I have made a decision

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Pov Noah

Quando eu vi Josh com o meu filho no colo, pensei que ia chorar por estar perdendo meu filho, mas não. Eu vi uma cena bonita, na qual Andy estava alheio por não entender, mas que eu quero guardar na memória. Eu vi uma cena de um pai encontrando seu filho e não tem como ficar com raiva disso. Foi vendo isso que eu tive certeza, que mesmo que dê negativo, Josh é pai de Andy e ele merece acompanhar a vida do filho.

É perceptível que o loiro ama o meu filho... É como quando eu conheci Andy, foi um encontro em que eu amei aquele pequeno serzinho e sabia que minha vida estava completa. Eu não vou afastar Josh e se precisar, eu me afasto... É a felicidade do meu filho que está em jogo e eu sei que o outro só quer o bem dele.

Após a retirada de sangue dos dois, onde Andy chorou um pouquinho pela agulha e eu tive vontade de chorar junto, saímos do laboratório lado a lado, em silêncio. Até ele quebrar esse silêncio.- Eu acho que a gente devia se conhecer melhor, se vamos entrar nesse acordo. -paro em frente ao meu carro e o dele, com meu filho no meu colo e Josh segurando a bolsa de bebê, e avalio a proposta.

-O que você sugere? -pergunto, ajeitando o óculos de sol com uma das mãos, no rosto.

Josh não responde de imediato e parece meio em transe. Estranho! Andy solta um resmungo e parece que até ele entendeu a demora de resposta. -Ahn... Você trabalha agora?

-Hoje é meu dia de folga.

-Ótimo, vamos tomar um café em uma padaria ali pertinho. -ele nem me dá chance de responder e entra no carro dele. Eu poderia muito bem ir para a minha casa, se ele não tivesse colocado a bolsa do Andy dentro do carro dele e lá tem o paninho preferido do meu filho.- Segue meu carro!

Sem outra opção, coloco Andy na cadeirinha, prendendo bem e vou até o lado do motorista, seguindo o carro de Josh. -É filho... Parece que você tem dois pais agora.- tenho que me acostumar com a ideia, mas é a verdade.

O resultado do teste sai em três dias, mas como eu disse anteriormente, vou deixar ele se aproximar de Andy. E até que essa ideia da gente se conhecer é boa, não posso deixar meu filho sair sozinho com um completo estranho para mim, não é?

Josh para na frente de uma padaria e eu estaciono meu carro atrás do dele. Desço com Andy e o loiro me esperava na porta do estabelecimento com um sorriso no rosto e a bolsa no ombro. Ele fez por gosto a coisa da bolsa. Entro ao lado dele e pedimos a garçonete uma cadeirinha de bebê para Andy, que olhava em volta tentando reconhecer o local. Eu acho meu filho tão inteligente.

-O que vão querer? -ela pergunta, com uma caderneta na mão.

-Eu aceito um capuccino com chantilly e panquecas. Calda extra! -Josh pede e eu arregalo os olhos. É muita coisa e agora eu sei de quem Andy puxou a ser tão esfomeado.

-Eu quero café preto e um sanduíche natural. -peço. Andy resmunga e eu rio.- Você poderia trazer leite morno também, por favor! -ela assente e sai. Olho para Josh que estava rindo da cena.

-Como você sabia?

-Cada resmungo dele é diferente... Você precisa aprender sobre isso. -conto e me sento melhor para explicar, retirando os óculos escuros do meu rosto.- Esse resmungo foi de fome. Tem o que ele quer atenção, que foi aquele mais cedo no laboratório. Tem o de dor, que é acompanhado de uma careta e vem seguido de um choro. -explico a ele, que perece meio perdido.- Com o tempo você vai pegando.

-Certo... -concorda e olha para Andy, brincando com a mãozinha dele.- Como você conheceu ele?

-No dia que ele foi abandonado no orfanato. -Josh vira o olhar para mim, prestando atenção.- Foi em uma noite fria de outono, eu estava lá conversando com a assistente social sobre a fila, onde eu estava em último. Aí alguém bateu na porta e nós fomos até lá, só tinha ele, num cesto, tremendo de frio e com pouquíssima roupa. -relembro, sentindo uma dor imensa pela memória daquela criança abandonada e com frio.

-Eu não consigo acreditar que Layla fez isso. -ele comenta meio com raiva. Eu nem sabia que o nome da mãe é esse, mas eu nunca quero ver ela na minha vida.- Fazer isso com um bebê...

-Andy estava com uma febre muito forte e nós corremos para o hospital com ele. Eu fui junto de intrometido, ao mesmo tempo que eu já tinha me apegado por ele e nem sabia. -Josh sorri, o que me fez sorrir também.- Ele teve pneumonia e eu fiquei dia e noite lá, cuidando ele de longe. Eu já tinha decidido, que se aquele bebê passasse por isso, eu iria fazer de tudo para adota-lo. E para minha surpresa, duas semanas depois que ele foi internado, ele recebeu alta, estando totalmente saudável e fora de risco, o juiz cedeu a guarda para mim, sem eu pedir. Você não imagina o quanto eu fiquei feliz.

-Que história linda! -agradeço ao elogio.- Você adotou ele sozinho?

-Não possuo companheiro e o meu sonho sempre foi ser pai mesmo. -ele assente. Nossos pedidos chegam na mesa e nós agradecemos.

Alcanço a mamadeira para Andy, que segura firme no meu dedo. Preciso me virar de alguma forma para comer o meu sanduíche e ainda sim, minha mão estar com ele. Filhos!

-Ele só mama segurando seu dedo? -assinto.- Vocês tem uma conexão linda.

-Obrigado! -Josh é uma boa pessoa. Ele como pai poderia fazer de tudo para me afastar do filho dele, mas não. Ele faz questão de me manter perto, como se entendesse o que eu sinto. Talvez ele entenda.- O que você faz da vida, Josh?

-Eu trabalho numa empresa de publicidade. Não sou chefe, mas recebo um bom salário. -ele fala tão seriamente, que parece que está numa entrevista. Talvez ele tenha ficado nervoso.- Moro sozinho, meus pais moram em São Francisco e minha irmã, mora na Finlândia. Tenho 26 anos e sou solteiro... -fala a tudo rápido e eu rio.

-Calma garotão! -ele volta a respirar- Não precisa ficar nervoso, eu não mordo! -porem dependendo da ocasião. Aí meu Deus, Noah! Controla seus pensamentos!

-Ahn... É que eu quero causar uma boa impressão... -Andy solta o meu dedo e me entrega a mamadeira, se dando por satisfeito. Então se vira para Josh e estende as mãozinhas, como se pedisse algo.- O que foi bebê? O que você quer? -pergunta com a voz totalmente infantilizada e aproxima o rosto do de Andy.

-Ele quer sua mão, pra brincar com seus anéis. -me pronuncio e ele volta a olhar para mim. Entendo pela feição dele a pergunta se tá tudo bem.- Tudo bem. -ele coloca a mão na mesinha da cadeirinha e Andy já vai direto nos anéis. Meu filho tem uma fascinação por anéis que eu não entendo. Quando eu uso os meus, ele faz a mesma coisa e eu acho que essa é a forma dele se distrair, mas é engraçadinho.

Josh e eu voltamos a conversar. Eu conto sobre a minha vida e ele conta sobre a dele, também me falando sobre a ex namorada louca que é a mãe biológica de Andy. Eu também não consigo acreditar que exista alguém tão egoísta assim como ela. Se não quisesse ter filhos, abortasse, mas não abandonasse no frio, como fez.

Our Little Angel (Nosh)Onde histórias criam vida. Descubra agora