Kankuro de cima das suas e se levantou— desculpa por fazer você desperdiçar seu tempo hoje comigo, alguém com quem você não pode ter nada sólido por eu ser uma pessoa que não sabe se controlar, né?!— forçou uma risada fraca— e desculpa também por ser irritante e gastar seu tempo com idiotices… Tchau, Kankuro.
Se foi.
Kankuro esticou a mão e tentou o segurar, mas foi tarde. Seus olhos arderam pelas lágrimas que segurava e seu coração apertou-se em seu peito.
Não queria acreditar que magoou ele. Se recusava a crer que a pessoa que amava foi embora por culpa de coisas que disse por pura insegurança.
Seu corpo não se movia, ficou sentado naquele banco por um bom tempo. Olhava para o nada com a cena de Kiba indo embora se repetindo em loop com suas palavras ressoando em seus ouvidos.
Uma. Duas. Três lágrimas conseguiram escapar, mas estava atônito demais para notá-las escorrendo por suas bochechas.

[...]

Ao terminar de regar suas plantas, Gaara foi à cozinha e preparou um café. Colocou um pouco em duas xícaras, uma para si e outra para sua avó, cortou quatro fatias de bolo simples e levou tudo em uma bandeja para a sala.
Sentou-se ao lado de Chiyo,  deixou a bandeja sobre seu colo e entregou a ela seu café. Ligaram a televisão na novela e começaram a assistir.
— Por que ela tá tão surpresa? Era óbvio que isso ia acontecer.
— Não é, menino? Mulher tonta.
A porta foi aberta e Temari e Sasori entraram com uma aura negra em torno deles. Os dois que estavam no sofá apenas ignoraram a presença dos dois e focaram na novela.
— DETESTO sábados letivos.
— concordo com você, prima. O dia que eu podia ficar descansando ou com meu surtado tenho que estar na faculdade fazendo provas. Que saco!
— Tsc. Desnecessário essa palhaçada. Nem vou descansar o suficiente pra segunda.
— Sim. Vou estar só o pó na segunda.
Tiraram os sapatos e entraram. Brigaram para ver quem tomaria banho primeiro, Temari conseguiu convencer o primo a deixá-la ir primeiro apenas com uma ameaça de soca-lo na cara. Após ambos estarem de banho tomado, a loira se juntou aos dois que estavam na sala e Sasori desabou em sua cama e dormindo em seguida.

A porta se abriu novamente, desta vez devagar, e revelou uma figura morena com a maquiagem borrada e o olhar distante. Se levantaram imediatamente e perguntaram ao garoto o que havia acontecido, porém:
— Desculpa, não quero falar agora. Só vou tomar banho e vou p'ro quarto— e assim o fez.

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Aha! Bati meu recorde. UnU)/✨
Eu estou REALMENTE animada pra escrever isso.

Era pra ser um capítulo fofo, é sério.

Quem é essa pessoa ein, Naruto?!
Não achei que fosse ficar tão bravos com o Sasuke... Parece que me enganei.

Ainda vai surgir mais gente do bueiro (só pra avisar).

Estava pensando com meus botões e tem três possíveis finais. Tavel eu faça só um, talvez mais. Sei lá.

Bom, próximo capítulo sai dentro de cinco dias, se nada der errado.

Obrigada por ler!

🌈🍉✨

Remédio - (Gaanaru - Narugaa)Onde histórias criam vida. Descubra agora