Chão De Giz

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Elas se amaram durante o resto do dia. No dia seguinte o clima havia mudado. Chovia muito é a saudade forte no peito. 

Pov.- Sarah

Assim que acordei não encontrei Juliette na cama. Me desesperei pois a chuva não estava para brincadeira. Desci correndo as escadas e encontrei-a sentada na imensa janela de vidro com as pernas flexionadas e cabisbaixa. Me aproximei mais e pude ouvir seus soluços. 

_. Está chorando, amor?- erguei o rosto dela com cuidado. Abracei-a forte e ela chorou copiosamente. - Tá, tudo bem! Não precisa chorar. - pedi e ela continuou a chorar. 

Ela se afastou e olhou-me nos olhos. Os meu se lacrimejando assim que encontraram os dela.

Ela fingiu forte antes de falar. A sua voz estava embargada, os olhos vermelhos e as bochechas coradas. 

_. Os meus seios estão doendo tanto, Sarah! - fungou. - Eu tô com saudade da nossa filha, nunca fiquei tanto tempo longe dela! Eu quero voltar, amor. - disse olhando-me.

_. Vou ligar para o piloto do jatinho, tá?! - a respondi e ela me sorriu. - Vou subir para fazer as malas, se quiser me ajudar estarei lhe esperando lá no quarto, meu bem. - falei e ela pulou no meu colo. 

Quando Laurinha nasceu ela trouxe consigo uma nova Juliette. A morena era uma leoa para proteger a sua pequena cria, a sua vida girava em torno daquele pequeno ser de 1 ano e dois meses. 

Elas seguiram até o pequeno aeroporto e assim embarcaram de volta para casa. Juliette não falava nada apenas se permitia ser acariciada pela loira.

_. Dorme um pouco, meu amor. - pedi, ela estava bocejando muito. - Quando chegarmos lá, eu te acordo, ok? - falei e ela concordou com a cabeça. 

Juliette dormiu durante todo o trajeto. Chegamos bem, apesar do clima chuvoso. Carolina nós esperava no aeroporto e a morena já havia acordado.

 Laurinha estava nos braços da dinda, a menina ergueu os bracinhos em direção às mães e começou a chorar. 

As três se abraçaram, deixando Peixinho emocionada. A baiana dirigia enquanto conversava com as recém-casadas. 

_. Gostaram da ilha?! - perguntou a mais velha. 

_. Sim, és um lugar encantador. - respondi olhando para Juliette que não tirava os olhos da nossa filha. 

Ela me olhou e beijou-me nos lábios. 

_. Eu te amo! - sorri feito uma boba com o seu comentário. 

_. Eu tbm te amo! - 

O casal Sariette chegou em casa às 12:45 da tarde. O almoço já estava posto, mas elas optaram por tomar um banho antes de almoçar. A morena deu banho na filha e depois deixou-a na cama do casal. Sarah saiu primeiro do banho, trocou de roupa e foi dar atenção para Maria que havia ficado em pé em cima da cama para o desespero de Juliette que esbarrou no tapete e caiu no chão. 

Caroline segurou a risada temendo levar um tapa da morena e ajudou-a se levantar. A mesma caiu de mal jeito e torceu o punho.

_. Tô de folga por um bom tempo. - disse Sarah, provocando-a. 

_. Eu posso usar a língua querida!!! - indagou-me.

_. JULIETTE!!! - repreendeu-a. A morena deu os ombros e desceu com a filha no colo. 

_. Tu só vive se lascando, né?! - falou Carolina recendo um olhar nada agradável da mais nova. Ela tirou a topia do pulso e examinou o local. - Daqui a duas semanas volta ao normal, vou receitar alguns medicando que você terá que tomar. 

_. Sarari... ÔOOOH SAAAAARAAAAAAAAH!! -  gritou a morena. Laurinha protegeu os ouvidos com as mãoszinhas. 

Sarah apareceu na cozinha. 

_. O que foi amor? Eu demorei pq estava dando um jeito no meu cabelo. - a respondeu pegando a filha no colo. - Sua mãe é louca, meu anjo.- cometeu sentendo na cadeira.- Ai, Juliette!! - resmunguei, ela havia me dado um beliscão na coxa. - Isso doeu. 

Abadia sorriu negando com a cabeça. 

Elas almoçaram e contaram um pouco da viagem. Sarah exaltou a vontade de ser mãe pela terceira vez , ela queria que as crianças crescecem juntas e não com uma diferença de tempo enorme entre elas. 

 _. Vou marcar com o melhor ginecologista especialista em reprodução humana da região. - falou a morena. -

Pov.- Juliette

Sarah não conteve as lágrimas quando deu ênfase na sua vontade de ser mãe. Ela chorava, mas não de tristeza. A vida lhe dava uma segunda oportunidade de gerar uma vida em seu ventre. 

_. Precisamos organizar tudo amor. - ela disse. 

Eu não quis retrucar, apesar de achar que ainda era muito cedo para reoaganizar tudo para a chegada do novo bebê.

_. Claro, meu bem. - falei e ela me deu um xêro. 

_. O bebê irá dormir no mesmo quarto que a Laurinha - Maria olhou para a mais velha com uma sobrancelha erguida ao ouvir o seu nome ser mencionado. 

A caçula fez um sinal de negativo com os dedos, arrancando risadas das mulheres mas velha que ali estavam.

_. Meu amor, você tem que dividir  suas coisas com o seu irmãozinho ou irmãzinha, o importante é que venha com saúde. - falou a loira. 

A menina largou o peito e fez menção que iria chorar. Caroline lhe lançou um olhar desafiador, pois não havia motivos para o choro.

_. E chato crescer sozinha, sabe?! A mamãe cresceu e não foi nada bom. Eu sempre quis um irmãozinho e a minha mãe sempre me negou. 

Caroline não sabe, mas Abadia teve complicações durante o parto da filha. Fora isso vieram erros médicos que a deixaram impossibilitada de ter uma segunda gravidez. 

O pai de Sarah queria ter outro filho, mas Abadia não poderia realizar o seu capricho. Então ele a deixou e foi embora com outra mais nova. 

_. Podemos te dar um irmãozinho agora... - comentou Abadia olhando de relance para Carolina..

A baiana se engasgou com a água. 

_. Prefiro ficar sem, imagina um ser com a mesma personalidade da Carolina? - disse Sarah provocando a madrasta.

_- Sarah Caroline!! - a repreendi. 

_. Pelo menos ele não terá duas personalidades, igual a você! - rebateu.

No outro lado da cidade Soraya conversava com Thierry por telefone.

_. Sim, chefinho, elas voltaram para mansão. - falou.

_. Ah! Então o casalzinho de comercial de margarina voltou? - disse num tom irônico. - Eu quero vê-la a (sete) palmo debaixo do chão.

O francês estava furioso, pois, culpava Caroline da morte do casal de bebês.

(...)

Eitaa....

Memória do Prazer - Sariette ( Adaptado) ❣Onde histórias criam vida. Descubra agora