Capítulo 23: Rayssa Martins

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Powka: O que é ruim, de má qualidade; Expressão ofensiva.

Caxiunya: Bebida alcoólica destilada feita de xinyun (espécie de planta); De cor transparente; Muito forte, com 38% a 62% de teor alcoólico; Geralmente consumida com gelo.

Droia: Exclamação que exprime frustração ou decepção.

Wesmeg: Seres mágicos da mitologia e fantasia de Reilarand.

Drissoe: Água de rosas e flores em cubo de gelo; Não alcoólica.

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RAYSSA MARTINS

19 de janeiro de 2019, sábado

Se eu tivesse que escolher entre ficar ao lado de George e seus amigos ou ir até minha tia Dayse, com certeza escolheria a primeira opção se soubesse o conteúdo da sua conversa.

Ela não era uma pessoa 100% ruim. Sempre quando alguém estava com problemas, ela era a primeira a ajudar, mesmo se não tiver as condições, encontraria uma forma. Ela tinha um bom coração. Porém, possui a irritante mania de se falar e se meter na vida dos outros.

Claro que minha família perceberia que Daniel não estava presente. E que eu estava conversando com outro garoto na maior parte do tempo. Mas, tia Dayse não tinha o direito de falar sobre isso bem no dia do casamento da minha irmã. Muito menos dizer que eu estava me comportando como uma libertina (palavras dela) sem nem saber o que de verdade aconteceu.

Toda a felicidade que eu estava sentindo pela minha irmã e pelo bom momento que passei com George no lago foi embora. Eu simplesmente saí de perto dela e fui onde estava sentada antes. Óbvio que o meu comportamento só daria a ela mais munição para falar de mim. Mas, eu não queria mais ouvir seus comentários… estúpidos.

Sentei na cadeira, próxima de George. Havia um copo com um liquido transparente dentro. Não pensei muito antes de virar tudo na boca. A bebida desceu queimando minha garganta. E senti um gosto horrível. Que powka foi essa que eu bebi? E se fosse veneno?

— O que é isso? — perguntei.

Carolina e George deram de ombros. Enzo pegou o copo e cheirou, fazendo uma expressão não muito boa.

— Isso está parecendo ser caxiunya. — Enzo disse. Carolina olhou para ele — Meu pai bebe de vez em quando.

— É a cara de Zack. — ela murmurou.

Caxiunya era uma bebida muito forte. E eu nem sabia que estava sendo servida na festa. Fiquei levemente zonza com essa informação. Não tinha certeza se era efeito da bebida ou por causa de tudo o que aconteceu nos últimos minutos.

— Acho que estou um pouco tonta. — murmurei.

— Vou pegar água para você. — George falou, se levantando.

Inclinei um pouco na mesa, colocando o cotovelo em cima dela e escondendo meu rosto na palma da mão. Por mais que eu não quisesse que as palavras da minha tia interferissem em minha vida, não consegui. As frases ditas por ela ecoavam em meus pensamentos. E, quando menos esperei, uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Eu deveria sair dali. George, em hipótese alguma, poderia saber. Mas, eu não conseguia me mover. Apenas deixava com que outra lágrima silenciosa descesse pela minha bochecha.

— Você está bem, Rayssa?

Droia! Tudo o que eu menos queria era que minha irmã soubesse do ocorrido e estragasse sua data especial. Eu deveria assentir. Mentir dizendo que estava assim porque acabei bebendo um dos destilados mais fortes de Reilarand. Mas, eu não conseguia enganar para Regina. Então, neguei.

Ciumes de Carolina - Spin-Off de "Conflitos De Carolina" [Concluída] Onde histórias criam vida. Descubra agora