Pov Noah
Três meses depois que minha vida deu uma mudada. Andy tem agora 9 meses e logo vai fazer um ano. Josh (que realmente é o pai biológico de Andy) e eu já estamos planejando a festa dele, não queremos fazer algo grande, mas também não queremos algo pequeno. Nosso filho merece algo importante.
É, eu entendi que Josh também é pai e eu não o afastei. Ele realmente ama Andy, então está tudo bem meu filho ter dois pais. Claro que as vezes eu sinto um pouco de ciúmes, mas eu tenho conseguido controlar.
E agora o presente... Josh e eu vamos até São Francisco. Por que? Bom, os pais de Josh querem conhecer o neto e eu não vou deixar meu filho viajar sem mim, então vou junto. Beauchamp não se importou com esse fato e parece que nem a família dele, então está tudo certo. Amanhã vamos viajar e não vai ser nenhum pouco estranho. Por que seria estranho? Só porque o pai biológico do meu filho é extremamente gato, anda sempre comigo e é um bom pai, não quer dizer nada. Longe de parecermos uma família... Aí meu Deus! Nós parecemos uma família.
-Noah, quantas fraldas você acha que é suficiente? -Josh pergunta e eu me desperto do meu surto.
-Leva um pacote e compramos mais lá. -assente e guarda na malinha de Andy, que por sinal está sentado no chão do quarto, brincando com alguns brinquedos.
-Minha mãe tá tão ansiosa para conhecer ele. -ele comenta, quando nota que estou olhando para Andy.- Obrigado por ter concordado!
-Por nada... -sorrio e olho para ele, e por um momento, me perdendo nos olhos dele.- Ahn... Você pode dar banho no Andy? Vou fazer o jantar.
-Certo! -ele vai até o nosso filho, o pegando no colo.- Vamos tomar um banho cheiroso agora e...
-Papa! -Andy fala e o mundo para. Meu filho acabou de falar a primeira palavra dele. Eu não poderia ficar mais feliz... Espera, ele não falou para mim. Ele não me enxerga como pai.
-Como é? -Josh pergunta e olha animado para Andy. Ele está feliz e eu nem sei. Eu estou com ciúmes. Ou inveja. Ou medo.
-Papa! -ele repete e coloca as mãos no rosto do loiro. E então eu não consigo mais segurar as lágrimas.
-Você viu isso, Noah? Ele falou... -olha para mim e nota que estou chorando.- Não, não, não... -vem até mim.- Não chora! -e eu choro mais.
-Desculpa, eu...
-Eu sei! Mas ele te ama, você também é pai dele, vocês tem uma conexão linda e...
-Papa! -Andy repete, mas dessa vez ele não está virado para Josh e sim para mim. Meu filho leva as mãos ao meu rosto e tenta secar minhas lágrimas.- Papa!- ELE ME CHAMOU DE PAPA! Meu filho me ama. Volto a sorrir.
-Papai está bem, amor. -beijo a bochecha dele, o pegando no colo.
-Viu? Eu disse! -Josh comenta e eu olho para ele.- Nós dois somos pais dele e ele ama nós dois. -sorrio.
Sorte a minha que o pai biológico do meu filho não é egoísta e entende tudo.
(...)
Durante todo o jantar, Josh e eu ficamos num clima... Eu não sei explicar. Andy já estava dormindo e nós adultos ficamos bebendo vinho na cozinha, enquanto contávamos coisas que não sabíamos um do outro. Somos amigos! Só isso!
Mas de repente surgiu um olhares e alguns toques. Nada malicioso, mas a mão dele tocou a minha um instante e acredito que tenha sido sem querer. Sem falar nos sorrisos que ele lançava para mim e me fazia sentir num primeiro encontro.
Com todas essas dúvidas, eu tive que ligar para a única pessoa que poderia me aconselhar. -Já sei porque me ligou.- Sabina fala quando me atende. Nem deu oi direito.
-Sabe?
-Sim! Você vai falar do Josh. Algo como “ai ele é tão atencioso com Andy” ou “nossa ele é tão lindo”. -debocha de mim, tentando imitar a minha voz.
-Eu não falo assim.
-Isso não vem ao caso. Mas conta o que aconteceu dessa vez.
-Assim... -vou até a porta garantir que ele não está no corredor e volto até a cama- É estranho nós irmos até os pais dele juntos? -pergunto cochichando.
-Vocês parecem uma família, mas não é estranho. Por que seria? -cochicha de volta.
-Sabina, fala direito. Tem mais... Hoje no jantar, parecia que estávamos num encontro. -ouço a risada da minha irmã e eu reviro os olhos.- Sabina!
-Desculpa... Cara, eu shippo tanto vocês.
-Você odiava ele há três meses atrás. -argumento.
-Águas passadas. Hoje eu quero ele como cunhado. -rio.- Mas é sério... No aniversário do Andy, vou para aí e se até lá vocês não tiverem juntos, eu dou meu jeito.
-Eu tenho 25 anos, sei me virar sozinho.
-Então por que você me liga toda semana para falar dele como se tivesse 15? -atira na cara Sabina!
-Ah, lembrei de uma coisa! -falo animado- Andy falou pela primeira vez hoje.
-Ah! -ela grita e eu preciso afastar o celular da orelha- Foi papai? Ou foi “sinto falta da madrinha Saby”?
-Papa! -sorrio me lembrando de tudo que eu senti, desde tristeza por não ter sido eu, até a felicidade quando ele também me reconheceu como pai.- Ele está tão enorme, você tem que ver.
-Eu estou com tanta saudades de vocês! -choraminga. Sabina é esse misto de emoções mesmo, ora feliz, ora chorando. Eu também sou assim.- Mais que do papai e da mamãe.
Eu também sinto falta da minha irmã. Nós sempre fomos próximos e ela que sempre apoiou o meu sonho meio doido de ser pai. Até me ajudou a escolher o nome do Andy. Ela é a minha melhor amiga, minha cúmplice, minha irmã gêmea dois anos mais velha, meu tudo.
(...)
Fico com as palavras da Sabina na minha cabeça, durante a manhã seguinte toda. Estávamos os três no carro, com Josh dirigindo, indo até São Francisco, como uma família. Nós parecemos muito uma família e eu não consigo parar de pensar nesse fato. O que os pais dele vão pensar comigo lá? Sou um intruso na família. Talvez eu devesse ter ficado em casa e chorado o fim de semana todo por meu filho estar longe.
-Ta tudo bem? -Josh pergunta e eu desvio o olhar para ele.- Você está quieto.
-Ah, sim, sim... Tudo ótimo! -sorrio e ele parece se dar por satisfeito. O olhar dele está focado na estrada, Andy dorme tranquilamente no banco de trás e eu estou admirando o loiro dirigindo. Ele fica sério e é até sexy. Merda! Eu preciso acabar com essa paixonite.- Posso ligar o som baixinho?
-Uhum... -responde e mexo no rádio, colocando bem baixinho para não acordar meu filho.- Ow! Eu amo ele! -tocava Justin Bieber e eu olho para ele rindo, que nota minha cara e ri também.- Qual é? Não posso ser um belieber?
-Pode... Só é engraçado porque eu não esperava. -volto a olhar para frente.- E eu nem posso julgar muito, já que amo Harry Styles.
-A pergunta é... Quem não ama Harry Styles? -rio em resposta. Isso é totalmente verdade.
Com a música, o clima ficou mais leve e o meu cérebro finalmente para de pensar um pouco, me fazendo até relaxar. Eu já sentia o sono tomando conta de mim e eu tento segurar, pois prometi para Josh que faria companhia.
-Pode dormir... Você parece cansado.
-Eu não... -ia negar, mas acabo bocejando e entregando meu sono. Ele ri e coloca a mão nos meus olhos, como se me mandasse fechar, isso tudo ainda olhando a estrada.
Eu queria não me sentir atraído assim por ele, porque até a mão dele é interessante e me faz ter pensamentos impuros. Por Deus! Ele só colocou a mão para fechar meus olhos e a minha mente já... Eu preciso definitivamente sair da seca.
Felizmente, eu acabo pegando no sono, não dando tempo do meu cérebro me causar mais peças.
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Our Little Angel (Nosh)
FanfictionNoah, depois de anos na fila de espera, finalmente conseguiu adotar seu primeiro filho sozinho. O que ele não esperava, era se apaixonar pelo pai biológico de seu filho.