IGNITE | sariette

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-Isso virou invasão? -Juliette perguntou ao ouvir batidas na porta. Olhou para Gil, Carla e João que já ocupavam sua sala inteira esparramados pelo chão e sofá. Balançou a cabeça quando Gizelly, Rafa e Camilla passaram por ela. Olhou envolta para ter certeza e parte da morena se sentiu aliviada por ser só eles.

-Fala da sua audição...-Rafa começou se jogando do lado de Gil.

-É né, ela só fala com metade do povo agora -Camilla alfinetou voltando da cozinha com mais colheres para dividir o prato de brigadeiro que estava pela metade no chão.

-Vocês já sabiam que eu ia tenta o papel na peça. -Deu de ombros sentando de pernas cruzadas na roda no chão novamente.

-Mas como foi? Quem você acha que vai contracenar com você? - Gizelly falou lambendo a colher como se o papel principal já fosse de sua amiga. Juliette riu balançando a cabeça.

-Calma ô bando de afobado, nem sei se fui bem. - falou catando mais uma colherada cheia.

-Sabe quem estava saindo do auditório? -João bateu palma ao lembrar do ocorrido com sua animação típica de fofoca.

 -Andrade e companhia. -Falou sem esperar por mais. Algumas sobrancelhas foram levantadas em curiosidade e surpresa, pelo fato de Freire não ter mencionado.

Ou melhor,  ter batido o recorde de minutos sem literalmente atravessar a conversa falando sobre Sarah. Leia-se, reclamando.

-Juliette, você sabia que o menino faz teatro? que boicote nos amigos, eu vou me inscrever é agora! -Gil falou trocando de uma expressão chocada para então animação, dançando sentado.

-Não menino, ele não... -tentou falar e desistiu quando várias conversas foram iniciadas ao mesmo tempo. Ela só balançou a cabeça e comeu outra grande colherada. Alguma coisa sobre o mico que Gizelly fez João passar no corredor para conseguir o número de alguém que estava interessada.

Gargalhou imaginando a cena.

-Mas voltando aqui, eles fizeram a audição também? -Carla perguntou curiosa. -Não imaginei que seriam do tipo de teatro.

-Verdade, achei que escolheriam luta ou sei lá. -Gizelly continuou.

-Pocah e Rodolffo fizeram a audição, estão na turma de música e cantam muito bem aliás.-Juliette disse arrancando olhares e sons surpresos de seus amigos.

- Parece que são normais mesmo então...-João murmurou e o grupo riu.

-Vampiros que não seriam né Camis -Rafa comentou para a pessoa que criou o apelido gerando um coro de risadas.

-Enfim, a única na sala é a Andrade mesmo. -Juliette disse abafando com a colher, quase que intencionalmente querendo que passasse despercebido. Missão falha porque seus amigos viraram pra ela na hora.

-Nunca imaginei! - um exclamou.

-Sério? -E alguns outros sons foram ouvidos ao mesmo tempo.

-Também não mas vem cá, tão pensando em fazer uma festa amanhã, o q vocês acham? -Gil perguntou olhando para seu celular.

-Quem? -Perguntou Rafa.

-O time de futebol - Respondeu. Geralmente as festas funcionavam assim pela escola, para não flopar era simples, bastava que os populares confirmassem presença, e obviamente entre eles estavam o time de futebol, as cheerleaders e a gangue, mais precisamente Juliette Freire, não importava que era no meio da semana e no dia seguinte teriam aula cedo.

-Aliás, algum de vocês falou com o Bil? -João perguntou enchendo uma colherada de brigadeiro. O rapaz tinha desaparecido praticamente depois que foi aceito no grupo, apesar de ainda andar de moto e as vezes com a gangue ficava a maior parte do tempo com seu novo time e a jaqueta dos jogadores.

-Juliette? -Carla perguntou direcionando para quem provavelmente falava com o rapaz além do grupo de mensagens de amigos. A morena apenas levantou as sobrancelhas e balançou a cabeça.

-Nem ideia, aliás tenho que falar com ele porque o nome de todos vocês estão junto na próxima tarefa do "auxílio comunitário" das gangues. -Juliette falou dando de ombros e ignorando os barulhos irritados dos amigos ainda chateados pela punição.

-É quando? -Rafa perguntou sofrendo com antecedência, já sabia que a tarefa era pintar paredes.

-Acho que no outro final de semana, o material está chegando ainda. -Juliette respondeu meio aérea. Sua atenção toda no aparelho na sua mão, bloqueou o celular após receber um "ok" de Bil. Suspirou alto.

-Ta tá tá, mas voltando aqui, vamos na festa, certo? -Gil interrompeu as lamúrias do povo já marcando a presença como a gangue inteira.

-Vamos sim -Gizelly concordou animada, não perdia uma festa por nada.

-Ai que vontade de encher a cara! -João comentou já sonhando com sábado.

-Eu já falo que não vou cuidar de ninguém, se fodam. -Camilla avisou voltando da cozinha com um pacote de pipoca de microondas estourado.

Todos viraram assustados quando Gil deu um gritinho agudo. Logo em seguida dançando sentado no lugar.

-O que houve gay? -Joao perguntou se esgueirando para olhar a tela do aparelho do rapaz.

-O que rolou? -Carlinha perguntou amontoada de pipoca na boca.

-Os Cullens vão! -Gritou animado fazendo sua dancinha típica.

-Quais deles? -Gizelly perguntou igualmente animada. Juliette apenas virou para a morena franzindo a testa. Mas a capixaba apenas deu de ombros.

-Ih menina sei lá sei que o Lucas vai - Respondeu igualando a energia afobada de Gizelly fazendo com que a cada frase gritassem mais.

-Pera pera, como você sabe? -Camilla perguntou se enfiando no surto da dupla. Pergunta interessante que fez o grupo virar para o homem que parecia ter sido pego no flagra.

-Pegamos no pulo!-Carla gritou rindo.

-Bora Gilberto, fala! -Juliette exigiu batendo na coxa do rapaz que tentou desviar em vão.

-Nada demais seus gays, só tô conversando com o crush -Terminou fingindo que arrumava seu cabelo como se fosse comprido recebendo alguns gritinhos empolgados e uma cara não tão feliz de Juliette.

-Ah você para Juliette, não quero saber. -Cortou antes que a líder pudesse iniciar um de seus discursos mostrando como o grupo era problemático levantando a mão na frente de seu rosto.

-Mas conta como assim você fala com o crush? -Rafa perguntando animada dando abertura para Gilberto começar a contar a história de como conseguiu o número do rapaz do começo.

-Só bebendo mesmo...-Comentou se esticando para alcançar o controle quem sabe uma maratona de filmes fizesse seus amigos parar de mencionar o grupo a cada duas frases.