Capítulo 19

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Pov: Severus Snape

Assim que saio do banheiro após o banho ainda com uma toalha vou tomar os meus remédios que Madame Pomfrey passou para que eu pudesse me recuperar mais rápido. São duas poções por dia, uma pela manhã e outra a noite.

Desde que ela me examinou já tem 4 dias, esse é o quinto, quase uma semana, e não falo desde então. 4 dias sem falar nada. Está sendo um inferno. A minha língua coça para que eu fale e à momentos em que tenho que fazer força para não falar, está sendo mais difícil do que eu imaginava. Mas eu consigo passar os dois meses que ela pediu. Consegui enganar Voldemort então isso vai ser fácil.

Me visto e então saio dos meus aposentos e desço para o Salão Comunal da Sonserina. Os alunos já estão saindo para o café da manhã então espero do lado de fora.

Assim que Draco passa pela porta seguro o seu pulso e puxo para perto de onde estou. Noto que ele se assustou, mas mantém a expressão esnobe para disfarçar.

   — O que é? — Pergunta irritado.

Não digo nada, nem posso mesmo, então saio andando ainda o segurando até um corredor menos movimentado.

"Me desculpe por ontem."

As palavras surgem no ar a sua frente com o movimento da minha varinha. Agora já soltei o seu pulso e ele se afastou um pouco.

Ele olha para as palavras, mas não tem nenhuma expressão ou reação.

"Draco diga algo. Você sabe que não estou com raiva."

   — E não teria motivos para estar mesmo — Diz venenoso e cruza os braços.

"Eu estava irritado com o Potter, não gosto dele falando com Susana e já lhe disse isso, mas agora você também fala com ele e isso está me irritando."

   — Não sabia que você também queria controlar as minhas amizades — Diz se referindo ao seu pai, Lucius.

O olho ofendido pela comparação.

Eu que cuidei dele e agora tenho que escutar esse tipo de coisa.

"Cuidado com o que fala!"

Ele não diz nada e continua do mesmo jeito. Olha para um ponto em específico a sua frente e então suspira irritado.

   — Já posso sair?

"Se quiser."

Ele não espera mais nada e então vira as costas saindo sem olhar para trás.

Eu queria conversar, pedir que parasse de falar com o Potter ou ao menos me dizer o porque agora são amigos, mas se ele só prefere sair então tudo bem. Continuo não gostando nem um pouco dessa amizade.

O que esse maldito grifinorio tem que até os sonserinos estão sendo seus amigos? Primeiro Susana, que não é de se estranhar já que é amiga de todos, mas até o Draco?

(...)

Hoje tive aula com as turmas avançadas da Lufa-Lufa e peguei os nomes de quem queria participar da seleção. Apenas dois alunos entre tantos tiveram a coragem de erguer a mão para que eu colocasse os seus nomes, mesmo que as mãos se temessem de nervosismo eles ainda assim as levantaram. Muita coragem eu diria.

Olho a quantidade de alunos e não sei se acho bom ou ruim. É bom porque será mais rápido para avaliar já que são poucos, mas é ruim já que ou eles não sabem fazer poções decentes no auge dos seus estudos ou como o Potter disse talvez as minhas aulas não passem muito conhecimento. Ora! É claro que passam, eles é que são uns cabeças ocas que não estudam e apreciam a antiga arte de fazer poções.

Apenas 20 alunos.

20 alunos dentre os 211.

|'__'__'__'__'__'__'__'_'_|
|Grifinoria|3 alunos |
|____________________|
|Lufa-Lufa| 2 alunos|
|____________________|
|Corvinal|10 alunos |
|____________________|
|Sonserina|5 alunos |
|____________________|

Não importa se é ruim, o bom é que não vou ter muito trabalho. Foco nessa parte importante é então começo a revisar os testes se está tudo certo para que tudo possa ser realizado antes das férias de Natal. Quando as aulas voltaram depois das férias já que não quero mais precisar dá aulas, o aluno para me substituir já terá sido escolhido e só vou o auxiliar no que for preciso.

Susana ainda não sabe que vamos passar o Natal aqui mesmo em Hogwarts, mas espero que compreenda. Madame Pomfrey gosta de fazer exames com frequência para saber se está tudo certo e também não quero voltar para a minha casa na rua da Afiação. Aquele lugar é deplorável. Não que eu ache ruim, mas a energia por lá é pesada e maçante, não à muitas cores e vida, tudo remete a tristeza, trevas e depressão. Não quero que Susana vá lá. Preciso comprar uma casa nova em um lugar mais vivo, onde ela possa ver o céu azul e não cinza, onde tenha flores e árvores vivas que balanças suas folhas com o vento e não árvores mortas e de grama murcha. Uma casa mais clara e arejada, não a minha casa que é escura, abafada e tudo fede a mofo e podridão.

Preciso organizar direito a minha vida, agora a minha filha está aqui comigo e não posso mais viver feito um moribundo atrás de ordens. Preciso pensar em coisas mais do cotidiano como onde morar, encher os armários com comida saudável, fazer passeios e está presente na vida dela. Já fui muito ausente por obrigação, mas agora é diferente e quero aproveitar todo o tempo que ainda tenho.

Coloco a cabeça sobre as mãos e suspiro cansado do dia cheio. Vou para meu quarto e deixo os pergaminhos sobre a mesa da sala. Só preciso de um banho e a minha cama agora. Ah como é bom se deitar e relaxar. Foram poucas as vezes em que pude relaxar de verdade e agora depois de tudo finalmente posso ir vivendo um dia de cada vez sem precisar me preocupar com o futuro, se Susana está correndo perigo ou também que o meu disfarce fosse descoberto. Voldemort está morto. Essa foi a única coisa boa que o Potter fez da sua vida, pelo menos isso. Ele tinha que fazer algo afinal.

Susana Snape (Snarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora