O décimo segundo ato

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Hashirama ficou sabendo dos avanços ainda pela manhã, quando encontrou Madara e Itachi no departamento.

- A ideia de pensar sobre os livros é boa, e dá para sustentar considerando as nuances da personalidade dele. Tinha algum trauma para querer ficar em casa?

- O Sasuke tinha problemas com o meu pai, ele era muito cobrado e sempre tinha alguma briga por qualquer motivo. Então ele foi se calando, se tornando uma pessoa silenciosa, e descobriu que gostava de escrever. E isso também gerou brigas.

Madara ia relembrando aqueles momentos da vida do sobrinho conforme Itachi falava. Ele tinha sido pressionado por Fugaku, foram dias difíceis.

- Aconteceu de ele ter me falado uma vez que era mais confortável ficar em casa, mas se precisasse sair por algum motivo, ele ficava mais calado. Depois que tudo aconteceu – Hashirama anuiu, entendendo – ficou quase insustentável. Quando eu intervi e descobri que meu pai agia até que tranquilamente comigo, percebi o que estava acontecendo, era uma briga quase exclusiva com o Sasuke. Aí eu dei a ideia de morar com o tio Madara até os ânimos assentarem.

- Não sei se concorda comigo Itachi, mas sou daquelas pessoas que acredita que uma situação um pouco mais intensa pode sim gerar traumas. – Ele concordou com o Capitão. – Mas você e o Madara com certeza o conhecem melhor, então pode ser que seja um motivo ou não. Mas eu perguntei por que qualquer motivo de reclusão parecido com esse poderia gerar algum tipo de terapia, talvez.

- O contato externo do Sasuke era maior com o Gaara, eu acredito que ele pegou a situação com meu pai, uniu com a escrita e percebeu que ficar em casa era bom pelo lado ruim, e pelo bom, relacionado com o trabalho.

- E sobre o hospital? Seu pai não conseguiu nada?

Itachi negou. Madara resolveu intervir.

- O Fugaku me ligou mais cedo, disse que não conseguiu nada, mas vai entrar em contato com o RH para perguntar sobre os médicos, novas entradas ou saídas. Está tentando todas as opções.

Hashirama ficou pensando sobre quanta culpa Fugaku deveria sentir depois de um passado difícil com o filho mais novo, e agora descobrir que ele tinha sido sequestrado.

- Tenente? – A voz de Shikamaru saiu abafada no primeiro momento. Ele ficou esperando a autorização de Madara para abrir a porta. – Eu terminei de verificar as câmeras em frente às casas, tem algo que vocês deveriam ver.

A sala de vídeo ficava do outro lado do salão, atravessando pelo espaço onde a equipe de Madara ficava. Neji e Shino também estavam lá e voltaram a imagem até o momento que precisavam mostrar ao Tenente.

- Essa filmagem é a da casa vizinha, por sorte. – O Hyuuga se adiantou. – A moradora disse que trocou as câmeras recentemente porque achava que as antigas eram grandes e exageradas, e faltava discrição. Sinto que nos ajudou, porque foi a única casa que pegou essa movimentação.

Itachi prendeu a respiração quando o furgão branco apareceu diante deles. Obviamente a placa estava coberta por algum tecido que impedia de ver a numeração, mas a figura de preto saiu de lá, e dessa vez não usava a máscara preta por cima para esconder sua identidade. Os cabelos eram longos e pretos; as feições duras e orgulhosas. Muito parecido com...

- Madara?

A pergunta veio de Hashirama. O Uchiha encarou com muita seriedade aquela imagem. Não somente parecia consigo, dependendo do ângulo em que fosse visto podia-se dizer que era o próprio Tenente, e ele não gostou nem um pouco da constatação.

- A audácia do desgraçado. – O Tenente estava furioso. – Usou o que? Uma máscara minha para sequestrar o meu sobrinho. – Sua voz estrava com um tom sombrio. - É uma pena que funcionou.

O AnestesistaOnde histórias criam vida. Descubra agora