O décimo quinto ato

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Madara se sentiu tomado por uma ansiedade crescente.

O áudio recebido por Shikamaru era tão esclarecedor que, de repente, todas as pistas soltas pareceram se unir, e agora eles tinham algo a que trabalhar.

- É isso!

O Tenente saiu correndo de sua sala até o salão, onde passou a fazer anotações no painel que já não parecia mais capaz de comportar dados. Entre a linha do tempo que tinham traçado, colocou alguns adendos que conseguiu ligar ao caso por conta da mensagem de Temari.

- Há duas semanas um médico anestesista conversa com uma enfermeira e diz que um parente faleceu. Depois disso ele desaparece. – Neji e Shino se voltaram para o Tenente. – Nos últimos cinco meses a demanda de medicamentos aumentou no Uchiha, e os tipos mais pedidos foram anestésicos. E então nessas últimas duas semanas foram pedidas gazes, seringas e agulhas em maior quantidade. Aí esse médico some, sobrecarregando todo o hospital, e obrigando a administração a cuidar da situação para que os pacientes não fiquem em risco.

- E o sequestrador do Sasuke aparece nas câmeras usando uma máscara sua. – Disse Hashirama. – Como se quisesse realmente afrontar a família Uchiha.

- Sim. – Neji apontou para a data mais antiga. – Mas o que significa os cinco meses anteriores?

- Foi quando o Sasuke deu aquela entrevista para a NHK e se declarou homossexual. Nós achamos que o sequestro dele está relacionado com esse tipo de crime de ódio.

Neji anotou a informação em seu bloco pessoal, sempre utilizava um para qualquer caso que estavam investigando, uma vez que poderia ajudar sua linha de raciocínio, e a traçar um paralelo com situações antigas que pudessem vir a ajudar.

- Mas e o desinfetante hospitalar? – Shino questionou. – O doutor Fugaku disse alguma coisa sobre?

- Ainda não. – Madara pegou o celular. – Ele disse que estava verificando, mas obrigado por me lembrar, eu preciso cobrar uma posição dele.

- Eu posso tentar falar com a Temari de novo, pedir nomes e qualquer coisa que possa ajudar. – Shikamaru também se afastou com seu celular em mãos.

Hashirama se pôs a observar as novas anotações de Madara junto a Shino, enquanto Neji fazia suas próprias notas, de modo a se encontrar por entre tantas informações. Ele e o parceiro ficaram responsáveis por falar com os moradores próximos, mas nenhum deles sequer sabia quem morava naquela casa, e eles tiveram o tato de não comentar, tudo que não precisavam era da mídia saber que Sasuke havia sido sequestrado, e isso gerar curiosos quando ele estivesse de volta em casa, se assim o fizesse.

Fugaku e Temari atenderam aos telefones, respectivamente, quando Itachi apareceu correndo dentro do departamento. Em mãos trazia o livro do irmão.

- Eu descobri! – Ele estava ofegante, cansado. – Já sei como resgatar o Sasuke!

Isso foi o que a Sabaku e o Uchiha ouviram antes de suas linhas ficarem mudas. O pai se sentiu ansioso, e a médica ficou encarando o celular e o guardou depois, ainda pensando sobre aquelas palavras do primogênito Uchiha.

- Está tudo escrito aqui. – Ele apontou para o livro. – O sequestrador dele está usando os mesmos passos do Anestesista, ele deve estar querendo recriar as cenas do livro usando o Sasuke como vítima, e eu tenho como provar.

Em poucos minutos ele mostrou algumas das passagens que remetiam ao que tinha acontecido com seu irmão, e avançando alguns capítulos, redescobriram a história de Amélia, e o que a ligava com Sasuke. No fim, Madara já estava separando outro painel para conseguir escrever o que fosse preciso.

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