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Os tiros ao longe ecoam pela favela junto com os fogos avisando que a invasão acabou, seguro firme a minha fuzil e desço a favela atirando em qualquer ser humano que se mecha, sou puxada para dentro de um beco e não tenho nem tempo para pensar já que agarram a minha boca num beijo que vou te falar, só Deus na casa viu?! Mas esse beijo, esse aperto, essa necessidade, esse cheiro, eu tenho certeza que é o meu marido.

Terror: se cuida meu amor, não leve nenhum tiro e qualquer coisa me me passa um radinho- fala e eu confirmo com a cabeça
Eu: você também, estou furiosa mas não quero ficar viúva- falo e ele sorri me roubando um selinho.

[...]

Eu: ATIRA PORRA, SE VOCÊS NÃO ATIRAREM NELE É ELES QUE VÃO ATIRAR EM VOCÊS PORRA- grito com os meus soldados e continuamos descendo o morro para onde está o furdunço todo, de longe eu vejo o Terror atirando num soldado do pai dele e vai descendo também, a minha mãe sai de um beco atrás do Terror e aponta a arma para ele
Eu: QUAL FOI VAGABUNDA?- pergunto e ela já vira na mesma hora- TEU B.Ó É COMIGO, NÃO É COM ELE NÃO- falo e ela da aquele sorrisinho irônico apontando a arma para mim
Márcia: EU VOU TE MATAR VAGABUNDA, EU TENTEI TE ABORTAR, EU TENTEI, MAS O IDIOTA DO SEU PAI NÃO DEIXOU- grita e eu dou um risada irônica
Eu: O QUE FOI? NEM PARA ABORTAR UMA CRIANÇA VOCÊ SERVE? VOCÊ NÃO É UMA MULHER NÃO, VOCÊ É UM MONSTRO- grito já com as lágrimas rolando pelo o meu rosto- VOCÊ NÃO MERECE UM PINGO DO AMOR QUE EU TENHO POR VOCÊ, MAS EU NÃO CONSIGO TE ODIAR, EU TENHO QUE DAR GRAÇAS A DEUS QUE NÃO PUXEI A VOCÊ, UM MONSTRO SEM SENTIMENTOS- grito e atiro três vezes na cabeça dela- eu não queria que acabasse assim mãe- falo e sinto braços me rodeando.
Terror: foi melhor assim- fala me abraçando e eu confirmo com a cabeça
Eu: eu não queria que acabasse assim, eu não queria- falo chorando no seu peito e ele só me aperta mais no abraço
CG: deixa ela no cofre com a BN- fala pro Terror que olha para mim e nega com a cabeça
Terror: ela não quer ir para o cofre- fala e eu confirmo com a cabeça
CG: ENTÃO VAMOS PORRA, ISSO AQUI É GUERRA CACETE, NUM É BAILE DA CINDERELA NÃO- grita e eu trato logo de me recuperar e seguir o meu caminho atirando e toda e qualquer pessoa que entra no meu caminho.

Vou atirando em todo mundo com o Terror do meu lado e do nada ele me empurra para dentro de um beco me fazendo cair sentada e começa a atirar feito louco com os meninos que estou fazendo a nossa escolta, me levanto do chão com uma leve dificuldade e sinto uma dorzinha na barriga, nada para me preocupar, entro entre os meninos e começo a atirar no grupo de vapores também.

[...]

Terror: Lorena vai rápido- fala enquanto eu recarrego a minha arma
Eu: calma amor- falo agoniada com tanta gente me apressando de uma só vez.

Termino de recarregar a minha arma e saio correndo e atirando, ninguém vai tomar a minha favela, ninguém vai tomar a favela do meu marido, ninguém vai tirar o meu lar de mim.

Terror: calmo- fala segurando o meu pulso me fazendo parar um pouco- vai com calma amor, com calma- fala e eu confirmo com a cabeça parando um pouco- sobe em uma lage e nos dê cobertura- manda e assim eu faço.

Subo numa lage e fico escondidinha atirando em qualquer ameaça, eu estou com medo, eu admito, não por mim, mas pelo Terror, pelo CG que agora vai ser papai, pela BN que está no cofre com um baby na barriga e ela nem imagina, eu não importo de morrer aqui e agora, eu realmente não me importo, agora, eu não aguento perder o meu marido ou um dos meus irmãos. Vejo de longe o Marcos chegando por trás do Terror e o meu marido vira numa velocidade dando um murro na cara do Marcos que até eu me assustei, ali começou uma briga, ois dois se batendo e os soldados apenas montando a guarda e eu atirando em qualquer um que tente se meter no meio deles, logo começa uma gritaria entre os dois enquanto rolam socos e mais socos e logo o Marcos se afasta do meu marido mirando nele e vice e versa.

Terror: VOCÊ NÃO É UM PAI, EU QUERIA SER DOUTOR, EU QUERIA UMA VIDA DESCENTE, MAS NÃO, VOCÊ BOTOU A PORRA DE UMA ARMA NA MINHA CABEÇA PARA ME OBRIGAR A ENTRAR PARA A PORRA DESSA VIDA- grita e destrava a arma- VOCÊ ATIROU NA MINHA PERNA, VOCÊ NUNCA FOI MEU PAI, VOCÊ É UM LIXO MARCOS GAMA, UM LIXO DE SER HUMANO- grita e atira cinco vezes na cabeça do pai que cai morto no chão- eu vou ser um pai melhor que você para os meus filhos- fala e eu desço da lage indo até o meu marido
Eu: você está bem?- pergunto e ele confirma com a cabeça colocando o meu rosto entre as mãos
Terror: tô princesa, relaxa- fala e me dá um beijinho.

Pego a minha fuzil e atiro para cima avisando que ganhamos essa porra, fomos atirando nos soldados que insistiam em continuar com a guerra. Logo todos vazaram e eu subo com o Terror para casa enquanto os moleques fazem a ronda para acabar com qualquer inimigo que tenha sobrado pela favela.

Terror: você ainda está brava?- pergunta e eu confirmo com a cabeça
Eu: eu estou furiosa- falo entrando no banheiro.

Tomo um banho gostosinho e saio enrolada na toalha vendo o meu quarto completamente vazio, vou até o meu closet e visto um conjunto preto da Calvin Klein e um short preto da Nike.

Tomo um banho gostosinho e saio enrolada na toalha vendo o meu quarto completamente vazio, vou até o meu closet e visto um conjunto preto da Calvin Klein e um short preto da Nike

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Passo desodorante e arrumo o meu cabelo num coque bagunçado, sento no minha cama e esfrego o meu rosto já sentindo as minhas lágrimas rolando pelo meu rosto

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Passo desodorante e arrumo o meu cabelo num coque bagunçado, sento no minha cama e esfrego o meu rosto já sentindo as minhas lágrimas rolando pelo meu rosto... Eu não queria que acabasse assim.

Meu Pecado DeclaradoOnde histórias criam vida. Descubra agora