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Um ano e meio depois...

Acordo com uma puta dor de cabeça e uma puta dor na coluna, olho pro lado ainda vendo o Terror apagado, um ano e meio e nada dele acordar, eu assumi o comando do morro temporariamente, só enquanto ele está inconsciente, voltei a andar graças a Deus, agora só falta o bonito acorda e retomar a vida dele.

Eu: eai meu amor, vamos acordar vamo- fala me levantando e ando até ele na cama- to com saudade preto, bora abrir esses olhos lindos e enxergar uma vida inteira ao meuado bora- falo alisando o rosto dele e sinto uma mão na minha cintura, olho para trás não vendo ninguém, olho para baixo vendo a mão dele e olho para ele novamente vendo ele com os olhos abertos.
Terror: oi- fala com a voz fraquinha e eu abraço ele com urgência
Eu: aí meu Deus- falo soltando ele e passo a mão no rosto dele
Terror: morri e tô no céu também? Tô com moral mesmo viu?! Deus mandou o anjo mais bonito para me receber- fala colocando a mão no meu rosto
Eu: não não- falo e aperto o botão lá chamando o médico que nem doida, logo o médico chega com a equipe e começa a fazer os exames enquanto eu ligo pro povo, em menos de uma hora metade da favela se espelhava pela rua e pelo hospital, doidos para ver o Terror.
Terror: você ficou paraplégica?- pergunta voltando dos exames
Eu: por um ano- falo e ele me observa dos pés a cabeça
Terror: eu deveria ter te escutado- fala negando com a cabeça e eu dou de ombros
Eu: deixa isso de lado, o importante é que você acordou e que nós dois estamos mais vivos do que nunca- falo e ele confirma com a cabeça
Terror: fiquei com medo que você morresse antes de eu finalmente conversar com você- fala e eu olho para ele curiosa
Eu: conversar o que?- pergunto confusa andando até ele
Terror: quando eu chegar em casa a gente conversa- fala e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha- você continua a mesma né?!- fala com um sorrisinho no rosto
CG: finalmente caraí, achei que não ia acordar mais nessa porra- fala entrando com o Bi.

Infelizmente durante a gestação a Bi sofreu um acidente no morro e perdeu o bebê, ele ficou péssima na época mas agora ela está até que de boa, aos poucos voltando a ser igual era antes.

CG: bora?- chama e eu fico confusa
Eu: como assim bora?- pergunto vendo o Terror saindo trocado do banheiro
Terror: tu não acha mesmo que eu vou ficar enfurnado na merda desse hospital não né?!- fala e eu o encaro seria colocando as mãos na cintura
Eu: Victor- falo e ele da risada saindo do quarto
CG: tô com ele- fala e sai atrás do amigo
Bi: nunca muda- fala rindo e eu dou risada saindo do quarto também.

Voltamos todo mundo pro morro, o CG e a Bi vão resolver as coisas do baile pro Terror e eu vou para casa do bonitão aqui, entramos e fomos pro quarto dele, ele toma um banho enquanto eu me jogo na cama dele, faz tanto tempo que eu não sei o que é uma casa quentinha, fofinha, gostosinha.

Terror: eu quero falar um bagulho sério contigo- fala sentando na beira da cama só com a toalha enrolada na cintura, cabelo molhado pingando no abdômen, aquela visão do paraíso sabe?!
Eu: só falar- falo me sentando na cama
Terror: o que tu tinha naquele dia que eu disse que tava namorando com a Danielle?- pergunta e o meu cu tranca aqui
Eu: nem lembro mais- falo dando de ombros- faz tanto tempo já- falo e ele me olha atento
Terror: mas eu lembro- fala e eu olho para ele atenta- eu lembro muito bem que tu mudou seu jeito animado de uma hora para outra quando eu disse que estava namorando- fala e me olha atento- você já parou para pensar que se você tivesse me dito que gostava de mim naquela época, a gente estaria completando quatro anos juntos- fala e eu me engasgo com o vento, pera que eu tô morrendo aqui
Eu: o que você quer dizer com isso?- pergunto e ele se aproxima mais de mim
Terror: eu quero dizer que te amo, quero dizer que te amo desde sempre, porra, eu fui condenado a passar a minha vida te amando e te vendo passar as noites com cara aleatórios- fala e eu sento no seu colo com uma perna de cada lado do seu corpo- meu coração só tem espaço para você Lorena- fala e eu dou um beijo nele, foda-se mesmo.
Eu: você não sabe o quanto eu esperei para ouvir isso- falo e ele sorri voltando a me beijar.

Te amo, uma palavra que eu demorei tanto a escutar mas agora que eu escutei fez toda a diferença, só de sentir ele pertinho de mim, fora de hospital, sem acidente, sem coma, sem aquele monte de fio, de aparelho, de agulha, de tudo, enfim, sem esse monte de coisas ligadas a ele, agora sim, agora somos só eu e o homem que eu amo, sem putaria, sem cachorrada, sem as piranhas dele, sem as minhas marmitas, só nós dois, nós dois e mais ninguém.

Terror: você não sabe o quanto eu adoro o seu corpo- fala me deitando na cama e se deitando entre as minhas pernas
Eu: ele também te adora, pode ter certeza- falo e ele ri voltando a me beijar.

Ele vai descendo os beijos para o meu pescoço, as mãos dele vão subindo até o começo da minha blusa, ele separa o beijo e puxa a minha blusa para cima a tirando do meu corpo.

Terror: agora você tem duas opções- fala beijando o meu pescoço
Eu: qual?- pergunto já sabendo que lá vem coisa
Terror: ou tu só tem eu de homem, ou vai ficar com os teus machos lá na puta que pariu e perde tudo isso- fala e eu dou risada
Eu: eu que deveria falar isso- falo e mudo as posições ficando por cima- ou eu ou as tuas piranhas, tu que decide- falo abrindo o meu sutiã
Terror: com você assim fica difícil escolher- fala zoando e eu facho a cara.

Meu Pecado DeclaradoOnde histórias criam vida. Descubra agora