Pov Josh
Andy aprendeu a andar um pouco antes de completar um ano, agora nosso cuidado é redobrado porque ele anda por toda a casa. Teve um dia que ele quase caiu da escada. Mas ao mesmo tempo que é cansativo, eu tenho muito orgulho dele. Andando e falando... Nem parece que fui eu que fiz.
Eu praticamente moro na casa do Noah e ele parece não se incomodar. No fundo eu sei que deve ser um saco eu estar lá, mas não consigo ficar muito tempo longe deles dois. Andy é meu filho e Noah... É só o cara que eu gosto.
Já assumi para mim mesmo que eu estou apaixonado por ele, já sei que eu gosto de garotos também, não preciso definir minha sexualidade e está tudo bem. Mas isso não quer dizer que eu tenha assumido para ele. Ainda não tive essa coragem e nem sei se vou ter. Sim, surge alguns climas entre nós, mas eu não quero arriscar tudo que construímos com algo incerto, Andy está no meio.
-Andy, não! -Noah fala pela milionésima vez. Ele já está sem paciência de correr atrás da criança e eu estou da mesma forma.
-Faz dodói filho! -falo um pouco mais calmo com a criança que queria enfiar o dedo na tomada. Por que todos eles tem essa curiosidade?
-Dodoi aquele? -pergunta e caminha até mim, que estou no sofá. Ontem ele caiu e bateu a cabecinha na mesa de centro, não foi nada grave e chegamos a levar ele no hospital. A pediatra que estava de plantão disse que essas quedas são normais e importantes para o desenvolvimento dele. Quem disse que isso acalmou dois pais de primeira viagem assim? Eu não dormi essa noite de preocupação porque estava na minha casa e eu seria o último a saber se ele se machucasse.
-É, meu amor! Obedece seus papais. -passo a mão nos cabelos loiros dele. Já está grande até e acho que já podia ser cortado.
-Papai! -cutuca Noah ao meu lado, que olhava televisão.
-Hum... -resmunga.
-Ta bavo com bebê? -meu Deus que coisa mais linda! Eu vou morrer de amores.
-Não, meu amor! -sorri e pega ele no colo.- Papai não tá bravo com você.
-Ufa! -onde ele aprendeu isso?
(...)
Tentamos colocar Andy cedo na cama, pois amanhã é terça e tem creche cedo. Minha hora para ir já tinha dado e eu estava ali ainda.
-Eu já vou... -falo depois de fechar a porta do quarto de Andy, que já havia caído no sono. Noah olha para mim e nega com a cabeça.
-Fica! -eu fico mais na casa dele, que na minha... Mas não é certo, então nego.- Por favor! -segura minha duas mãos e eu sinto um arrepio passar por todo o meu corpo. Resolvo ceder, quando ele faz um biquinho que eu poderia facilmente beijar. Parece até Andy as vezes.
-Tudo bem! Eu fico... -ele sorri animado e solta as minhas mãos, descendo até o primeiro andar. Respiro fundo me recuperando do que acabou de acontecer e sigo ele até a sala.
Dormir na casa dele me faz pensar em coisas que eu não deveria. Merda! Eu deveria respeitar ele e não pensar em sexo. Eu fico nervoso que ele possa ler meus pensamentos ou que eu acabe ficando excitado na frente de Noah por causa deles.
-Andy estava impossível hoje! -Noah comenta, se jogando no sofá e tapando a cabeça com uma almofada.- Ser pai é cansativo.- rio porque é totalmente verdade.
-Mas aposto que você não trocaria isso por nada, né? -ele tira a almofada da cara e olha para mim.
-Você me conhece tão bem. -ri. É, eu conheço ele. Faz mais de seis meses que eu vivo na casa dele praticamente, viramos bons amigos e eu já sei cada mania, cada qualidade e cada defeito dele.- É meio maluco, né?
-O quê? -me viro de frente para ele, cruzando minhas pernas.
-Como tudo aconteceu... Você apareceu aqui de repente dizendo que Andy era seu filho, entramos em um acordo e viramos amigos. -amigos!! É isso que somos Josh!!- Eu nunca agradeci você da forma correta por não ter tentado tirar Andy de mim.
-Seria cruel da minha parte tentar fazer algo assim. -ele sorri e segura minha mão.
-Obrigado Josh! -ele acaricia a minha mão e eu desaprendo a respirar. Miro meu olhar para nossas mãos juntas e ele nota, apertando a minha mão. De repente, os dedos dele estão subindo pelo meu pulso, como se estivesse sentindo cada centímetro de pele sob as digitais dele.
Eu quero congelar esse exato momento, porque é tão bom e tão romântico. Volto meu olhar para o rosto dele, ao mesmo tempo que ele volta o dele para o meu. Nossos olhares se encontram e eu poderia beijá-lo, mas não quero acabar com esse momento agora. Como se fossem imãs, nossos rostos vão se aproximando e estamos em um transe.
Mas todo o transe acaba quando ouvimos um choro. Na hora eu arregalo os olhos e salto do sofá, me dando por conta do que ia acontecer. Íamos nos beijar?
Isso não vem ao caso agora, já que Andy está chorando desesperado e estamos os dois correndo até o andar de cima. -O que aconteceu, meu amor?- Noah pega ele no colo e eu fico do lado deles, tentando entender porque meu filho chora tão alto. Ele está bem?
-Bicho! -ele fala, enquanto chora. Acho que foi só um pesadelo.
-Onde? O papai acaba com ele. -ele aponta para o guarda-roupa e eu vou até lá, abrindo e fingindo que estou batendo em algo invisível.- Pronto! Já passou! Ele não vai fazer mal nenhum para você mais.
As lágrimas dele vão secando, enquanto ele soluça um pouco. Volto a me aproximar e o meu olhar se encontra com o de Noah novamente. Ele fica vermelho e volta a olhar para Andy, e eu faço o mesmo.
-Vamos voltar a dormir?
-Na! -nega e faz uma careta de quem vai chorar de novo.
-Que tal você dormir comigo? -Noah sugere e eu queria que essa pergunta fosse para mim. Porra! Não queira roubar o lugar do seu filho, Josh. Andy assente com a cabeça e coça os olhos, totalmente com sono.
-Ta tudo resolvido, né? -pergunto e o moreno assente, sem olhar diretamente para mim.- Eu vou deitar então. Boa noite Noah! Boa noite, filhão! -beijo a bochecha de Andy e saio do quarto, suspirando alto.
Eu não acredito que eu ia beijar ele? Andy ter impedido foi bom ou ruim?
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Our Little Angel (Nosh)
FanfictionNoah, depois de anos na fila de espera, finalmente conseguiu adotar seu primeiro filho sozinho. O que ele não esperava, era se apaixonar pelo pai biológico de seu filho.