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Nada de muito importante tinha acontecido por ali.

As revisões para a prova tinham começado e um porção de listas de exercicios tinham sido entregues, o capitão do time de futebol estava solteiro novamente e a gangue nova por incrível que pareça não tinha se metido em confusão, ainda.

Não que passassem despercebidos pelos corredores, a essa altura eram tão conhecidos quanto os populares. Juliette pensava enquanto mexia em seu armário, tinha sua jaqueta jeans dos cactos, sua gangue, na mão mas mesmo tirando da frente não conseguia achar.

Onde tinha ido parar seu livro de física? ela bufou.

Perdida na bagunça de seu armário levou um susto quando um corpo se encostou no armário causando um barulho metálico alto. Deu um pulo para trás e revirou os olhos ao notar a loira parada ali, sua típica jaqueta de couro, de braços cruzados e seu fiel e irritante sorriso.

-Belo discurso mais cedo. - Juliette revirou os olhos ignorando o comentário. 

O único "discurso" que ela tinha feito era falar com a turma sobre a abertura das aulas extra disciplinares e distribuir a listagem para os alunos transferidos se inscreverem, e claro lembrar que a lista de voluntários para a organização do evento da escola ainda estava no mural… mas nem era um discurso. Não iria devolver o deboche da outra, certo?

-Não era um discurso mas devo ter usado palavras difíceis demais para seu conhecimento limitado.

Errado, Juliette falou voltando ao seu armário atenta para qualquer movimento da loira. Com certeza estava planejando algo, por que iria falar com ela assim, do nada? Juliette pensava enquanto, agora, fingia mexer no armário. Mas a mulher não se moveu após sua resposta, seu sorriso ainda intacto.

-Você se inscreveu no teatro, acertei? - Juliette franziu a testa pela pergunta que parecia genuína - Parece gostar de fingir ser motoqueira - Ela bufou. O que essa garota pensava, puxar assunto só pra irritar?

Juliette não tinha dúvidas, aliás parecia que a loira inteira fazia de tudo para irritá-la, inclusive mover seus longos fios loiros para o lado oposto com um movimento com a mão. Argh, que raiva.

-Aliás você não se inscreveu em nada né não tinha nada do lado do seu nome. - Juliette falou tentando ignorar a presença da garota, provavelmente não sairia dali tão cedo.

-Então você já decorou meu nome? - Sarah falou com um sorriso aberto. Por Deus o que ela queria? Fechou seu armário com força. Tinha perdido o interesse em achar o que quer que fosse que ela estava procurando.

-Achou? -Sarah perguntou olhando para o armário já sabendo a resposta. Freire respirou fundo se virando com os braços cruzados. Analisou o sorriso de canto da outra, que parecia não desaparecer nunca, e apesar de sua pergunta sarcástica nenhuma expressão em seu rosto indicava um ataque propriamente dito. Sonsa, pensou Juliette internamente.

-Sabe, realmente achei que se inscreveria, tinha boxe na listagem. - seu tom tinha uma espécie de julgamento. Sarah levantou as sobrancelhas lembrando da cena de uns dias atrás e tombou a cabeça minimamente.

-Sem tempo. - respondeu seca olhando por cima do ombro da mais baixa. Clara indicação de quem está desinteressado ou vai sair da conversa, coisa que Juliette não se importou, aliás não tinha ideia do porque a loira tinha começado a conversa em primeiro lugar. Ainda não tinha entendido que tipo de joguinho era esse.

-Muito ocupada com as suas drogas? -Juliette perguntou levantando a sobrancelha esperando já a retaliação mas só recebeu uma olhada profunda daqueles olhos verdes que pareciam ultrapassá-la. Notou Andrade respirar fundo e após meio segundo de hesitação seu sorriso voltou ao lugar. Com sua pose de metida ainda de braços cruzados, riu sem humor.

-Bom falar contigo, majestade. - Falou e saiu com passos firmes. Olhando para trás, contra o que sua mente gritava, Juliette relaxou descruzando os braços. No fundo puta pela falta de resposta, quem ela pensava que era para não revidar?

Subitamente tendo consciência que observava a loira desaparecer no corredor acordou de seus pensamentos olhando em volta como se quisesse ter certeza que ninguém a tinha visto.

Bufou.

Pensando bem, a última fala sendo dela significa que ela ganhou. Sorriu mordendo o lábio saboreando a "vitória" enquanto seguia

e·fer·ves·cer
Fazer com que algo se torne efervescente ou ser alvo de um processo de efervescência, de agitação, de ebulição ou de fermentação; o leite ao efervescer transborda, as moléculas da água, a cem graus vibram, evaporam, já o sangue...

Ah o sangue quando ferve...











N/A: Voltei! E não é que veio aí a interação??? foram bem pacientes até, my bad kkkkkk a parte boa é que daí pra frente vai começar a queimar esse quengaral, até

IGNITE  | sarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora