Eu estava frustrado e angustiado. Me sentia enganado, usado, ludibriado. Acreditar que Pilar foi capaz de mentir pra mim daquela maneira, com algo tão grave e sério. Independente de sermos um casal ou não, eu criei um afeto pela criança na sua barriga, que eu acreditava ser meu filho.
Faziam cerca de trinta minutos, que eu estava completamente imóvel dentro do meu carro, parado em frente a sua casa. Se passavam milhares de pensamentos na minha cabeça, assim como a madrugada passada inteira, a qual não dormi por simplesmente não conseguir pregar o olho.
Estava aflito e também me sentia culpado, por ter desconfiado de Tália. Deixar ela e a minha filha no meio de tudo isso me deixava ainda pior, ela não merecia isso.
— Sr. Ramos? O que faz aqui essa hora? — Theo, o motorista particular de Pilar, me questiona ao me ver descer do carro — Aconteceu alguma coisa?
— É tão cedo assim? — questiono confuso, e olho o relógio no meu pulso.
Ah, claro. Eram cinco horas da manhã. Como disse, não preguei os olhos essa noite.
— Só vim tratar alguns assuntos com Pilar, Theo, serei breve — digo colocando as mãos no bolso.
Ao colocar a senha de acesso do portão de entrada da casa de Pilar, me surpreendi ao perceber que ela não havia mudado. Era a data do nosso aniversário de casamento.
A casa estava um completo silêncio, indicando que a mesma poderia ainda estar dormindo. Meu olhar pairou sob os porta-retratos que constavam na sala de estar, com diversas fotos nossas, as fotos que ela não fez questão de tirar e as deixou ainda ali, como se ainda fôssemos uma família. Patético.
Verifiquei mais uma vez o meu celular no meu bolso naquele momento, e o coloquei novamente quando ouvi sua voz.
— Violeta, o café está pronto? — pude ouvir uma voz feminina soar nos meus ouvidos, e logo meu olhar se dirigiu para as escadas.
A mesma descia as escadas distraída enquanto mexia no celular, não notando a minha presença de imediato. Quando a mesma me viu parado no meio da sala, deu dois passos para trás, assustada.
— Sergio? — indaga confusa — O que faz aqui essa hora?
— Cadê o Júnior? — são minhas primeiras palavras.
— Ele está na casa da minha mãe, vai viajar esse final de semana com meus pais. Não viu o SMS que enviei pra você?
As palavras de Pilar soavam como eco no meu ouvido, a voz dela ia se distanciando quando eu pairei meu olhar sob sua barriga, que estava tão grande quanto a de Tália. Quando a mesma notou que eu a olhava, ela acariciou sua barriga, com um sorriso no rosto.
— Está grande, não está? — sorri largo, enquanto se aproxima — Quer tocar?
Engoli seco enquanto lhe dava às costas, e caminhava até a janela, me recusando a olhar para a mesma. Eu me sentia enjoando só em ouvir sua voz. Mas também estava perdido, não sabia o que falar, estava preso dentro de mim e eu tinha medo quando explodisse, ela ainda estava grávida.
— Com quem você acha que ele vai se parecer, Sergio? — ela questiona em um tom de voz atrevido — Eu acho que... — antes que ela conclua a frase, eu a interrompo.
— Talvez ele deva se parecer com Pablo. — as palavras correm da minha boca com sarcasmo — Você não acha?
Um silêncio pairou na sala, enquanto um sorriso sem vida brotava nos meus lábios. Eu havia a pego de surpresa e imaginava perfeitamente a sua cara, por mais que eu estivesse de costas para a mesma.
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Empire • Sergio Ramos
FanfictionSergio e Tália eram amantes da adrenalina e do sexo, eram reféns da luxúria, do libido, e do queimor que sentiam quando estavam juntos, e o pior de tudo, que também eram reféns do adultério. Ela fogo e ele a gasolina, e não há sinal de que vamos pa...