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-Brigada, Sr. Jackson! - Juliette saiu da loja de conveniência do posto de gasolina rindo. Sua mãe tinha pedido pra ela entregar uma encomenda para a dona do estabelecimento ao lado, mas Juliette do jeito que é não podia deixar de passar ali e cumprimentar o senhor que sempre era simpático com ela. Juliette era bem conhecida na escola não apenas por ser líder seu grupo, que era bastante popular, mas na cidade, sua personalidade extrovertida a fazia se dar bem com qualquer um e render conversas em qualquer assunto.

Ela suspirou se lembrando de passar na padaria, já devia estar na hora de sair o pão e sua mãe iria adorar um pão quentinho na manteiga. Seus pensamentos gulosos são interrompidos de supetão com a sequência de volumes altos dos aceleradores de motos. 

Juliette congelou no lugar de susto ao ver inúmeras motos em alta velocidade subindo na calçada do posto inconsequentemente. Arregalou os olhos, será que eles não viram ela ali. Ela balançou a cabeça se aproximando assim que voltou a sentir sua alma. 

-Lucas, volte com o meu troco! - Ela viu uma morena gritar antes de abaixar seu visor com força, não antes de ser pega encarando-a. Não tinha cara de simpatia e suas tatuagens na pele bronzeada eram um belo de um cai fora. Ela viu um menino magro negro entrando pela porta em que tinha saído, provavelmente era Lucas. 

A morena fez uma nota mental, extremamente rudes. Ela nem sabe quanto tempo encarou o grupo, suas motos estavam espalhadas pelo posto ocupando todas as bombas de gasolina no local e seus movimentos eram rápidos e objetivos. Ela olhou para um ponto em que uma figura feminina de capacete apertava os botões enquanto uma masculina segurava a mangueira. Era até bonito ver como eram organizados, quase uma dança.

-Comprou? - uma voz masculina perguntou levantando seu apoio e acelerando ainda no lugar para o menino que voltava da loja de conveniências. Ele acenou e pôs o capacete, simples de rápido, logo subindo em sua moto que já tinham tratado de encher o tanque por ele. Juliette franziu a testa ao ouvir alguns outros acelerarem suas motos, primeiro esquentando e segundos depois, o primeiro deu partida. Uma partida tão brusca que deixou marca do seu pneu no cimento, deslizando um pouco no início e então sumindo na rua. 

-Ei! - Juliette gritou e avançou ao perceber o que acontecia, logo mais dois e então outro, ela andou rápido a ponto de ver eles ficando menores e menores à medida em que iam mais longe. Ela não acreditava que eles foram embora sem pagar. Ela bufou de irritação e virou rápido para a última moto ainda no posto que se aproximou dela. Tomou ar para gritar qualquer coisa, mas antes que pudesse a pessoa subiu o visor de seu capacete.

-Aqui anjo - uma voz rouca falou. Juliette ainda atônita, olhou para a mão na luva preta que segurava algumas notas de dinheiro dobrado. Sem reação pelo susto e pelo descaso do grupo ela ficou encarando aqueles olhos verdes até que sua consciência voltou ao lugar. Olhando o dinheiro em sua mão ela falou:

-eu não sou frentista - ela falou balançando a cabeça pela obviedade da sua afirmação. 

-Pode ficar com o troco - A voz rouca voltou a ser ouvida, virando-se para a rua e alavancando com a moto, não antes de lançar uma piscada e fechar seu visor.

-EU NÃO SOU FRENTISTA! - Juliette gritou mesmo em vão vendo a figura em preto desaparecer. Ela bufou ainda franzindo a testa para a piscada descarada recebida e olhou para sua mão, bufou novamente. Mas que merda?

 Não deixaria o senhor do posto levar prejuízo, era um homem tão bom, pensou. Ela virou e entrou na loja de conveniências novamente, para deixar o dinheiro da gasolina daquele bando de caloteiro. Pelo menos eles estavam só de passagem pela cidade, foi o que Juliette pensou.

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IGNITE  | sarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora