Capítulo XIX - Conversas

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Er... esse capítulo tem um "bônus", mas vocês podem, simplesmente, ignora-lo caso não gostem.

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[Segunda-feira; 22h57min]

Desde o momento em que recebeu autorização para ver seu irmão mais novo, esta era a primeira vez que Kankuro deixava a sala; não por vontade própria e sim por Temari ter dito que ele deveria sair, comer e beber algo para não acabar desmaiando. Se perguntava mentalmente se ainda teria algum estabelecimento por perto que ainda estivesse aberto e servisse algo dentro dos padrões sanitários. Com um copo descartável, que pegou em um recipiente grudado na parede, foi ao bebedouro e o encheu. Se sentou novamente, olhou para a água cristalina que não se mantinha estática pelo fato de que seu corpo tremia, devido a grande quantidade de tempo que ficara sem consumir algo sólido.

Olhava para o líquido trêmulo e, por mais que não quisesse, não conseguia parar de pensar que seu irmão poderia não voltar a acordar e, para piorar, não poderia voltar para quarto até que o horário de visita do dia seguinte já que apenas uma pessoa poderia ficar como acompanhante. Não sentia vontade de comer então decidiu que apenas ficaria sentado na recepção até o dia seguinte quando iria a uma padaria e compraria um misto quente e um café forte.

Colocou o copo no chão, ao lado do pé da cadeira onde se encontrava, curvou o corpo, apoiou os cotovelos sobre as pernas e apoiou a cabeça sobre as mãos. Em menos de vinte e quatro horas já estava esgotado, sentia uma imensa vontade de desabar ali. Tudo que queria era chorar até encolher, mas se manteve "firme".

Passado algum tempo sentiu algo tocando em seu ombro, todos já haviam ido para suas casas e Sasori precisou levar e cuidar de sua avó pois a mesma sentiu um mal-estar após ver o neto desacordado. Levantou o olhar devagar e viu que o que tocava em si era uma sacola de papel segurada por Kiba.

— Por que você 'tá aqui?— usou um tom de voz baixo ao fazer a pergunta.

— Eu vi os paramédicos trazendo o Mini Mini 'pra cá— se sentou na cadeira ao lado do maior— E também... você saiu antes de almoçar e aposto que 'tá até agora sem comer nada. Pega!

Entrou a sacola de papel que tinha em mãos para o outro que pegou em silêncio, colocou sobre o colo e se recostou no encosto da cadeira.

— Obrigado... E desculpa por incomodar...— retirou um pote retangular de cor azul clara e o abriu— uma marmita? Você quem fez?

— Sim! Na verdade, tive ajuda da minha mãe— Kankuro o agradeceu mais uma vez e voltou a olhar para o conteúdo ainda quente— Anda, 'cê tem que comer.

Suspirou e, mesmo contra sua vontade, começou a degustar do alimento que recebeu, quieto. Estava delicioso e sua fome fazia com que a comida tivesse um gosto ainda melhor, quando havia comido quase metade do conteúdo ouviu:

— E como o Mini mini está?

— Você e esse apelidos.— respondeu após engolir e olhou para o menor— Mas ele 'tá em coma e não sabemos quando ele vai acordar— desta vez seus olhos se encheram rapidamente com suas lágrimas acumuladas.— E-eu só não quero passar por isso de novo... minha mãe também ficou internada antes de... de morrer... e se ele não acordar mais?!

Assim que as lágrimas escorreram e molharam as bochechas dele, o Inuzuka pegou a comida, a tampou, a colocou na sacola e deixou de lado antes de puxar Kankuro para um abraço apertado. O aperto dos braços de Kiba, o calor de seu corpo e a maneira como passava os dedos por entre seus fios de cabelo para o acalmar eram incrivelmente confortáveis, seguros. Se permitiu desabar por um breve momento antes de se afastar um pouco, sem tirar os braços da cintura do Inuzuka, e o olhou.

Remédio - (Gaanaru - Narugaa)Onde histórias criam vida. Descubra agora