• el verdadero amor nunca muere

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• point of view
Sergio Ramos

Tália se encontrava estática na minha frente, ela ao menos piscava, sua boca entreaberta revelava o choque que ela estava sentindo ao ouvir minhas palavras. E eu não estava diferente dela, a mulher da minha vida, estava grávida de um filho meu, e eu estava estragando tudo com essa péssima notícia que eu acabei de dar. Meu coração parecia que iria saltar pela boca a quaisquer instante, abri a boca várias vezes e nada saía de dentro dela, apenas balbuciava.

Estava sem reação, e perdido. Um misto de felicidade me invadia, por saber que Tália Sánchez estava grávida de mim. Teríamos um filho juntos.

Até que, me encontrei em completo desespero quando vi suas íris azuladas se encherem de lágrimas e ela se levantar de maneira repentina. Eu fiz o mesmo, enquanto me aproximei da mesma, que permaneceu estática e com um olhar perdido.

— Eu estou tão feliz por nós dois, meu amor – digo, a abraçando — Independente da situação atual, não há nada que me faça mais feliz em saber que você está esperando um filho meu, meu amor – murmuro, distribuindo respectivos beijos no seu ombro.

Em um movimento lento, Tália se desvencilhou dos meus braços e me olhou.

— Não... – ela murmura, balançando a cabeça negativamente —, não! Tá tudo errado, Sergio – sua voz estava embargada.

— Eu sei que isso não vai ser fácil, mas, por favor Lia... – toco suas mãos, a olhando —, vamos tentar. É muita coisa para racionar, eu sei, mas juntos podemos contornar essa situação e... – ela me interrompe.

— Contornar? – ela ri, sem vida — Pilar está grávida de um filho seu, Sergio. Não tem como contornar isso, você vai ter que se dividir em uma vida onde terá que cuidar dela e de mim ao mesmo tempo, com esse bebê... – ela toca a própria barriga, com um olhar aflito.

— Não, claro que não. Eu vou dar unicamente auxílio aos meus filhos, e a você. Pilar é um caso a parte...

— Não! Ela não é um caso a parte, é a mãe do seu filho também e você terá que fazer o mínimo em auxiliar ela também – ela suspira, esfregando as mãos no rosto — Não sei onde estava com a cabeça quando pensei que isso poderia dar certo... – balança a cabeça negativamente, enquanto lágrimas escorrem pela maçã do seu rosto —, que droga! Eu não quero chorar! Droga de hormônios, droga de gravidez!

Ouvir ela dizer aquilo foi absurdamente doloroso, por saber que a partir de agora, ela pensaria assim. Eu imaginava a confusão que estava na cabeça dela, não estava diferente da minha.

Empire • Sergio Ramos Onde histórias criam vida. Descubra agora