O sexto ato

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O Imperador foi saudado ao chegar à praça central, onde uma decoração bastante sutil já adornava a região. Ele dedicou algumas palavras aos súditos, declarando oficialmente a abertura do Hanami Matsuri, o festival de contemplação das flores, e cerca de meia hora depois deixou o local, que foi ganhando maior movimentação ao ser liberado.

Durante esse período, os detetives circularam o perímetro e aguardaram nos locais indicados por Madara, reconhecendo o lugar enquanto os carros dos outros policiais faziam ronda ininterrupta. Madara e Hashirama acompanharam de longe enquanto o Imperador falava, e foram liberados tão logo o carro real circundou a rua da praça e saiu dali.

- Missão cumprida? - Perguntou o Capitão. Madara colocou a mão sobre a dele, e anuiu.

- É o trabalho mais fácil do mundo, e o mais insuportável também.

- Eu te achei muito paciente dessa vez.

- Ah. - Madara pegou o caminho oposto e parou no estacionamento mais próximo da praça. - Não precisar lidar com os guardas dele já é bastante reconfortante. Vou falar com o Itachi e o Neji.

O sobrinho foi o primeiro a receber a ligação, seguido pelo Hyuuga. Era por volta de uma hora da tarde, e a mistura de cheiros e sabores alimentou o apetite deles, que já estavam há quase sete horas em serviço - sem contar o Tenente e Capitão, que estavam desde às quatro e meia da manhã -.

- Já liberei eles do serviço hoje. - Madara apoiou os antebraços no volante e se virou para Hashirama. - Quer almoçar aqui? Temos o resto do dia livre.

- Ah esse convite é bastante tentador Madara. Ficar sentado aqui por horas pode ser bastante desconfortável.

- Então vamos. Agora não é preciso ter pressa.

Madara retirou a gravata e abriu os dois primeiros botões da camisa social, além de remover o terno e erguer as mangas até metade dos antebraços. Ele estava se sentindo muito mais confortável sem todos aqueles tecidos apertando seu pescoço enquanto o sol forte incidia sobre o carro.

Quando deixaram o veículo, sentiram seus músculos esticando conforme a mudança de postura. Um vento suave incidiu sobre eles, conforme se encaminharam para dentro do jardim.

A praça central, que muitos também chamavam de praça da cerejeira, se tratava de um espaço arredondado, com um lago que a repartia no meio e que era ligado por uma ponte circular. Com a chegada da primavera era possível ver as carpas circulando pelo rio, se tornando fotos muito bonitas para estampar cartões postais.

Algumas árvores de cerejeira decoravam a praça, e suas flores começavam a aparecer, criando uma bonita tonalidade rosa para o cenário. As diversas barraquinhas de comida estavam dispostas pelo largo e também ao redor ao lado de fora, e o movimento de passantes aumentou gradativamente no horário do almoço.

A tradição dos quimonos se chocava com a modernidade das calças jeans. Aqueles mais apressados, que não poderiam estar ali por ser dia útil apenas paravam e compravam alguma coisa antes de saírem andando enquanto comiam, e em contrapartida outras pessoas chegavam ali trajadas com os quimonos mais ricamente detalhados.

Madara e Hashirama se misturaram a população e dentro da praça encontraram uma barraca onde pediram algo para comer, e bebidas para refrescar diante do calor. Tinham a vantagem de não precisar voltar tão rapidamente ao departamento, ainda que continuassem com seus celulares ao alcance das mãos, uma vez que qualquer intercorrência precisaria ser repassada.

No entanto, o Tenente sempre dispensava seus detetives, assumindo a responsabilidade caso alguma coisa acontecesse. Hashirama encobria o que fosse preciso, e ainda tinha tempo para passar à tarde ao lado do Uchiha, que não poupava a oportunidade de dizer que eles deveriam amenizar a culpa de não terem se assumido depois de tantos anos.

O AnestesistaOnde histórias criam vida. Descubra agora