- Elain
Magia...
Pura e constante magia, em nenhuma parte do meu vocabulário inteiro eu encontraria uma palavra melhor pra descrever o que era aquele lugar. Nos cinco havíamos acordado em frente de um muro gigantesco e andamos por quilômetros ate encontrar: Um portão de ferro que aparentemente chegava a metros de altura tão exorbitantes que a olhos nus não conseguíamos ver o final pois a neblina cobria grande parte do paredão. Com grandes correntes o atravessando e plantas, musgos e ervas daninhas dando ar ainda mais milenar a aquela enorme construção, se é que aquilo era uma construção algo em mim gritava que era algo bem mais profundo.
--- Seja lá quem ou o porquê fez isso sabia muito bem o que estava fazendo - afirmou Cassian, aterrissando ao meu lado.
- Precisamos abrir e rápido - disse Mor se aproximando da enorme construção - Vamos tirar uma parte dessas ervas pra podermos enxergar melhor - Todos assentiram.
Em pouco tempo grande parte das plantas estavam no chão nos dando um novo deslumbre no enorme portão de ferro. As correntes estavam toas ligadas a um único cadeado, todavia havia um porém: Nós tínhamos cinco chaves.
- E agora como vamos saber qual chave é a certa? - Questionou Gwyn com a testa franzida, eu ainda ficava espantada no quão bela ela era com seus cabelos ruivos, seus olhos azuis que lembravam aguas tranquilas e calmas como os mares da estival, fico feliz apenas em pensar que em pouco tempo já nos tornamos próximas.
- Vamos ter que testar uma de cada vez e ver qual se encaixa. Cada um de nós estava com a chave pendurada em um barbante escondido dentro do uniforme, mas em poucos instantes Az já estava voando acima tentando encaixar a chave no portão. - Sua vez Cass - disse Az aterrissando.
E assim um a um todos tentaram encaixar suas chaves até que restou apenas uma, a minha.
- Certo vamos lá Elain - Cass me ajudou a subir até onde se encontrava o cadeado e ainda o encarando segurei o cordão puxando a chave pra mim. Antes de encaixa-la minha mão tocou o portão de ferro como se... como se eu já conhecesse seja lá o que está através desse portão, como se tudo e todos aguardasse apenas esse dia. Estranhamente mesmo tocando o ferro frio minha mão estava quente e eu podia sentir cada pulsação do meu coração.
- Vai dar tudo certo Ellie, apenas encaixe a chave e não olhe para baixo - Era Mor me incentivando lá de baixo.
- Tudo bem - disse pra mim mesma - Obrigada Mor! - gritei lá pra baixo. Me virando encarei novamente o cadeado e aproximei a chave dele, cada segundo era como se o sangue em minhas veias, aumentasse gradativamente e uma alegria surgiu em algum lugar dentro de mim. Quando a chave encaixou foi uma diferença mínima até que eu a virasse então uma luz forte irradiou pelo portão e a ultima coisa que eu me lembro é de ver as correntes caindo ao chão... até agora.
De cima onde estávamos conseguíamos ter uma visão ampla de todo o lugar, que é todo construído em cima do mar que de onde estávamos aparentemente não tinha fim, três grandes círculos de terra de civilização todos ligados a pontes que davam ao lugar central onde um castelo exorbitante estava posicionado, vários tipos de relevos e terras poderiam ser observados: ao norte montanhas com picos nevados e ao sul um deserto de areias brancas que se movimentavam com qualquer traço da brisa do vento. Era estranho descrever o clima daquele lugar, não era calor, nem frio, nem chuvoso... era reconfortante.
- Que caralhos de lugar é esse? - disse Cassian sendo o primeiro a falar.
- Você tirou as palavras da minha boca Cass - Mor concordou - Vamos explorar e ver se encontramos uma alma gentil pra nos orientar.
- Tomem cuidado estamos em um território novo, olhos atentos sempre - disse Azriel cauteloso.
- Certo! - todos respondemos.
A cada passo mais encantada eu ficava com a beleza desse lugar, passamos por pessoas no campo que sorriram cordiais eles riam e falavam algo entre si que nenhum de nós conseguiu entender, mas fiquei feliz pela alegria deles. Quando paramos em um pequeno lago para repor as energias encontramos uma nova descoberta.
- Então... Cass eu acho que você fez um novo amigo - Me segurei pra não rir enquanto falava.
- E aparentemente ele gostou do seu cabelo - disse Mor gargalhando.
- Engraçadinhas aposto que é uma brincadeira e... - Ele se virou e encontrou: uma especie de cavalo alado, com asas e de um tom creme, o animal mais lindo que eu já havia visto em toda minha vida - Mas que porra é essa? - Por coincidência do chamado vulgar ou não o animal espirrou nele sujando grande parte do seu cabelo.
-Bom ela é conhecida por muitos nomes, mas "porra" com certeza não é um deles. - Uma mulher surgiu de cima das arvores pulando a nossa frente - Algodão eu já disse pra parar de ser gentil com estranhos - disse ela acariciando o cavalo cujo nome aparentemente era " algodão" fazendo uma alusão a sua pelugem - E quem são vocês? Não me lembro de ter visto vocês por aqui.
- Nós somos...
- Da fazenda - disse Mor interrompendo as palavras de Gwyn - De uma fazenda bem afastada, somos todos irmãos.
- Hum.. vocês não parecem irmãos - disse a mulher dando uma leve virada no pescoço balançando os seus longos fios.
- Somos de mães diferentes - disse Gwyn rapidamente.
- Certo... - disse a mulher inspirando fundo - eu vou perguntar de novo - ela se virou encarando um a um - Quem são... - Seus olhos pararam em mim e então por uma fração de tempo eles se arregalaram e enquanto eu analisava sua expressão também analisei a mulher a minha frente, ela era parda como Cass e Az e tinha cabelos que batiam na altura da bunda castanhos escuros que iam clareando até chegar na ponta, um corpo escultural que me lembrava o de Mor, mas essa mulher tinha todos os traços de um illyriano menos as asas tão características e a cor dos seus olhos eram verdes como esmeraldas, que brilhavam ainda mais no reflexo do sol - Você... - disse ela interrompendo minha analise.
-Muito prazer eu sou... - disse me apresentando quando fui interrompida pela mulher.
- Eu sei... eu sei quem você é!
- Como?
- Então finalmente chegou o momento - disse ela mais para si mesma do que para nós ignorando a minha pergunta.
- Hora do que? - perguntou Az ao meu lado.
- Não sou digna de explicar nada - disse ela abaixando o olhar.
- Então pode nos dizer pelo menos o seu nome? - perguntei a mulher, me assustando quando em um piscar de olhos o seu vestido de camponesa sumiu dando lugar a um uniforme de soldado e seus cabelos antes soltos agora em duas tranças.
- Eu sou a comandante Triz e protejo cada cidadão com a minha vida! - E trazendo espanto aos olhos de todos a mulher se ajoelhou a minha frente proferindo palavras que eu nunca nem em sonhos ousaria ouvir - A seu dispor Vossa Majestade!
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O Encantador De Sombras E A Corça
RomanceElas não paravam, nunca paravam! Eu queria gritar, eu queria correr, eu queria morrer... então eu afundei com um último suspiro, eu gritei embaixo da água como um último registro da minha existência no mundo, meu peito começou a arder, o meu corpo f...