My son

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Pov Noah

Meu sonho sempre foi ser pai. Desde pequeno eu brincava com bonecas e fingia que eram meus filhos, o que era até estranho para olhares de alguns por eu ser um menino. Nunca me interessei por bola ou coisas de “meninos”, eu queria construir uma família. Mais que isso, eu queria ser pai. Eu sempre cresci com esse sonho. Meu pai achava estranho o filho mais novo dele não desejar ser jogador, ou um astro do rock. Minha mãe achava que era só uma fase. Minha irmã mais velha era a única que sonhava comigo, ela queria ser tia e me ajudou a escolher os nomes. Devo tudo a Sabina.

Eu estudei, me formei, comecei a trabalhar, comprei minha própria casa, tive estabilidade financeira. Só me faltava uma coisa para poder ter filhos... Uma esposa ou um marido. Eu sempre me interessei mais por meninos que por meninas, então durante a faculdade, eu acabei me assumindo para a família como homossexual. Certamente eu precisava de um marido... Mas eu não tinha.

Como meu sonho não era casar, eu deixei isso de lado e fui atrás da papelada para adotar. O único problema é que pessoas solteiras tinham menos chances de adotarem. Por esse motivo, eu fiquei três anos na fila de espera. Até que ele finalmente veio... Meu filho!

Andy “nasceu” dia 27 de outubro, em uma noite fria de outono. Ele foi deixado na porta do orfanato com apenas um bilhete que dizia que sentia muito. A mãe o abandonou. Eu não era o próximo da fila, mas fui o único que correu até o hospital junto com as assistentes sociais quando ele teve uma pneumonia por causa desse dia. O juiz, de alguma forma, viu isso e me cedeu a guarda de Andy.

Andy Thomas Urrea, meu filho, é um bebê calmo. Nunca me deu trabalho e eu o amei no momento que vi aquele pequeno pacotinho entubado no hospital. Eu tive a sorte divina de ele se recuperar da pneumonia e ficar saudável. Desde pequeno ele se mostrou forte.

Meu bebê possuía alguns fios de cabelo loiro e os olhos extremamente azuis, quase como o mar. Quando aprendeu a sorrir, era só eu fazer uma careta que ele estava sorrindo. Eu amo fazer meu filho sorrir.

Eu sinto que estou com a vida realizada. Realizei meu sonho e sou pai de um garotão, que agora, possui 6 meses. Uau... 6 meses que eu me encantei pelo bebê de bochechas rosadas. Ser pai me torna emotivo as vezes.

-Ô meu amor... Eu já falei que você tem que comer essa papinha. -falo com Andy, que me olha com os olhos grandes, prestando atenção no minha voz. Ele sempre presta atenção em mim.- Eu sei que o leite é mais gostoso, mas isso aqui vai fazer você ficar fortão que nem o papai.

Ok, se ele fosse maior, riria disso. Eu não sou forte, nenhum um pouco, mas ele é uma criança que não entende o significado de forte, então tá tudo bem.

-Abuuu... -ele vira o rosto quando coloco a colher na frente do rosto dele. Suspiro, tentando controlar a paciência. A pediatra falou que já está na hora de começar a introduzir as papinhas, mas Andy odeia isso. Bom, ele até tem um pouco de razão, isso tem um gosto horrível.

-Ok, ok! Vou te dar o leite. -ele vira o rosto para mim, como se tivesse entendido. Talvez ele tenha entendido, bebês são mais espertos do que pensamos. Tiro ele da cadeirinha e pego o leite na geladeira, me acomodando no sofá da sala para dar o leite.

Eu amo dar de mamar para ele, pois ele fica olhando para os meus olhos enquanto suga o leite, as vezes é possível ver o sono tranquilo dele chegando e como ele tenta a todo custo se manter acordado, mas depois de um tempo acaba cedendo. Ele sempre, desde que eu conheci ele, teve a mania de segurar meu dedo bem forte enquanto mama. É uma conexão que nós temos e eu sei que era para ele ser meu filho.

Quando Andy pega no sono, o levo até o quarto dele, o colocando no berço cuidadosamente e observando o sono dele, que não possui preocupação nenhuma no mundo. Ligo a babá eletrônica e vou até o meu quarto, onde me deito e fico pensando em tudo que já me aconteceu.

Eu estive na fila por três anos, conheci outras várias crianças e nenhuma foi meu filho. Mas eu nunca senti isso que eu sinto por Andy. Foi algo de olhar e sentir meu coração bater mais acelerado, foi eu querer pegar aquele pacotinho e proteger de todo mal, é de amar incondicionalmente mesmo eu conhecendo ele por algumas horas. Andy é a minha vida!

(...)

Acordo cedo, como sempre, já me preparando para mais um dia. Andy nunca acorda de madrugada, é preguiçoso como o pai e dorme a noite toda. O que até é bom, mas nos primeiros meses eu me assustava. Ser pai é assustador.

Após me arrumar, vou até o quarto do meu filho, que já está acordado e fica quietinho no berço. Quando ele me enxerga, balança os braços agitado e solta alguns gritinhos.

-Bom dia, meu amor! -pego ele no colo, que balança o corpo e solta mais gritinhos.- Tudo isso é felicidade por ver o papai? -rio e levo ele até o banheiro, preparando o banho dele.

Coloco a água na temperatura certa, nem muito quente, nem muito frio. Confiro todos os acessórios e dou banho nele. As vezes brincando com ele, que balança os pezinhos e solta água por todo box. Assim que termino o banho, seco ele, coloco a fralda e o visto, a campainha toca. Pelo horário, é super incomum, então desço as escadas e largo Andy no chiqueirinho, que resmunga um pouco.

-Eu só vou atender e já faço seu leite, filho. -falo e vou até a porta. Eu não faço ideia de quem seja a outra pessoa do outro lado da porta, então é mais estranho ainda.- Ahn... No que posso ajudá-lo? -antes que ele possa me responder, Andy começa a chorar.- Você pode esperar um pouquinho? -pego Andy no colo, tentando acalmá-lo e volto até a porta. O cara na frente da minha porta fica olhando para Andy encantado, eu sei que meu filho é perfeito, mas tá tudo muito estranho.- Moço?

-Ele é o meu filho. -o quê?

Our Little Angel (Nosh)Onde histórias criam vida. Descubra agora