31- Volte para ela

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Julie Molina

Eu passei a tarde toda com Barry e conheci um lado dele que nem imaginava. Ele foi super amigável comigo, até mesmo quando eu neguei contar sobre Luke mesmo me sentindo na vontade de desabafar.

Então, procurei tentar esquecer um pouco do Luke, apesar de algumas vezes enquanto eu e Allen jogávamos vídeo game eu sempre me recordava dele e sentia um aperto no peito, mas Allen fazia alguma coisa pra me tirar daquela tristeza.

Até eu sair da sua casa, pronta para ir embora me sentindo um pouco melhor e dar de cara com Luke Patterson. Dando piti.

É Jules, você não tem mesmo sorte.

- O que você faz com esse desgraçado, Julie? – Eu podia ver a veia do seu pescoço quase saindo pra fora.

Senti algumas lágrimas ameaçarem a cair. Eu queria muito sumir, eu não acreditava que isso estava acontecendo.

- Para de gritar, Patterson. A vizinh...

- EU QUERO QUE SE FODA A VIZINHANÇA! VOCÊ VAI EMBORA! – Ele pegou minha mão, tentando me levar embora, mas no mesmo instante eu a puxei, tirando sua mão de mim.

Luke me olhou de olhos arregalados e eu engoli seco.

- Me solta. – Murmurei. – E me deixa em paz.

- NÃO VOU! EU QUERO QUE VOCÊ ME ESCUTE! - fez uma pausa, com um suspiro longo - O que você estava fazendo com ele? – Apontou para Barry que olhava tudo sem dizer nada, ele estava imóvel.

Provavelmente assustado assim como eu.

- Não te devo informações da minha vida.

- ENTÃO VAMOS...

- Abaixa o tom de voz. – Falei e ele continuou.

- Então vamos conversar.

- Não tenho o que conversar com você.

- EU TENHO, CARALHO! VOCÊ PRECISA ME ESCUTAR. EU NÃO FIZ NAD...

- CALA A BOCA! – Dessa vez eu gritei. – CALA A BOCA AGORA, EU NÃO QUERO OUVIR NADA! Você não vê a merda que está fazendo na minha vida? Eu estava finalmente tendo um dia melhor e você me aparece e faz todo esse teatro...

- Jules... – Ele sussurrou, me fitando. – Eu não quero perder você.

Eu queria poder me jogar em seus braços e dizer que ele nunca me perderia, que eu seria dele pra sempre, mas toda vez que essa vontade me invadia, em seguida me vinha a lembrança da cena com Carrie e eu sentia ânsia.

- Você não me tem, Luke. – Eu disse firme, tão firme que ele me olhou com a testa franzida.

Dei as costas e senti a mão de Luke puxar a minha novamente, então, retirei minha mão do mesmo impedindo que ele me puxasse e sai de perto, indo em direção a minha casa.

- VAMOS CONVERSAR! – Ele gritava. – VAMOS CONVERSAR!

Fingi que não era comigo, entrei correndo em casa já vendo o meu pai vir de encontro ao meu com os olhos arregalados.

- O que é isso, Julie?

- O quê, pai?

- Essa gritaria toda.

- Luke...

- O que ele... Ah, não acredito. – Ele disse, passando a mão no rosto novamente.

- Nem eu. – Murmurei, olhando para o chão.

Sem dizer nada, eu dei as costas e subi as escadas. Eu não estava acreditando que aquilo estava acontecendo comigo.

Bati a porta do meu quarto assim que eu passei por ele e me joguei na cama, pegando o meu celular em seguida e discando o número de Flynn, que atendeu no segundo toque:

Daylight - JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora