Capítulo XXI - Ameaça

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Demorei? Demorei. Mas é como diz aquele ditado: quem tá vivo não tá morto.

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[13h21min]

    Naruto andava de um lado para o outro na recepção.

    — Por que não posso entrar?

— Porque tem que esperar o horário de visitas começar, filho— falou Kushina já agoniada pelo filho.

— Naruto, sente-se aqui e espere ou vai acabar abrindo um buraco no chão— Minato chamou.

— Não consigo esperar! Quero ver ele agora!

Kushina levou a mão direita à testa e suspirou, Deidara rolou os olhos, Sasori fez um leve carinho nas costas da avó que sorriu para o Uzumaki impaciente. Matsuri estava tão inquieta quanto o loiro, porém estava parada em pé próximo a parede, batendo o pé repetidamente no chão.
Minato olhou as horas no seu celular e se levantou.

— Tenho que voltar para a delegacia— falou baixo para a esposa.

Segurou o rosto da ruiva entre suas mãos com delicadeza e lhe deu um beijo em sua testa. Se despediu dos filhos com um “toca aqui” e dos outros com um aceno.

Depois de minutos que, ao ver de Naruto, passaram-se da forma mais vagarosa possível; Kankuro apareceu junto de uma enfermeira e ela disse que poderiam entrar. O Uzumaki praticamente correu para o quarto onde o ruivo se encontrava. Matsuri olhou para os que estavam sentados implorando silenciosamente para que a deixassem ir também, Chiyo deu um pequeno sorriso e acenou positivamente para a garota que saiu às pressas para ver o amigo.

Gaara estava sentado, com as costas levemente inclinadas, conversando com sua irmã que contava para o mesmo sobre o livro que estava lendo. O ruivo já estava a par dos acontecimentos do mês em que havia estado desacordado devido ao fato de ter acordado por volta das três e quarenta da madrugada.

Uma pessoa entra, no quarto individual onde estavam, correndo e praticamente pulando sobre o ruivo. O abraçava forte enquanto repetia seu nome e dizia coisas como “estou feliz que acordou” e “estava com saudade” e Gaara demorou alguns instantes para se dar conta de quem eram os fios dourados. Retribuiu o abraço e acariciou os fios loiros de Naruto enquanto o mesmo apertava sua cintura e afundava o rosto na curva do pescoço do de orbes verdes.

Ao ver Matsuri entrando no local, Temari avisou a mesma que precisava falar com sua avó, pediu para avisar o irmão, pediu licença e saiu. Ao abrir os olhos viu a morena sorrindo para si.

— Matsuri— falou sorrindo e sentiu o loiro lhe apertar e ficar quieto.

— Gaara— falou docemente e se aproximou.

Abraçou forte o pescoço do ruivo assim que Naruto se afastou. O loiro passou para o outro lado da maca e, assim que Gaara e Matsuri se separaram, pediu para que o ruivo se aproximasse mais da beirada onde estava e deitou a cabeça sobre o colo do mesmo enquanto abraçava sua cintura e recebia carinho nos cabelos.
Gaara e Matsuri conversavam sobre o que acontecera e coisas cotidianas e corriqueiras. Ao notar que o Uzumaki estava estranhamente quieto, o ruivo o olhou.

— Naruto— levantou a cabeça e o olhou— como você se saiu nas provas?

— Você acordou agora e já tá perguntando sobre escola?

— Você foi mal, não foi?

— O que?! Não! eu nem falei, nada— fez um pequeno bico com os lábios, o que fez a morena rir de sua reação.

— Naruto, eu te conheço— falou sério— só pelo jeito que agiu sei que não foi bem.

— Gaara… você é estranho.

— Por que?

— Quem acaba de acordar de um coma e pergunta sobre provas, Gaara?— Matsuri falou e riu quando recebeu um olhar emburrado do ruivo.



[Uma semana depois]

Gaara foi liberado e passou alguns dias em casa.

No fim de semana passou um tempo encarando seu reflexo para ver a cicatriz que havia ficado. Decidiu que a esconderia então pediu ao irmão uma de suas maquiagens, escolheu a vermelha e fez um kanji sobre a mesma.

Amor, essa palavra sempre lhe trouxe alguns questionamentos e um certo sentimento de culpa.

Ao voltar para a escola deveria fazer todas as provas que perdeu e colocar toda a matéria do mês em dia; nada complicado, apenas cansativo. Estava sentado em sua mesa olhando para o caderno que Matsuri o emprestou para ver as matérias.

Como Naruto havia ido ao banheiro e as meninas tinham ido comer, estava sozinho na sala durante o intervalo.

— Olha só quem voltou— reconheceu de imediato aquela voz que tanto odiava.

— O que quer Iori?— ergueu o olhar para olhar o garoto de cabelos azulados.

— Só vim ver se era verdade o boato de que a bichinha tinha voltado— Gaara rolou os olhos impaciente— A propósito, esse ‘treco’ na sua testa tá ridículo.

— É mesmo?! Pena que não perguntei o que você achou.

— Ora, ora, tá bem corajoso pra um merdinha.

— Não estou corajoso, Iori. Estou ficando sem paciência para lidar com gente desocupada que acha que tem o direito de diminuir e humilhar os outros para se sentir melhor consigo mesmo e você é exatamente assim.— se levantou— Vou avisar apenas uma única vez, se quer tanto a atenção dos seus pais aconselho algo diferente do que idas a diretoria e suspensões. Ou você gosta que seus pais digam o quão imprestável e perca de tempo você é?! Escuta aqui, seu verme miserável, estou ficando de saco cheio de você e tudo que você faz— segurou o colarinho do azulado e puxou aproximando seus rostos— acho melhor que você não ouse testar minha paciência, não vai gostar de ver o que sou capaz de fazer— falou com o rosto em um ângulo que fazia o brilho de seus olhos não aparecerem e, junto com o tem de voz usado, o fez parecer mais assustador. Empurrou o outro que arrumou a gola do uniforme.

— Como se um fracote como você fosse capaz de alguma coisa.

O ruivo deu uma risada que, de certo modo, soou sombria.

— Iori, Iori, ainda não entendeu sua posição?!— circulou a mesa e se aproximou— eu cansei de fingir que não sou capaz de me defender, eu cansei… de você— sorriu pequeno e, em um movimento rápido, colocou o azulado contra a parede— se ACHA que não posso fazer nada vá em frente, ultrapasse ainda mais meu limite e veremos quem é o fracote.

Gaara se afastou e quando Iori iria falar outra pessoa entrou no local.

— Ei! O que tá fazendo aqui?!— se virou para o menor— ele tá te incomodando, Gaara?

— Não, Naruto. Estávamos apenas conversando— o loiro olhou desconfiado para o garoto que ainda estava encostado na parede.

O sinal tocou indicando o término do intervalo.

[Na saída]

— Naruto, posso passar a noite na sua casa no sábado?

— Você ainda pergunta?! Claro que pode, dattebayo!

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Curto? Sim, mas compenso no próximo.

'Cês ficariam bravos se aparecessem gente do bueiro agora????

Enfim, próximo sai assim que possível.

Obrigado por ler!
🌈🍉✨

Remédio - (Gaanaru - Narugaa)Onde histórias criam vida. Descubra agora