O quinto ato

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A semana do desfile do Imperador sempre movimentava as ruas da capital.

As lojas passavam a vender inúmeros souvenires para acompanhar a passagem da família, comércio especializado em roupas preparava quimonos especiais para a ocasião, doces e bebidas temáticas com motivos reais, tudo que fizesse algum tipo de sentido para o evento. E assim se tornava um grande momento para dar início a primavera, e os festivais que se seguiriam a partir disso.

Mas além da comemoração, e a festividade em si, havia nos bastidores o trabalho burocrático, que fazia com que o dia de desfile fosse tranquilo e que nenhum problema crítico pudesse vir a acontecer. E muito dessa obrigação era da polícia.

Hashirama tinha redigido um documento oficial, que fora entregue para cada detetive e afixado nos principais painéis dos departamentos, com ênfase no de Madara. A equipe dele recebera um mapa com marcações onde cada dupla de detetives deveria ficar; bem como o perímetro a ser vigiado em períodos específicos da passagem do Imperador.

Nessa ocasião, Madara tinha imprimido um mapa maior e deixou preso no painel que ficava ao lado da mesa de Itachi, onde os quatro detetives poderiam ver o espaço que deveriam guardar, bem como fazer qualquer anotação que fosse pertinente.

- Não vai ser necessária nenhuma mudança brusca, o protocolo é igual. – O Tenente circundou as duas áreas onde seus detetives ficariam; marcando qual dupla cuidaria daquele perímetro. - Como todo ano, vamos apenas inverter os locais onde vocês vão patrulhar, para não dizer que fomos negligentes.

- Vamos estar à paisana novamente? - Shino questionou à Madara, que anuiu. - Certo. O Tenente vai precisar ir também?

- Como sempre. – O Uchiha odiava aquelas formalidades, mas tudo que envolvia o Imperador exigia muitos cuidados específicos. - Vou acompanhar junto com o Hashirama, atrás do carro real. Pelo menos não preciso fazer esforço para fingir que não sou da polícia.

- Até mesmo nós já estamos marcados, é sempre a mesma coisa. - Neji retornou ao salão. A pedido do Tenente tinha ido buscar café para todos.

- Obrigado. - Madara apontou para a praça central, onde o desfile terminaria. Era um percurso considerável. - Depois que o Imperador chegar à praça da cerejeira vocês vão precisar acompanhar o perímetro de lá até a hora em que ele sair. Se quiserem, podem aproveitar do festival depois.

- E o trabalho interno? - Itachi perguntou.

Naquela manhã eles tinham terminado de analisar alguns casos antigos que precisariam ser reavaliados para nova investigação, e até então nada mais fora autorizado a ser feito.

- O Hashirama me pediu para deixar vocês livres do trabalho interno de outros departamentos. Eu quero que vão até o centro e façam o caminho do Imperador, depois parem nas áreas em que ficarão de vigia por mais tempo, qualquer coisa podem me ligar.

- Nós te mandaremos fotos, se precisar. - Itachi se levantou, escondendo o distintivo no paletó, e a arma no coldre. - Mais alguma coisa?

- Por enquanto só isso. Vão almoçar e depois façam todo o percurso, qualquer coisa estou no celular e no telefone daqui.

Os detetives deixaram o departamento no começo da tarde, enquanto Madara analisava sozinho o grande mapa agora totalmente demarcado. O desfile aconteceria na sexta-feira, e nesse dia ele encontraria Hashirama no começo da manhã para esperarem o início da comitiva. Todo ano, além dos seguranças da família, os responsáveis de maior patente dos departamentos policiais precisavam acompanhar de perto o carro do Imperador, e ficar de vigia enquanto ele não deixasse a praça central.

Assim, nem Madara ou Hashirama conseguiriam deixar o carro que acompanharia o homem, de modo que ficava a cargo dos detetives maior movimentação, afora se algo maior acontecesse e precisasse de sua intervenção. Em seus anos participando ativamente da celebração, Madara nunca teve problemas com a situação, e esperava que nada acontecesse, sendo apenas uma comemoração de início de primavera.

O AnestesistaOnde histórias criam vida. Descubra agora