Capítulo XXXI - Tico e Teco

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A alguns dias tinha aberto a caixa e agora relia e revia tudo que estava dentro. O anel estava em seu dedo anelar, enquanto procurava uma correntinha em uma caixa de jóias e bijuterias da irmã.

Achou e colocou o anel, ficou como um pingente. Prendeu ao pescoço e admirou a jóia outra vez antes de colocar por dentro da camisa.

— Dar a alguém que eu realmente ame, é?

Tocou os lábios com as pontas dos dedos e seus batimentos cardíacos aceleraram com a memória. Um sinal ruim, muito ruim. Já tinha aceitado e se conformado de que não o teria como algo mais que um amigo, mas agora uma esperança insistia em surgir em seu coração.

Deveria apenas agir como se não fosse nada demais e fazer de tudo para não se repetir.

Saiu de seus devaneios e retirou a carta da caixa.

"Caso queira saber mais [...] Podemos nos encontrar[...]"

— Eu deveria?— perguntou, mas só de imaginar estar cara a cara com Rasa tremeu de medo— Não… talvez não seja uma boa ideia… mas ele falou que não faria nada— pensou enquanto encarava um ponto qualquer— não sei se deveria, se quero ou… se consigo.

Colocou tudo de volta na caixa e a guardou na sua gaveta de meias. Suspirou voltando à cama, onde deitou e usou um braço para cobrir os olhos.

— Não quero pensar sobre isso, não agora.

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[Um mês depois; 02 de outubro]

Por volta das 14 horas, recebeu uma mensagem de Matsuri pedindo para se encontrarem em frente à sorveteria onde iam com frequência, aceitou mesmo não gostando tanto de doces.

Avisou a avó que sairia e caminhou devagar até o local marcado.

Ao avistar o ruivo a garota ergueu a mão e acenou para que ele a visse, não que fosse necessário visto que o local estava pouco movimentado, mas era como agia. Acelerou o passo e a cumprimentou.

— Gaa!— o abraçou— faz tempo que não saímos juntos. Me abandonou— fez drama.

— Desculpa, aconteceram algumas coisas e estava "consertando" elas e não, não te abandonei.

— Sem problemas, estava fazendo drama— o olhou sério— Fez aquilo de novo, não fez?— segurou as mãos dele.

Gaara não respondeu, apenas olhou para o chão e a garota entendeu imediatamente. Suspirou e o abraçou.

— Já te falei que sempre que precisar pode vir falar comigo e nem pense em dizer que não quer incomodar. Você nunca vai me incomodar, entendeu?— Soltou do abraço e o olhou que apenas concordou com a cabeça— Você é muito importante p’ra mim, mesmo que o Naruto seja seu preferido— cruzou os braços e fez bico.

— M-mas eu nã-

Matsuri riu.

— Eu entendo, ele foi o primeiro amigo que você fez, faz sentido. Além de você também gostar dele.

— O-O QUE?! 

— Não se faça de desentendido, até porque tá óbvio que sente algo por ele.

— Tá tão na cara assim?

— Sim! Me admira ele não ter notado, se bem que ele sempre foi meio devagar.

— É… ou ele só está fingindo não ter notado.

— Sério?!— riu— você sabe muito bem que ele é um péssimo mentiroso e tem uma coisa que você não notou porque é péssimo em notar alguns sentimentos das outras pessoas.

Remédio - (Gaanaru - Narugaa)Onde histórias criam vida. Descubra agora