[ ENEMIES TO LOVERS || +16 ] Summer Love tem dois problemas: uma dívida enorme e George Carver, o seu colega de trabalho que vive implicando com ela por nenhum motivo aparente.
Os dois não se suportam e ficariam felizes em não ter que ver a cara um...
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GEORGE
Eu lia as mensagens do meu grupo de amigos no celular, eles comentavam sobre os preparativos para a festa no sábado. Ellis dizia algo sobre encher a cara, porque sobreviveu ao primeiro ano de casamento.
Desliguei a tela nesse momento, não estava com paciência para aturar Ellis provando que é um homem hetero a essa hora do dia.
A porta da cozinha se abriu e Summer entrou, segurando sua caneca de Crepúsculo — nunca me cansava de tirar sarro desse detalhe. Ela me encarou e franziu o cenho da mesma forma que sempre fazia ao me encontrar, como se esse fosse o grande fardo da sua vida. Então, caminhou em direção a cafeteira.
— Dia agitado? É seu terceiro copo de café.
— Se continuar prestando atenção em mim desse jeito, vou achar que está apaixonado — ela disse, sem levantar os olhos do café.
Hoje, seu cabelo estava preso em um rabo-de-cavalo, apesar de alguns cachos rebeldes terem escapado, caindo delicadamente sobre seu rosto. Seu tom era loiro claro, mas com a luz vindo da janela ao seu lado, eles reluziam parecendo ouro derretido.
Preferia quando seu cabelo estava solto. Os cachos eram daquele tipo cheio, que iam para todos os lados, e provocavam em mim uma vontade irresistível de tocá-los para saber se eram tão macios quanto pareciam... Mas por que diabos eu estava pensando no cabelo de Summer?
Tentei desviar os olhos para seus ombros. O decote enorme da sua blusa também não ajudava em nada, parecia que as curvas dos seus seios olhavam diretamente para mim. Resolvi voltar minha atenção para a tela apagada do meu celular.
Graham escolheu esse momento para entrar na cozinha.
— Ei, hoje é o dia de vocês irem buscar o almoço da redação de acordo com o cronograma — ele informou.
— Eu fui na segunda e na quarta... Quem diabos controla esse cronograma? — perguntei.
— Eu — Graham sorriu — Enfim, está tudo anotado na sua mesa. Lembre-se que Jaime não come carne.
Revirei os olhos. E eu achando que na América seria dono de mim mesmo.
— Estava pensando... — Summer começou a dizer. Eu sabia que nada de bom poderia vir depois dessas palavras.
Estávamos em um restaurante bem elegante próximo ao prédio do Metrópoles, na fila de pedidos para a viagem. Summer não havia dito nenhuma palavra durante o caminho até aqui, o que era estranho, considerando a noite de sexta.
Eu disse tantas coisas a Summer, coisas que não fui capaz de contar para mais ninguém desde que cheguei na América. Na verdade, não havia falado sobre o assunto nem mesmo com meus amigos mais próximos.
Coisas sobre minha ex, nosso noivado, nossa separação... Para ser sincero, foi ótimo tirar isso de mim. Era como um peso de vinte quilos que vinha sufocando meu peito há mais de um ano e, agora, tinha me livrado de uma parte dele.
