Birth certificate

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Pov Josh

Um mês se passou desde que conheci Andy e Noah. Como esperado, o teste de DNA deu positivo e eu realmente sou pai biológico de Andy. O Urrea mais velho cumpriu o combinado e me manteve a par de tudo, sempre me incluindo em qualquer coisa sobre meu filho. Eu cumpri minha parte do combinado e nunca tentei afastar Noah do filho.

Andy tem sete meses, quase oito e estamos ensinando ele a falar ou andar. Quase todos os dias estou na casa deles, para acompanhar tudo de perto e consequentemente, me aproximei de Noah. Como amigo. Por que eu especifiquei? Era óbvio que era como amigo.

Enfim... Andy está cada vez maior e eu amo ele cada vez mais. -Ok... Agora vem até aqui.- Noah pede ao bebê. Ele está engatinhando e eu estou ao lado de Noah, acompanhando essa fase.- Vem até os papais. -ele sempre me inclui e eu sempre tenho a mesma reação surpresa e feliz.

Andy engatinha até nós, que fazemos uma festa parabenizando o pequeno. Engatinhar não parece nada, mas pelo o que eu li, para um bebê, é um grande passo. Significa que a criança tem a parte motora saudável e está tendo um bom desenvolvimento. E Andy está dentro da faixa etária de idade.

-Sabe... Eu estava pensando. -Noah vira para mim, com meu filho no colo. Estamos sentados no chão, lado a lado, e eu já consigo sentir todos os meus músculos cansados pela posição.- Você gostaria de aparecer na certidão do Andy?

Abro a boca de forma surpresa. Eu cheguei a pensar nisso, mas nunca mencionei para ele e não imaginei que ele desse a ideia.- Você colocaria?

-Você é o pai dele, não é? -sorrio largo e concordo.- Certo, eu vou ver com Lamar como fazer isso.

-Obrigado, Noah!

-Eu faço isso, Josh, porque entendo o seu lado como pai.

(...)

Estava tarde da noite e eu nem havia notado. Minha casa é um pouco longe, então me ajeito para ir embora. Até porque preciso trabalhar cedo da manhã amanhã. -Ei, fica! Está tarde!

-Como assim? -pergunto nervoso. Eu nunca dormi na casa dele antes.

-Dorme aqui em casa! Esse sofá vira cama e eu posso dormir aqui. -penso e repenso na proposta. Por que eu estou nervoso com isso? Nem vamos dormir juntos... Isso não é uma coisa para se pensar, eu nem gosto de garotos.

-Eu não sei...

-Tem algum compromisso hoje a noite? Alguma namorada vai na sua casa? -nego. Eu não namoro ninguém desde que a Layla terminou comigo, o que significa que eu sou quase virgem de novo e estou vivendo a base de masturbação.- Então... Fica aí! Aposto que Andy vai amar.

-Só ele? -não seguro minha língua e pergunto. Noah fica totalmente vermelho e eu sorrio, achando adorável isso.

-Talvez eu também. -responde baixinho.- Bom, já estamos conversados. Vou pegar um pijama para você. -sobe para pegar algo e eu fico na sala associando o que acabou de acontecer. Eu acabei de flertar com o pai adotivo do meu filho? Por que isso aconteceu? Eu achei que era hétero. Por que estou duvidando da minha sexualidade? Nunca tive problemas com isso, mas eu não sabia que era... Da comunidade. Eu sou? O que está acontecendo comigo?- Ó aqui as roupas e uma toalha. Você sabe onde é o banheiro. Vou preparar a cama e... Você deita lá e eu... Deito aqui no sofá.

-Não! -nego- Deixa que eu durmo aqui. É a sua casa afinal.

-Mas você é visita.

-Noah, eu sou quase um morador dessa casa de tanto que venho aqui. -ele parece pensar.

-E se... -ele se autointerrompe- Ok, você dorme aqui e eu durmo no meu quarto. Boa noite! -sobe correndo e eu não entendo nada. Por que ele reagiu assim?

Vou tomar banho, visto o pijama dele, que ficou até um pouco grande em mim, e passo no quarto de Andy para deixar um boa noite. Meu filho dormia sereno, abraçado no paninho que ele ama e espero que tendo bons sonhos. Como é possível eu amar tanto uma coisinha tão pequena? -Boa noite, filho!- sussurro para não acordar ele.

Volto para a sala e me deito no sofá. Noah ajeitou tudo ali e até abriu o sofá. Tinha cobertas e travesseiros, e com certeza eu ficaria confortável. Ali no escuro, fico pensando no que acabou de acontecer, será que eu estou começando a sentir atração por ele?

Eu preciso é dormir e não pensar nisso.

(...)

Amanheceu e eu não dormi direito. Por algum motivo, saber que Noah estava dormindo ali perto, me deixava alerta. Eu poderia usar a desculpa que estava preocupado com Andy, mas não vou usar meu filho para isso. Eu pensei a noite toda em Noah e eu queria ir até o quarto dele. O que me faz pensar que não sou nenhum pouco hétero.

-Bom dia! -Noah aparece na sala com Andy no colo, o que me faz sorrir largo porque logo de manhã meu filho já está sorrindo por aí. Ele é uma criança tão feliz.

-Bom dia! -vou até eles, deixando um beijo na bochecha de Andy.- Eu fiz café! -como não dormi a noite, levantei cedo e deixei tudo preparado para Noah.

Ele vai até a cozinha e se surpreende com tudo arrumado. -Não precisava ter feito, mas obrigado!- o moreno sorri e eu sinto que ganhei pontos com ele. Não que eu quisesse ganhar pontos, mas eu agradei a ele, então tá tudo certo.- Você fez até a mamadeira do Andy! -ele testa a temperatura na mão e olha chocado para mim. -Na temperatura certa!

-Eu andei estudando. -falo orgulhoso e ele ri. Noah volta até a sala e liga a televisão, deixando Andy dentro do chiqueirinho assistindo, penso em ficar ali com meu filho, porque já tomei café mesmo, mas o Urrea mais velho me puxa pelo braço até a cozinha.

-Falei com Lamar ontem. -comenta se sentando e passando manteiga na torrada.- Ele falou que não tem problema nenhum de fazer uma nova certidão para Andy. -serve o café, levando até a boca- Hum... Está uma delícia!

-Obrigado! -sorrio- E quando podemos fazer?

-Se você não tiver nenhum compromisso amanhã. -não tenho, para o meu filho e ele eu nunca tenho compromisso.

-Combinado! -sorrimos um para o outro e entramos novamente em uma conexão de olhares. São tão verdes que parecem uma floresta, e eu facilmente me perderia nessa floresta.

Nossa conexão é quebrada com um choro e nós levantamos em um pulo. Corremos até a sala e Andy berrava desesperado, eu estava desesperado também. Nos aproximamos do chiqueirinho e o bebê, no mesmo instante, estende os bracinhos para Noah pegar. Isso me deixou meio inquieto, mas eu entendo, Noah é pai dele a mais tempo que eu.

-Que foi, meu amor? -Noah balança ele de um lado para o outro e olho para os dois mais assustado que crianças assistindo filme de terror.- Relaxa Josh, ele tá bem.

-Por que ele tá chorando tão alto?

-Ele sentiu falta da gente. -acaricia os cabelos de Andy, que já está parando de chorar.- Você sentiu falta dos papais, né? -suspiro aliviado por não ter sido nada grave.

-Que pulmão potente Andy! -toco na mãozinha dele, que vira o rosto para mim e estende os braços. Sorrio largo e pego ele no colo. Noah volta para a cozinha e eu fico com o meu filho por ali, brincando com ele que ri cada vez que eu faço cosquinhas nele.

Cada vez que eu olho para meu filho, não lembro de Layla, mas sim de Noah. É como se Noah tivesse gerado ele e isso é louco de se pensar. Ele está na vida do meu filho desde o início e com toda a certeza do mundo, ele ama o meu filho. Andy tem dois pais maravilhosos que o amam muito e ele é sortudo por isso.

Our Little Angel (Nosh)Onde histórias criam vida. Descubra agora