Susana Snape (Snarry)

Capítulo 30

Pov: Severus Snape

Não acredito que depois de planejar tanto uma desculpa esfarrapada para ir embora Susana deu birra que queria ficar mais e nessa brincadeira deu três horas da manhã.

Ela nunca deu birra antes!

Ah Merlin... As más influências. Eu sabia que o Potter não prestava.

E tudo só melhora, depois que Molly reclamou estar tarde para atormentar o "pobre zelador filch" a abrir os portões de Hogwarts. Lupin sugeriu passarmos a noite no Largo grimmauld. Na mansão do Black!

Que pobre zelador é o caralho! Esse é o trabalho dele! Eu não ligo se está tarde ou cedo, se eu chego a escola ele tem a obrigação de abrir os portões seja a hora que for! Eu praticamente moro lá e não posso entrar só por que está tarde? Me poupe! Grifinorios.

Ridículos!

O pior de tudo foi Susana animada em ir para a mansão do Black.

Como eu ia negar isso a ela?

Ela ficou tão feliz ao receber um suéter amarelo feito por Molly com um S verde bem grande no centro da roupa. Parecia uma Weasley, todos no final da festa estavam usando suéters com as iniciais dos seus nomes e só eu com as minhas vestes pretas. Na verdade eu também ganhei um suéter, ele é cinza com um S marrom, mas não queria me sujeitar a esse papel ridículo.

Susana também ganhou um presente do Harry. Ele lhe deu pincéis e tintas para que ela possa pintar. Quase ninguém sabe que ela gosta de pintar e ele sabe! O que raios ele sabe tanto?! Meu kit completo de jardinagem ficou de lado enquanto ela faltava não soltar aquele moleque nojento.
E agora adivinha só?

Estou em um dos quartos de hóspedes no Largo grimmauld!

Olha onde eu vim parar!

Inferno sangrento!

Salazar com diarreia!

Aaaa!

Esse é o preço que se pagar por ser um pai bom de mais. Ela se aproveitou da minha bondade. Mas não vai ser mais assim, quero ver se ela vai ter todas essas regalias, vou ser mais duro com ela. Onde já se viu? O temido Severus Snape, mestre de poções, ex-comensal da morte e até a merda do Morcegão das Masmorras sendo feito de capacho por uma criança de 15 anos? Inaceitável!

Afundo o rosto no travesseiro segurando ao máximo a vontade de gritar e parecer um adolescente ridículo de filme.

Me levanto irritado e saiu do quarto para ir beber um pouco de água. Enquanto passo pelo corredor escuto uns barulhos estranho, a princípio penso ser aquele casal ridículo de velhos, mas só escuto uma voz e é gritando de dor. Parece estar agonizando. Pego a varinha do bolso da calça e corro até a porta do quarto em que Susana ficou e vejo ela dormindo bem confortável na grande cama, saio do quarto e fecho a sua porta aliviado que ela esteja bem. Sigo o som dos lamúrios doloridos com a varinha ainda erguida e abro a porta do próximo quarto preparado para um ataque.

Nada do que imaginei está acontecendo. Não há lutas, não há torturas ou combates. Só o Potter.

Me aproximo e o vejo se debatendo na cama parecendo sentir dor, mas ele ainda está dormindo. Deve estar tendo um pesadelo.

   — Potter — Chamo e cutuco o seu braço coberto pela camisa com a ponta da varinha. Ele se afasta assustado, mas ainda não acordou. — Potter acorde.

Ele não acorda. O que eu faço?

Quando Susana tem pesadelos eu a abraço até que se acalme e ela volta a dormir, mas não vou abraçar ele. Seria estranho. Chamo seu nome de novo, mas continuo sendo ignorado. Ele acabou se afastando da beira da cama enquanto se contorcia então me curvo para poder tocá-lo novamente, mas ele se senta rápido gritando de dor e coloca a mão na testa. Onde a cicatriz fica. Ele se treme e tem lágrimas descendo pelos seus olhos, no calor do momento sem saber o que fazer para ajudar e também para que ele não acorde os outros lhe puxo para um abraço.