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Um ano depois...

Eu: calma princesa- falo com a minha pequena Luiza Victória no colo enquanto mama.

E eu tive mais uma princesa, sabia que aquela noite com o Terror a gente devia ter usado camisinha, mas agora eu fechei a fábrica, quando a minha princesa nasceu eu coloquei o famoso diu, agora a família está mais que completa, duas princesas e um príncipe, Maria Alice está com sete anos, Lucas com quatro aninhos e agora a pequena Luiza Victória com um aninho de idade.
A Luiza acaba com a mamadeira dela e eu já deixo a mamadeira vazia na mesa de centro e coloco ela para arrotar enquanto assisto desenho com a Maria, o Lucas está dormindo lá em cima com o pai dele.

Eu: quer segurar a sua irmã meu amor?- pergunto e ela confirma com a cabeça toda alegre, me sento do lado dela e coloco a Luiza no colo da irmã com todo o cuidado do mundo e ajudo ela a segurar a irmã- cuidado com ela meu amor- falo soltando ela confirma com a cabeça se ajeitando sentando no sofá
Cobra: cheguei família- fala entrando com a cambada de macho atrás, hoje tem churrasco aqui em casa, mas o marido tá é dormindo com o Lucas lá no meu quarto- uma princesa segurando a outra- fala olhando a Maira Alice que já abre um sorrisão, e minha filha ainda é apaixonada pelo Cobra, pego a Luiza no colo e o Cobra já pega a Maria Alice dando um beijo na bochecha da minha filha
Mari: minha irmã é linda né tio Cobra?- pergunta vendo a irmã quase dormindo no meu colo
Cobra: é princesa, sua irmã é linda igual a tu e a tua mãe- fala e ela sorri toda boba.

[...]

Cobra: quem diria que o Terror um dia ia ser pai de família- fala entrando na cozinha enquanto eu monto o meu copo
Eu: Cobra eu posso conversar com você rapidinho?- pergunto olhando para ele e ele confirma com a cabeça sentando e eu coloco o corote na pia
Cobra: manda o teu papo- fala e eu olho para ele séria
Eu: Cobra a minha filha tem sete anos e é apaixonada por você desde sempre, no começo era engraçado ver tu aperriando o Terror chamando ele de sogro, falando que vai casar com a minha filha, mas isso pode fazer mal para ela e é o meu papel como mãe não deixar ela criar falsas expectativas- falo e ele confirma com a cabeça
Cobra: e se eu quiser casar com ela mesmo?- pergunta e eu já sinto meu sangue fervendo
Eu: o que a minha filha for fazer maior de idade eu não me importo, se ela quiser ficar contigo e tu se interessar por ela eu juro que eu vou ficar feliz, te juro mesmo, mas enquanto a minha filha for uma criança, se eu pegar tu de maldade para cima dela, eu te mato Cobra- falo pegando o facão e aponto para ele me aproximando dele
Cobra: tu sabe que eu não tenho maldade com a menina maluca- fala e eu confirmo com a cabeça- fica tranquila, eu adoro a sua filha, queria que ela fosse cria minha- fala e eu largo a faca na pia
Eu: você já está avisado Cobra- falo e ele confirma com a cabeça saindo da cozinha.

Jogo o Chevette no copo e a garrafa vazia do corote fora, saio da cozinha com o meu copo na mão e já vejo a minha filha brincando com o irmão e os primos dela enquanto a Luiza dorme no colo do pai, o Cobra tá bem aéreo conversando com os rapazes, pelo menos o meu papo eu já mandei para ele, depois eu converso com a Maria Alice, me julguem mesmo, mas a minha filha é só uma criança de sete anos, o Cobra já é um marmanjo de vinte e sete anos, se quando a Maria tiver dezoito anos ela e o Cobra quiserem se relacionar, massa, eu super apoio, ele é uma ótima pessoa, mas ficar alimentando falsos sentimentos na minha filha não rola, mas não rola mesmo, isso pode fazer mal para ela e não é isso que eu quero, eu quero ver a minha filha feliz, eu quero ver os meus filhos felizes, que se foda, eu tenho vinte e cinco anos e tenho três filhos, quem liga? Eu cuido das minhas crias melhor que muita mãe que eu vejo por aí.
Eu sou muito julgada por ser mãe tão nova, se eu brigo com eles eu estou errada, se eu dou carinho eu tô errada, me julgam até por dar colo para os meus filhos, tudo o que eu faço eu estou errada, mas só eu sei como crio os meus filhos, só eu sei o quanto eu amo essas crianças, e que se foda, ninguém paga nenhum boleto para mim, ninguém se preocupa em levar os meus filhos para o médico quando eles estão doentes, ninguém vem aqui me oferecer ajuda, agora para julgar tem muitos, namoral mesmo? Eu não ligo! Tudo o que eu faço é para os meus filhos, se eu erro é tentando acertar, se eu erro com os meus filhos, é tentando ser a melhor mãe desse mundo.
E vamos lembrar que eu não tive um exemplo de boa mãe, quando a minha mãe se tornou aturavel foi quando meu pai estava para ser solto, acho que todo mundo lembra o que ela comigo e com o Terror, acho que todo mundo que nos conhece sabe muito bem que ela tentou me matar. Agora exemplo de pai eu tenho até hoje, meu pai depois de tudo se redimiu, foi me ver na maternidade quando eu tive a Maria Alice, agora quando eu tive a Luiza e o Lucas, quando eu cheguei na maternidade ele já estava lá, com um urso de pelúcia numa mão e um buquê de flores na outra, ele é muito presente para mim, para Terror e para os netos dele, e isso sim preenche o meu coração de muito amor.

Roger: tá pensativa princesa?- pergunta atrás de mim e eu viro abraçando ele
Eu: só pensando um pouco na minha família- falo e ele confirma com a cabeça me dando um beijinho na minha testa.
Roger: e que família linda- fala e eu sorrio toda feliz para ele.

Meu Pecado DeclaradoOnde histórias criam vida. Descubra agora