Cap 12

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- Bom dia mor.

Bolas já era de manhã. Parecia que apenas tinham passados uns minutos desde o nosso fantástico momento. Estava tão dorida.

-Só mais um miuto.

Beija-se na cara e acaricia-me.

-Não sejas preguiçosa. Anda até te trouxe o pequeno almoço.

Torradas, café e uma maçã cortada aos pedaços. 

- Tu não existes mesmo.

- Se não existisse não estaria aqui, princesa. Já deverias saber que eu faço tudo por aqueles que eu amo.

- Eu sei. - levanto o tronco e começo a comer aquilo que ele me preparou. - estas semanas têm sido incríveis. Eu adoro-te, nunca senti isto por ninguém. O que aconteceu ontem irá unir-nos mais, mas quero mais. Quero conhecer os teus medos, os teus sonhos,... Tens andado tão ocupado com o teu trabalho que não tivemos muito tempo para namorar.

- Hoje tirei o dia para estar contigo. Sou todo teu. Se achas que fazer uma espécie de questionário irá fortalecer a nossa relação, força.

- Não é bem um questionário, mas tu sabes muito sobre a minha vida e eu quase não sei nada sobre o teu passado. Chegas-me a minha carteira, por favor. Está ali no canto.

- Diz-me que não fizeste o que eu estou a pensar!

- Não me olhes assim, já sabes como é que eu sou. Além disso, já me fizeste um questionário uma vez, agora sou eu.

- Ok, é justo.

Ele levantou-se da cama e foi buscar o que lhe pedi. Quando voltou, colocou-se na mesma posição em qu se encontrara anteriormente.

De dentro da mala retirei de lá um bloco de notas. Sim, aquele em que tinha escrito muitas frases de livros, filmes, músicas,... mas tamém tinha lá uma lista de qualidades que aprecio num homem, tal como algumas perguntas, que para mim a resposta tinha uma grande importância. Praticamente tenho bloco há já algum tempo e acompahou-me durante grande parte da minha vida, por isso tem um conteúdo variado.

- Bem, tenho aqui uma lista com algumas perguntas que te queria fazer, mas tinha medo que me fosse esquecer. 

Ele olhou para mim desconfiado.

- Deixa-me ver isso. Assim respondo-te logo . 

- Mas isso é igual.

- Eu sei, mas quero ver isso e assim não tornámos esta conversa mais tensa.

Realmente ele tinha razão. Ele já estava a ficar enfurecido.E dei-lhe o bloco.

- Vamos lá ver então - pelo menos descontraiu-se um pouco - Música com que mais te identificas? Essa é fácil, Far from Over. Descreve-te em 3 palavras. Hum, inteligente, reservado e bonito. - Senti-o a ler os resto das perguntas, Praticamente era uma folha cheia delas. - Sabes Di, eu gostaria mais que as descobrisses por ti mesma. São boas questões, mas fazem-me lembrar aquelas coisas da net que as pessoas enviam umas às outras para se sentirem entretidas.

- Eu pedi-te para não gozares com isso.

-Eu?? Di, olha uma coisa, eu já não sou uma criança, tenho a minha própria vida e se namoro contigo é porque quero que faças parte dela. Sei que não sabes muito sobre o meu passado, porque ainda não me sinto à vontade para o partilhar. Um dia conto-te tudo...

- Não me queres contar porque ainda me achas uma criança - interrompi-o - a minha vida também nunca foi perfeita, tu sabes disso. O que há de tão assustador no teu passado que me estás a tentar esconder?

- Pára com isso, não és nenhuma criança, mas às vezes tens certas atitudes que me dão cabo dos nervos. - suspirou e limpa com a mão o suor da testa - sabes o que é ver o teu pai agredir a tua mãe, traí-la à frente de tudo e de todos, chegar a casa podre de bêbado. Isto só acabou no dia em que ele se suicidou. Para não pensar nisto, fechava-me nos livros. Por isso cheguei onde cheguei - abracei-o, pois ele estava a chorar. Ok, a minha infância não tinha sido assim tão má. - Os dois vivemos cheios de dificuldades, mas éramos felizes com aquilo que tínhamos. Pelo menos a violência já não fazia parte do nosso dia a dia. Dois anos depois a minha mãe voltou a casar-se. Mas desta vez ohh, ele foi um anjo que surgiu na nossa vida. Foi das melhores pessoas que alguma vez encontrei. Viu potencial em mim e ajudou-me a alcançar o que tenho hoje.

- Uau, nem sei que te diga. E eu que pensava que a minha infância não tinha sido lá muito boa. As pessoas às vezes não entendem o valor dos seus atos das suas palavras. Pode parecer uma coisa sem significado para elas, mas irá deixar marcas nas suas vítimas. Os meus pais divorciaram-se quando eu tinha 10 anos, mas ele nunca foi agressivo com a minha mãe. Mas perdi totalmente o contacto com ele.

- Há pessoas que simplesmente não foram feitas para estar na nossa vida. Eu sei que custa ouvir isto, mas a experiência diz-me que é a verdade.

- Já te desiludiste assim tanto com as pessoas?

- Não, elas é que me desiludiram. São poucas as que fizeram o contrário. - estávamos ambos deitados e abraçados na cama - Sabes acho que este momento de desabafo fez-nos muito melhor do que outra coisa qualquer...sei lá, tipo uma noite de sexo ou até responder ao "teu questionário". Somos dois seres insatisfeitos com a vida, incompletos, que juntos formam um só ser.

Tive que concordar com ele. De todos os momentos que já partilhamos aquele estava de certeza absotuta no nosso top 3.

- E o que vamos fazer hoje?

- Não sei. Eu tinha pensado em ficarmos cá em casa os dois, mas e se eu te levasse a conhecer os meus pais?

Por momentos senti o meu coração a parar

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E cá está um novo capítulo.

Tentei por tudo publicá-lo o mais cedo possível.

Espero que tenham gostado e o que acham que irá acontecer?

Que perguntas gostariam que ela lhe tivesse feito?

ps: estejam sempre atentos ao meu perfil, não para saberem as pessoas que sigo e os comentários/votos que faço, mas porque publico sempre lá quando irei publicar os novos capítulos :)

Fragilidades do Coração - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora