Capítulo 44

665 92 24
                                    

Pov: Severus Snape

Os minutos se arrastam silenciosos dentro da sala de aula na espera dos estudantes. Harry chegou cedo e apenas murmurou um rápido "bom dia" antes de se sentar em sua cadeira na frente da sala e abrir as janelas como de costume, mas além disso ele não falou nada ou pareceu ligar para a minha presença na sala.

Eu também não quero falar com ele. As coisas que a minha cabeça me fizeram pensar no sábado a noite ainda me perturbam de uma maneira nada boa. Ou sim, vista de outro ângulo, mas certamente não é realmente bom em nenhum deles. Vários fatores precisariam ser colocados de lado para que o simples pensamento de que os gemidos de Aikyo não eram tão tentadores quanto os do Harry. Ou o prazer em seus olhos não serem tão selvagens quanto o do adolescente.

Merlin deve estar brincando com o meu nome para me fazer passar por isso.

Desejar um aluno enquanto estava com outra pessoa.

A que ponto cheguei?

Me recuso a aceitar a culpa dos meus pensamentos. Ele que gemeu nas minhas mãos, ele que me olhou com desejo, ele que tinha a luxúria queimando em suas veias... Eu só vi isso tudo acontecer. Não é bem minha culpa, não fiz de propósito. Posso até ser a vítima disso tudo.

A culpa estava presente após o ato, mas durante nada conseguia tirar da minha menta a imagem dele deitado na minha cama e gemendo sem pudor algum. Durante foi maravilhoso, mas depois... A culpa veio.
O domingo foi enlouquecedor, a autocrítica era como um dementador sugando a minha sanidade. Mas hoje, segunda de manhã, é como se não tivesse acontecido nada. Uma máscara, é claro. A tranquilidade e a expressão séria de sempre não dão abertura para a culpa. Anos treinando o controle das minhas emoções não me permitem mostrar a guerra interna que corre na minha cabeça.

Os alunos começam a entrar na sala e se sentam em seus lugares. Esse é o fim do silêncio constrangedor.

Por um tempo.

●○●○●○●○●○●○●○
Pov: Harry Potter

Quando dá o horário do almoço deixo as minhas coisas sobre a mesa e saio da sala de poções às presas.

Depois de alguns dias falando com o professor e nutrino uma amizade (?) desde o Natal foi estranho não trocarmos uma palavra por toda a manhã. Fiquei sem assuntos. O que ia falar? "E ai professor, foi boa a transa?" Óbvio que não.

Os corredores estão cheios e bem barulhentos, por sorte encontro Susana andando sozinha e me aproximo dela. Quem sabe não consigo arrancar algumas informações sobre o seu pai.
Droga! Ron chega nela primeiro e não vou perguntar nada na frente dele. Vou ter que esperar até ficarmos sozinhos.

   — Oi — Chamo a atenção deles.

   — Harry — Ana exclama feliz.

Ron só acena, a sua expressão irritada explica o seu comportamento quieto.

   — Algum problema? — Pergunto curioso, mas sem querer ser invasivo.

   — Todos, todos os problemas que forem possíveis — Diz indignado. — Não consegui comer direito no café por causa desses malditos fofoqueiros, todo mundo fica me encarando e soltando risinhos idiotas, agora estou morrendo de fome e também perdi pontos em História da Magia por azarar um menino que tentou jogar um feitiço da verdade em mim!

   — Sinto muito cara, você sabe como são as fofocas por aqui — Tento consolar por já estar acostumado com isso.

   — Eu odeio todos — Diz irritado.

Ana e eu ficamos rindo, mas antes que possamos dizer algo Draco fala alto se aproximando, no seu tom de provocações de sempre.

   — Apaixonado Weasley? — Draco pergunta.

Susana Snape (Snarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora