20- Sempre

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Julie Molina

Era sexta-feira e eu juro, juro que estava tentando me concentrar nos 5 livros e nas 2 apostilas que estava espalhada pela minha cama de casal, mas meus pensamentos só corriam na notícia de que Luke Patterson estava concorrendo o Grammy.

Eu sabia que aquilo, de qualquer forma, sobraria pra mim.

No mesmo instante me veio em mente as palavras do meu pai quando ele fez a proposta do namoro fake com Luke, e ele dizia: ''você precisará ir a restaurantes, premiações...''.

Aquilo rodava a minha cabeça como se fosse uma voz gritante e irritante.

Então, duas batidas na porta me tiraram de todo aquele pensamento e eu fitei o pedaço de madeira branca que estava fechada, soltando um suspiro e dizendo em seguida:

- Entra!

Meu pai logo adentrou no quarto, com um pequeno sorriso nos lábios. Ele fechou a porta atrás de si e em passos calmos, foi até a minha cama e empurrou alguns livros que havia naquela região, sentando em seguida.

- Jules... – Ele disse enquanto eu o fitava. – Precisamos conversar.

Ótimo! Eu realmente odiava aquilo.

- Pode falar.

- Você já deve saber que Luke está na lista dos concorridos do Grammy, não é mesmo? Ele terá que ir pra premiação.

Assenti.

- Ótimo. E você sabe que no meio disso, seria fundamental se você fosse, não é?

- Sim, pai.

- Você quer ir?

- Sim. A proposta não incluiria até premiações?

Ele sorriu.

- Exatamente, mas não sabia se você iria aceitar iss...

- Pai, está tudo bem. E quero pedir que o senhor pare de falar pra mim 'precisamos conversar' quando o assunto é essa proposta, como se fosse a coisa mais absurda do mundo ou como se eu não fosse topar nunca. Eu já disse: caso eu esteja incomodada com alguma coisa, o primeiro a saber vai ser você, não precisa de cerimônia quanto a isso. Eu aceitei.

- Obrigado, querida! Eu fico mais aliviado.

Sorri como forma de agradecimento e ele continuou me olhando com um sorriso nos lábios também, como se fosse falar mais alguma coisa, mas, estava pensando como.

- Fala, pai. – Disse, revirando os olhos em seguida.

Ele riu baixo.

- Você tem muito o que estudar? – Ele perguntou olhando pra todos os livros da minha cama.

- Não. – Menti.

Eu tinha muito, muito mesmo, mas eu não conseguia nem por misericórdia de Deus me concentrar naquele maldito cérebro de Neuro.

- Então você tem... – ele olhou para o relógio no seu pulso. – 20 minutos pra se arrumar, pois Luke vai passar aqui.

- Pra...? – Franzi a testa.

- Jantar. – Ele respondeu, dando uma piscadela em seguida.

Assenti e ele se levantou da cama, indo até a porta e repetindo:

- 20 minutos, Julie!

- Tá bom. – Bufei irritada e ri fraco, tirando um dos livros que tinha em cima do meu colo e colocando na cama, saindo da própria em seguida.

Daylight - JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora