Tinta e pergaminho | Sangue e osso (tradução)

67(Final)

"Pare de colocar água bruta do lago nos ladrilhos da minha cozinha"

- Caso você tenha esquecido que estou morto, Ellie. A água do lago não é real "

E ele estava certo em ambos os aspectos. A poça d'água que se formou ao redor de seus sapatos encharcados era intangível e o próprio Regulus estava de fato morto.

"Pare de me chamar de Ellie" ela protestou reflexivamente.

"Oh sim? E o que você vai fazer Ellie? Me mata? Seu namorado já cuidou disso "

E ele era tão idiota quanto Sirius.

"Eu poderia simplesmente parar de invocar você" Eliza ameaçou, não pela primeira vez, enquanto ela se agitava pela cozinha fazendo chá para si mesma.

"E então quem seria seu fantasma de apoio emocional?" Regulus comentou secamente, sentando-se à mesa da cozinha e apoiando o queixo na mão.

Ela obviamente nunca tinha visto Regulus em vida, mas ela tinha visto fotos o suficiente para saber que ele não parecia muito diferente na morte. Seus olhos cinzentos ainda estavam afiados como sempre, o cabelo preto caindo em ondas bem perto de suas orelhas, mas sua pele às vezes parecia translúcida e seus sapatos tinham o péssimo hábito de vazar água do lago, o lago em que ele havia morrido.

"Tenho certeza que Dumbledore adoraria ver o que eu tenho feito também" ela respondeu, alcançando seus armários para pegar uma tigela "Ele pode até ser uma companhia melhor do que você"

Regulus fungou com altivez "Eu sou a melhor empresa que você poderia esperar, Potter Spawn"

"Ok, Baby Black" ela disse com desdém, deslizando para a cadeira em frente a ele e reprimiu um sorriso quando ele soltou um bufo indignado.

"Eu sou seu tio-deus - pare de me chamar assim"

"Você tem literalmente a mesma idade que eu" Eliza desabafou e Regulus soltou um suspiro desamparado.

"Apenas os bons morrem jovens"

Resumindo, Regulus estava muito bem humorado com sua morte. Ela tinha certeza de que se o tivesse convocado uma década atrás, ele estaria espumando pela boca, mas agora, depois de tanto tempo, ele parecia quase contente. Ele não disse nada sobre 'o outro lado' do qual ela o tirou, mas ela presumiu que na morte pelo menos ele encontrou uma paz que a vida nunca foi capaz de lhe oferecer.

"Você era um criminoso de guerra Regulus" Eliza apontou e ele revirou os olhos em resposta.

"Não somos todos?"

Claro que Eliza não teve uma refutação para isso. Regulus sabia demais para ela ser capaz de mentir para se livrar disso de forma convincente. Eliza inicialmente pensou que o fantasma ficaria furioso ao descobrir que sua morte tinha sido praticamente em vão. Ele havia morrido para destruir o Lorde das Trevas, e Eliza o havia consertado de certa forma, mas Regulus não tinha escrúpulos sobre isso. Voldemort se foi, mesmo que não fosse da maneira que ele pretendia originalmente.

"Não importa se eu nunca tivesse ido atrás daquela horcrux" ele disse uma noite, os olhos mais nublados do que o normal "Eu não teria saído daquela guerra vivo de qualquer maneira"

Regulus deixou escapar um suspiro dramático e praticamente flutuou para fora de sua cadeira e foi até a janela de seu pequeno apartamento, olhando para a rua abaixo deles.

"Estamos saindo em breve?"

Regulus estava com ela desde outubro, no México, e quando ela perguntou, o espírito decidiu que ele queria se juntar a ela em suas viagens, ver o mundo que ele nunca tinha experimentado e em suas palavras 'mantenha minha sobrinha afilhada - seja o que for, longe de problemas'