73- Saia daqui

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Julie Molina

Minha doce realidade. Sim, eu havia ido pra cama com Luke Patterson.

Agora nada era sonho, nada era fruto da minha imaginação. Eu e Luke havíamos oficialmente transado.

Mas como eu não vivia em um mar de rosas e muito menos em um conto de fadas, eu estava saindo de cima dele enquanto ele dormia pronta pra ir pra casa. Ficar naquela mansão seria um perigo já que eu sabia que se o meu pai descobrisse que eu estava junto com Pat, adeus Los Angeles, adeus faculdade e pior: adeus Luke, definitivamente.

Sai de cima dele de fininho, ficando de pé em sua frente. Ele dormia tão profundamente, eu podia ver os movimentos que seu peito fazia enquanto ele respirava, a sua cabeça jogada um pouco para o lado e o lençol coberto até sua cintura. Deus, ele é o homem mais maravilhoso que eu já conheci.

Acordei dos meus pensamentos, rindo fraco e dando as costas, pegando minhas peças de roupas que estavam jogadas no chão e indo até o banheiro, vestindo-as. Me olhei no espelho e meu cabelo estava terrível, mas não havia nada a ser feito naquele momento e eu sentia o meu corpo exausto, então fiz apenas um coque frouxo e sai do banheiro, vendo que Luke ainda dormia.

Me aproximei da cama e me agachei, beijando os seus lábios carinhosamente. Ele se mexeu, mas, continuou estático, então dei as costas e andei em direção da porta, tentando abrir a mesma sem fazer muito barulho e sai do quarto, fechando a porta em seguida.

Vibrei silenciosamente por ter dado certo e desci a escadaria a baixo, pegando a minha bolsa que estava jogada perto do sofá – e eu nem ao menos me lembrava de ter deixado a mesma ali – e saindo pela porta de entrada da mansão, em passos rápidos correndo até o portão. Os seguranças continuaram ali e por alguns segundos eu imaginei o quanto deve ser tedioso permanecer no mesmo lugar o dia todo ou andando por aquele gramado da mansão impedindo que alguém entrasse. Um dos homens-armários de terno me fitou e abriu o portão pra mim, autorizando a minha saída.

- Obrigada. – Agradeci, andando em passos rápidos pelo condomínio em direção a portaria de saída do próprio.

Enquanto eu me aproximava do portão, liguei pra uma agência de táxi que pudesse ir me buscar na frente do condomínio pra que eu não esperasse tanto um aparecer.

- Mandarei um taxista em 5 minutos, senhorita. – A atendente do outro lado da linha disse.

- Ok, obrigada. – Falei, finalizando a ligação.

A minha respiração estava um pouco ofegante quando eu cheguei na portaria e notei que não era mais Bob que estava lá, provavelmente o horário de turno dele havia acabado ou... ou ele havia sido demitido?

Engoli seco pensando nessa possibilidade. Bob havia sido demitido por minha causa?

- Moço. – Chamei o segurança da portaria assim que eu sai do condomínio e ele me fitou.

Ele era diferente de Bob. Mais magro, de cabelos escuros e altura mediana, mas ainda vestia aquele famoso terno.

- Onde está o Bob? – Perguntei, com medo da sua resposta.

- O horário do turno dele acabou, senhorita.

Soltei um suspiro aliviado.

- Ah, obrigada. – Falei, ouvindo um automóvel parar um pouco distante de nós. Era o taxista.

Andei até o mesmo e adentrei no banco de trás. O taxista me fitou e eu lhe passei o endereço da minha casa, ele apenas assentiu e acelerou o carro, partindo pra estrada rumo a Los Angeles.

Encostei a minha cabeça no encosto de costas do banco e fitei a janela, notando que já havia escurecido. Peguei o meu celular e eram 20:34h, havia duas ligações da Flynn e três do meu pai.

Daylight - JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora