TRÊS

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SUMMER

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SUMMER

Tentei pedir para o senhor Barr — o velho nojento que dirigia a redação — mais trabalho nesse fim de semana. Eu estava disposta a tudo, até trabalhar como freelancer para a área de política internacional do Metrópoles, apesar de não saber quem diabos era a rainha da Inglaterra (Elizabeth II ainda estava viva?).

No entanto, esse plano foi por água abaixo. Barr recusou minha oferta e eu não insisti, porque, por três anos, fui a garota que implorava pela sexta-feira livre para tomar uns drinques com minhas amigas. Barr logo desconfiaria da mudança de atitude, e ele era a última pessoa para quem eu daria explicações sobre minha vida.

Por falar em monarquistas decrépitos, o pior deles entrou na cozinha da redação no momento em que tomava o meu terceiro café do dia — sem açúcar e leite, afinal minha pressão já aumentava dois níveis toda vez que via o senhor River no saguão principal, não precisava ajudá-la a subir mais ainda.

— Bom dia, Love — ele sorriu para mim.

Ok, George Carver estava longe de ser algum decrépito.

Na verdade, ele era aquele tipo de cara que passa na sua rua e você precisa de dois longos minutos para acompanhar tudo que ele era. Com aqueles olhos azuis capazes de derreter gelo, cabelos castanhos meio loiros, um rosto sempre limpo de pelos e os ombros impressionantemente largos, era impossível não encará-lo. 

No seu primeiro dia no Metrópoles, meu pensamento ao vê-lo parado na porta do elevador com um terno azul-cobalto foi "Eu aceito". Assim como outras mulheres no escritório, já estava pensando de que forma eu me aproximaria dele, pois ter aquele homem na minha lista de namorados seria um acontecimento e tanto. 

Não foi assim que a história se seguiu. Foi necessário uma semana para que o caráter mesquinho de George aparecesse. Todos meus pensamentos impuros sobre ele foram substituídos pela minha imagem enforcando seu pescoço com a maldita gravata azul.

E tudo começou quando eu estava naquela mesma sala. Eu contava sobre o evento de caridade que Daniel — apenas meu amigo na época — estava organizando e perguntava para Harmonie se um vestido rosa me faria parecer mais caridosa.

— Só você mesmo para se importar com a cor da sua roupa ao invés do evento em si — George disse por detrás da caneca preta do Sherlock Holmes.

— O que quer dizer com isso? — eu semicerrei os olhos.

— O que você ouviu.

Eu não havia feito absolutamente nada para ele. 

Nada

Depois disso, as coisas só pioraram, porque eu, Summer Love, jamais deixaria barato. Então, nós brigamos pelo último donut da confeitaria do prédio, pela sua caneta que, de alguma maneira estranha, parou na minha mesa. E, mais recentemente, discutimos, porque George achava que Rachel e Ross eram o melhor casal de Friends quando obviamente Rachel tinha uma relação muito mais saudável com o Joey.

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