Remédio - (Gaanaru - Narugaa)

Capítulo XXIII - "Não vai. fica."

Kankuro fez o caminho de casa pensando no que foi dito para ele e sequer notou quando chegou em sua residência. Apenas saiu de seu transe ao sentir um toque entre suas sobrancelhas, o fazendo relaxar o rosto e piscar várias vezes seguidas.

— Vai ficar com marcas se ficar franzindo o rosto desse jeito.

— Deidara?!— o olhou surpreso— O que tá fazendo aqui?

— Danna me pediu para ajudar a levar umas coisas p’ro apartamento dele.

— Então eu, finalmente, vou ter um quarto maior?

— Não vai, não— entrou na sala com uma caixa em mãos e a colocou sobre o sofá— Eu vou me mudar, mas o quarto ainda é meu.

— Que? Nem a pau, Sasori. Você vai mudar e eu vou ficar com o quarto— tirou a mochila e colocou no chão ao lado da porta— eu to com o menor quarto.

— Só porque decidiu que não queria dividir quando viemos para cá— falou Gaara tirando os olhos do livro que lia.

— Gaara? Desde quando ‘cê tá aqui?!

O ruivo menor abriu um pouco mais os olhos, franziu o cenho e levantou levemente o lado direito do lábio superior como se dissesse “que tipo de pergunta é essa? eu MORO aqui”.

— Desde que cheguei da escola..!? Eu passei por você e pedi p’ra não demorar muito p’ra chegar em casa porque preciso da sua ajuda.

— Pediu..??

Gaara revirou os olhos e foi ajudar o primo a embalar as últimas coisas do quarto. Deidara o olhou estranhando.

— O que aconteceu p’ra você estar avoado desse jeito?

— Sabe “AQUELE” assunto?

— Aquele assunto?!— perguntou fazendo o desenho de um triângulo de cabeça para baixo em cada bochecha com os indicadores.

— Esse mesmo— segurou os ombros do loiro e olhou em direção ao corredor para conferir se os ruivos não estavam vindo— Ele falou p’ra eu parar de enrolar ele e dar logo uma resposta.

— Honestamente, ele ainda esperou demais. Tu é muito devagar, criatura— cruzou os braços e jogou o cabelo para trás com um pequeno movimento.

— Eu sei, mas é que… Você lembra o que aconteceu da última vez.

— Sim, eu sei que ele foi um cuzão, mas eu também sei que você não pode deixar de estar com pessoas que você ama e que te amam de volta por uma decepção— colocou as mãos no ombro do moreno— Você merece alguém que te ame, respeite e seja seu amigo e, sabe, eu acredito que o Inuzuka seja esse alguém.

Se abraçaram e ao se soltarem o loiro continuou.

— E ó, se ele te machucar saiba que não vou deixar barato e vou partir pra violência; ele vai virar uma das minhas artes.

— Às vezes você me dá medo— falou entre risos— Obrigado, biribinha.

— De nada, filhote de cruz credo.

Continuaram a conversar até os outros dois aparecerem na sala e Deidara e Sasori se despedirem e saírem, cada um com uma caixa em mãos. 

Gaara olhou fixamente para Kankuro na esperança de que ele adivinhasse o que queria perguntar, sem ter que perguntar, porém o moreno não queria responder a pergunta que já havia imaginado estar na mente do mais novo.

— Fala— disse ao não ter resposta para sua pergunta não feita.

— Falar o que?

— Por que tá assim?