Capítulo 9

364 29 36
                                    

~Elain

"Quem era aquele homem?"

"Onde eu estava?"

"O que ele tinha feito comigo?"

Muitas perguntas borbulhavam na minha mente naquela noite, eu simplesmente não conseguia dormir estar ali era a pior sensação que eu já tinha sentido na vida. Me levantei da cama e sentei na poltrona em frente a janela, aquela não era a minha casa, minha família não estava lá... Minha família, como eu sentia falta deles, como eles estariam agora, Feyre provavelmente deve estar chorando mas sendo consolada por Rhys, Nestha estaria me xingando até a minha quinta geração, sim isso claramente seria o que sua irmã faria mas Cassian estaria ali por ela, Mor encheria a cara pra tentar ignorar tudo o que estava acontecendo, Amren se trancaria em casa juntamente com Varian, Az... Como ele estaria? Eu não consigo responder essa pergunta mas peço a mãe que ele esteja bem e que não se culpe por nada do que aconteceu. Com esses pensamentos em minha mente o sono me pegou.

Fui acordada com a sensação de que estava sendo encarada, abri os olhos lentamente e vi novamente aquele homem estranho, mas o que ele estava encarando? Tentei seguir os seus olhos até o que ele estava vendo... Aquele pervertido estava olhando prós meus peitos!

- Pode parar de encarar o meu peito? - eu disse me cobrindo, o homem não esboçou surpresa alguma apenas deu um leve sorriso com os lábios o que me deixou mais indignada.

- Você não pode me julgar, você inteira parece que foi esculpida, estou orgulhoso do meu trabalho - disse ele se virando para sair.

- Como assim seu trabalho?

- Venha tomar café, precisamos conversar!

Eu me levantei da cama e vi que na cadeira ao lado havia um vestido igual o que eu tinha usado ontem, porém esse era preto.

-Ótimo! Além de pervertido, ele ainda é consultor de moda - eu disse com sarcasmo enquanto me vestia, depois de um tempo decidi que estava pronta para ir e me dirigi até a sala de jantar novamente.

- Sobre o que exatamente você quer conversar? - Eu disse enquanto me sentava.

- Eu pelo menos posso comer antes de você me encher de perguntas? - disse ele com arrogância, eu apenas acenei com a cabeça.

Enquanto eu me alimentava eu finalmente me permiti analisar aquele homem a minha frente, ele era... Estranho e extremamente lindo. Sua pele era negra o que contrastrava perfeitamente com os seus olhos dourados como ouro, ele era alto talvez até maior que Cassian, alguns traços me lembravam ele, mas apenas físicos tudo o que saia daquele homem me lembrava apenas uma palavra: Poder.

- Se ficar me encarando mais vou achar que você é uma pervertida - Como ele sabia? Eu não tinha dito isso em voz alta - Eu já disse estou em sua mente e você na minha, tudo o que você pensa eu consigo saber.

- E pq eu não consigo saber o que você pensa? - eu perguntei extremamente intrigada.

- Você vai poder, apenas precisa do treinamento certo - Ele se levantou e olhou para um ponto específico - me siga!

Me levantei e o segui seja lá para onde estávamos indo, ele me levou por dentro daquela enorme casa talvez fosse até uma mansão, gostaria de ter tempo para explorar cada canto dali, eu adoraria cozinhar sinto falta disso.

- Eu posso te apresentar a cozinha, quando quiser.

- Pare de ler meus pensamentos, agora!

- Como queira. - chegamos a um lugar aberto, que aparentemente era um campo de treinamento.

- O que nós estamos fazendo aqui?

- Eu preciso que você se torne forte para me receber - O... O que? O que ele estava dizendo?

- Não desse jeito, sua estranha! A não ser que peça- Ele percebeu meu olhar de repreensão - eu não li a sua mente, dá pra ver na sua cara.

- Certo! Como assim eu preciso me tornar forte pra te receber?

- Vou te explicar em outro momento, agora só cale a boca e feche os olhos - Foi o que eu fiz, pq eu simplesmente obedecia tudo o que aquele desgraçado falava?

- Ótimo, vamos lá - ele se posicionou ao meu lado e começou a ditar ordens - Quero que você limpe a sua mente agora, não pense em absolutamente nada, não ouça nada, se esvazie - demorou um tempo mas eu consegui esvaziar a minha mente - Muito bem! Agora quando você abrir os olhos quero que você ataque o que está a sua frente.

- Como? Atacar?

- Isso! Mas você vai usar a sua mente, pense em algo ruim que você poderia fazer para paralisar o que está a frente.

- Eu... Eu não consigo, isso não é pra mim.

- Cale a maldita boca e se concentre, vou contar até três e você poderá abrir os olhos - eu concordei silenciosamente.

- Um - respirei acalmando o meu batimento cardiaco.

- Dois - Esvaziei a minha mente e tentei focar meus ouvidos para identificar o que estava a frente.

- Três - Abri os olhos.

Era... eu mesma, não aquela não poderia ser eu, havia algo de estranho no seu olhar não tive tempo para analisar mais quando a minha sozia tentou me atacar com uma adaga, automaticamente eu fechei os meus olhos mas ela não me atingiu simplesmente pausou no ar. Olhei para o homem que estava ao meu lado e ele não estava mais lá, estava em um canto embaixo de uma árvore apenas observando, mal tive tempo pra reagir e a sozia veio para cima de mim novamente. Me afastei antes que ela pudesse me alcançar, fúria passava pelos seus olhos.

- O que foi ratinha vai correr? Isso não me surpreende - Aquela era minha voz mas não era eu, eu nunca diria algo assim.

Mais uma vez ela tentou me atacar, mais rápido do que eu pude reagir ela passou a própria perna por debaixo da minha o que me fez cair no chão, ela não me deu tempo de pensar subiu em cima de mim dando um belo soco em minha face o que me fez gemer de dor.

- O que foi ratinha? Não vai reagir? - outro soco - É claro que não - mais um soco - Você é fraca Elain - mais outro - Completamente fraca - meu rosto ardia e eu sentia meu nariz quebrado - Você nunca vai conseguir proteger quem você ama, eu vou matar cada um deles e...

Ela não terminou de falar, ao tocar no nome da minha família uma fúria como eu nunca havia sentido antes tomou conta do meu corpo, eu sentia o meu corpo todo fervendo mas nada disso me impediu de levantar a minha mão e sem toca-la, ela voou até bater em um tronco de uma árvore.

- Então... Você... Finalmente decidiu... Reagir? - dizia ela com dificuldade, eu não me prestei a ouvir o que ela dizia, ela estava morta ou melhor estaria em pouco tempo.

Me aproximei lentamente, embaixo dos meus pés onde cada passo meu tocava morria uma parte da terra, eu não me importei não com tanta fúria subindo pelo meu corpo, me aproximei da vadia a minha frente desci bem perto do seu ouvido e proferi simples palavras:

- Nunca mais toque no nome da minha família - Sua cabeça caiu para o lado, rolando pela grama. Minhas mãos não estavam manchadas do mesmo sangue que corria pela minha face, a dor não me importava naquele momento, aquilo tinha sido apenas um susurro do meu pensamento e em nenhum momento eu havia me sentido mal por ter feito aquilo, encarei o homem do outro lado do campo com um sorriso no rosto. A consciência pesou sobre os meus ombros e o sorriso desapareceu dos meus lábios, o que eu havia feito?

Senti braços me segurando quando o meu corpo caiu sobre a terra.

- Você foi muito bem! Está quase pronta para mim docinho - foi a última coisa que eu ouvi antes de desmaiar.

O Encantador De Sombras E A CorçaOnde histórias criam vida. Descubra agora