Capítulo XXXII - Confuso

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[Dia seguinte; 6h40min]

Olhava o amigo parado, em frente ao guarda-roupa, com o tronco desnudo enquanto escolhia uma blusa para vestir.

— Gaa, podemos faltar à aula hoje?

— Não tem nada marcado p'ra hoje, então podemos— fechou o móvel e se sentou ao lado dela, ainda sem vestir a blusa.

Em silêncio apoiou a cabeça no ombro do ruivo.

— Estou cansada— suspirou.

— Quer conversar sobre isso agora ou quer tomar um banho e comer algo antes?

— huun— colocou a mão no queixo— quero um pedaço do bolo que sua vó fez antes.

Concordou.

— Pode pegar uma das minhas roupas.

— Me da alguma fresca, por favor.

Voltou ao móvel e pegou uma bermuda e uma camiseta para ela, além de uma blusa para si. 

— Tem toalha no armário do banheiro.



Apareceu na cozinha com as roupas do garoto, o cabelo preso em um rabo de cavalo e com o rosto menos marcado e inchado por chorar. Gaara e Chiyo estavam tomando café juntos, já que os outros dois tinham saído para a escola e faculdade.

Juntou-se a eles e a senhora colocou uma xícara de café para si e sorriu gentil.

— Gaara me contou que dormiu aqui, desculpa não ter atendido vocês, eu já estava dormindo.

— Tudo bem, não queria incomodar e desculpa não ter te avisado.

— Não tem que se desculpar, eu adoro receber visitas, florzinha. Pode vir sempre que quiser.

— Obrigada! Aliás, posso pegar um pedaço de bolo?

— Claro! Aqui— colocou a travessa com os pedaços perto da garota.

Enquanto comiam e ouviam Chiyo falar sobre o que faria no dia e da sua última derrota no truco, Matsuri conseguiu se distrair um pouco.

 — Mas então, florzinha, porque veio p'ra cá tão tarde da noite?

— A-ah, isso é...— sentiu a mão de Gaara segurando na sua por baixo da mesa de maneira reconfortante.

— Se não quiser, não precisa contar, mas você pode confiar nela. 

Concordou e se virou para a senhora.

— Ontem eu contei p’ra minha mãe que sou lésbica e ela...— respirou fundo e olhou para a xícara de café à sua frente— me bateu e falou coisas horríveis p'ra mim. Que sou doente, que vou p'ro inferno por isso— começou a chorar— também falou que não seria mãe de alguém como eu e que não deveria voltar p'ra casa até que eu deixe esse "demônio"— fez aspas com os dedos— e voltasse para deus— suspirou e tentou limpar as lágrimas que caiam— Não esperava que ela fosse aceitar, mas, ainda assim, doeu. Doeu muito.

— Oh, vem aqui, florzinha— a abraçou e fez carinho em seus cabelos— Vamos te ajudar a passar por isso e vai ficar tudo bem— segurou o rosto dela em suas mãos— vamos limpar essas lágrimas, uma menina tão bonita deve se orgulhar de quem é e não ficar triste por isso— a abraçou mais forte.

— Obrigada!— sorriu pequeno.

— Tem algum lugar p'ra ficar?

— Se não tiver pode ficar aqui, florzinha. Temos um quarto sobrando.

Pensou por um tempo.

— Tem a casa do meu pai, ficava na entrada da cidade, mas não sei se ainda é lá, já que minha mãe não deixava eu ir visitar ele e não tenho o numero do celular dele.

Remédio - (Gaanaru - Narugaa)Onde histórias criam vida. Descubra agora