Oh My God, I'm in love with him

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Pov Noah

E outubro chegou, mais rápido que eu esperava. Eu não consigo acreditar que meu filho vai fazer um ano. Ele nasceu ontem, como assim? Bem... Não sabemos a data certa que ele nasceu, mas como ele foi deixado no dia 27 de outubro, essa é a data que consta na certidão, que ele nasceu para mim.

Eu e Josh planejamos uma festa a fantasia para Andy, comemorando o halloween junto. Toda a minha família vem, meus amigos vem, a família de Josh vem, os amigos de Josh vem. Vai ser uma grande festa e o nosso filho merece isso.

Falando em Josh, tudo tem sido muito estranho. Não sei explicar porque, mas não é como se estivéssemos nos estranhando ou sei lá, mas como se estivéssemos flertando a todo momento. Sempre tem uma troca de olhares, alguns toques ali, outros aqui... Josh está sempre me elogiando, eu fico vermelho como um tomate, mas gosto dessa sensação.

Eu me pergunto se estou gostando dele. Sabina diz que eu estou todo apaixonadinho por ele, eu já discordo. É só uma atração, não é possível que eu tenha me apaixonado justo pelo pai biológico do meu filho.

-Você viu onde tá o chapéu de Andy? -Josh pergunta na porta do meu quarto e eu me desperto dos meus pensamentos.

Hoje é a festa. Alugamos um salão para caber todos e estamos nos arrumando aqui na minha casa para chegarmos juntos. Meu cérebro não para de pensar que somos como uma família.

Abro a porta do quarto e Josh arregala os olhos ao me ver. Tem algo errado com a minha fantasia de rockeiro? -Ahn... Acho que está na sala. Tinha levado para mostrar para a sua mãe ontem. -indico e ele parece se despertar.

-Ah, sim... -desvia o olhar do meu.- Você está bonito, Noah! -é esse tipo de elogio que me deixa envergonhado.

-Obrigado! -ele também não está nada mal. Quero dizer, ele está lindo vestido de cowboy. Ouvimos um gritinho de Andy e com certeza ele está procurando por nós.- Andy...

-Eu deixei ele no quarto dele... -Josh se vira para ir até o quarto de Andy e o meu olhar automaticamente desce para a bunda dele. A calça é apertada e é impossível eu não reparar nisso.

Merda! Ele é seu amigo, Noah! Desvio o olhar e balanço a cabeça, indo também em direção ao quarto. Andy estava sentado no chão e olhava emburrado para nós dois, ele odeia ficar sozinho. Talvez ele tenha algum trauma inconsciente.

-Estamos aqui, filho! -a voz doce do loiro fala e ele anda até o bebê, que está a coisa mais fofinha vestido de pirata.

-Colo! -ele pede e eu sorrio. Nesses meses todos, Andy adquiriu mais palavras para o vocabulário e está um verdadeiro tagarela, mesmo que muitas coisas nós não entendamos.

-Pronto para a sua festa? -pergunto e Andy olha para mim com um sorriso grande no rosto.

-Sim! -levanta as mãozinhas para cima e grita. Nós como pais babões, gritamos juntos.

(...)

Estão todos aqui... Meus pais, Sabina, meus amigos da faculdade, meus amigos da escola que dou aula, os pais de Josh, a irmã dele que veio da Finlândia especialmente para isso, alguns amigos dele, Heyoon e a esposa, que eu já tive o prazer de conhecer antes.

-Maninho! -Sabina vem correndo até mim me abraçando.- Ele é gato! Por que você ainda não tirou uma casquinha dele? -reviro os olhos pelo comentário.

-Você sabe o porquê. Ele é hétero. -falo baixinho e observo toda a festa, notando que Josh estava conversando com algum amigo, mais afastado, mas olhava para mim. Quando ele vê que eu também estou olhando para ele, sorri e volta o olhar para o amigo.

Ele é hétero, né? Nunca conversamos sobre isso.

-Não parece... -resolvo só ignorar e vou até o meu filho para cantarmos parabéns.

-Andy... Hora do parabéns! -ele não sabe o que é isso, mas bate palminhas animado e eu pego ele no colo, levando até a mesa e chamando Josh no caminho.- Você quer segurar ou...

-Pode ser você. -fala e sorri. Vamos até a mesa e todos estão em volta para a hora mais esperada de um aniversário. O coro de parabéns começa, Beauchamp acende a vela e todos estão batendo palma para o aniversário de um ano do meu filho. Um ano!

Andy parece perdido, mas bate palmas junto com todo mundo. E ao final da música, me abaixo com ele para assoprar a vela. Meu filho parece encantado com o fato do fogo se apagar com um sopro e fica tentando imitar com a boca, super fofo!

Um ano que eu botei os olhos em um pequeno pacotinho que tremia de frio, um ano que eu senti medo de perder alguém que eu nem conhecia, um ano que eu encontrei a razão da minha felicidade, um ano que eu soube o que era ser pai pela primeira vez. Meu filho tem um ano.

Olho para Josh ao meu lado e ele sorria orgulhoso para Andy, eu sei que ele está sentindo o mesmo que eu e por mais que ele tenha conhecido o filho há seis meses atrás, ele o ama muito e esse momento é mágico para nós dois. Mais do que é para Andy.

(...)

Deixei Andy com a minha mãe e Úrsula, que paparicavam meu filho, e fiquei me divertindo com as pessoas da minha idade. Quer dizer, não é bem uma diversão, já que estamos só conversando sobre a vida e o cotidiano. O assunto da vez era casamento e eu não sei o que falar, porque nunca casei.

-E vocês são casados há quanto tempo? -um dos meus colegas de trabalho pergunta para mim e Josh, e eu fico com vontade de me esconder num buraco.

-Nós n-não... -gaguejo para negar.

-Não somos casados. -Josh responde. Meu olhar para nele e ele está totalmente vermelho, eu estou assim também.

-Ah, me desculpe. -pede. Sabina está rindo de mim ali por perto e eu cerro os olhos para ela, repreendendo.

Eu sabia que isso ia acontecer. Essas pessoas não sabem toda a história e nós dois somos pais de Andy, para os outros somos uma família. Mas não é bem assim. Entretanto, meu cérebro começou a imaginar como seria ser casado com Josh... Como seria nossa rotina? Faríamos aquelas coisas bobas de casal, como cozinhar juntos? Se bem que já cozinhamos juntos antes, mas... NÓS PARECEMOS UM CASAL!!!

-Noah? -Josh bota a mão no meu ombro e eu consigo ouvir os sinos da igreja. Porra! Eu tô apaixonado por ele!- Você está bem?

Não, eu não tô bem! Acabei de perceber que eu estou apaixonado pelo pai biológico do meu filho.

-Ahn... Sim! Eu só lembrei que o Andy não mamou. -dou uma desculpa e me preparo para sair.

-Ei! Você deu mama para ele agora há pouco. -franze o cenho e até assim ele fica bonito. Tento pensar numa desculpa melhor.

-As fraldas então! Com licença! -dou as costas e vou até o banheiro. Eu não acredito que eu estou apaixonado por ele. Que merda! Eu preciso superar isso.

Our Little Angel (Nosh)Onde histórias criam vida. Descubra agora