O décimo sétimo ato

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A paciência de Madara se esvaiu enquanto eles ainda estavam na avenida principal de Tóquio rumo ao distrito vizinho, e o que parecia uma espera para testar seu autocontrole se tornou uma andança descontrolada, pois ele começou a passar por entre os carros, fazendo curvas bizarras e buzinando para mostrar que era da polícia, e atravessaria a Chuo Expressway tendo o caminho livre para tal, ou não.

Nos primeiros momentos sua atitude repentina gerou algum caos, mas dentro do que os limites espaciais permitiam, os carros foram se afastando para que o Uchiha pudesse finalmente passar por entre eles sem amassar alguns pelo caminho. Ele ganhou muito tempo com isso, mas conforme a avenida foi se afunilando em ruas estreitas, não teve muito a ser feito, a rota para Yamanashi era movimentada, e ele fazia o que fosse preciso para conseguir diminuir o espaço entre eles e o endereço ainda distante para onde estavam indo.

- Só que falta pelo menos meia hora. – Itachi estava tão impaciente quanto o tio. Seus pensamentos embaralhados lhe causavam ansiedade, medo e raiva.

E ele não queria falar nada sobre, mas não tinham certeza se estavam indo ao local onde Sasuke poderia estar; o que naquela situação era muito mais importante do que descobrir o paradeiro de Koji. Na última conversa com Hashirama, o Capitão tinha informado que já estavam no outro endereço, e assim como aconteceu como Neji e Shino, ninguém respondera, de forma que eles se puseram de vigia, para saber se alguém, por ventura, poderia aparecer. Com sorte poderia ser o próprio Anestesista, para eles darem um fim naquilo.

- Madara, eu aproveitei enquanto estamos esperando, e liguei para o Jiraiya, ele conseguiu me passar um contato do cartório mesmo depois do horário, e confirmei o que já imaginava sobre o Koji não ser casado. Não consta nenhum registro, e a pesquisa virtual em redes sociais não mostrou nada, namoro, relacionamento estável. Ele quase não usa qualquer rede social, na verdade.

- Não estou surpreso. E o registro familiar? Pais, irmãos, primos?

- Pai e mãe vivos, moram em Tóquio. Sem irmãos, parentes sem presença midiática ou posições de destaque como políticos. Ele era um solitário com muito tempo livre. Ah, e uma informação importante, a casa que está endereçada no lugar que ele informou ao Uchiha, está em nome da mãe dele, por isso quando você falou com o gerente da Receita ele só encontrou as outras duas casas.

Madara franziu o cenho. – Se eu bem me lembro, não houve mudança de endereço, pelo menos não tinha nada disso no relatório do RH. Agora falta falar com os pais dele e descobrir o motivo.

- Eu vou fazer isso pela manhã, por enquanto vamos ficar vigiando.

- Está bem Hashirama, obrigado. Tomem cuidado.

- Vocês também. Ele teve muito tempo para planejar isso, não espere lidar com um amador.

Sim, o Anestesista tivera bastante espaço para escrever seu roteiro de ódio, e levara Sasuke de sua família. Madara quis adicionar mais algumas palavras sobre o médico, mas se calou; focado naquilo que era importante no momento. Foi preciso que o Tenente respirasse fundo desde sair de Tóquio até o momento em que viu a placa indicando a província vizinha ao oeste.

Yamanashi fazia divisão com Tóquio na direção poente, sendo uma província cercada por montanhas e com maior parte de seu território coberto por florestas e áreas verdes, que poderiam servir para encobrir uma possível fuga, como o Tenente vinha tentando prever que pudesse acontecer desde que descobriu aquele endereço.

Sua capital, Kofu, concentrava a maior parte industrial da província, que em grande parte era constituída por fazendas, e mais uma vez a área verde que vinha levantando suspeitas em Madara. A área rural era bastante movimentada dada a grande produção de frutas da província, principalmente uvas, então fazer buscas não seria tão simples quanto poderia parecer por se tratar de larga parte rural.

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