58- Você sempre ganha, Pat

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Luke Patterson

Depois de ter ido à casa de Julie, lhe esperei tomar banho e trocar de roupa. Aquele foi o dia em que eu conheci a sua casa. Bonita, aconchegante e bem pequena comparada às casas que eu costumo frequentar. É o típico de casa que eu imaginava morar um dia.

Eu estava sentado no sofá enquanto assistia qualquer programa que passava na TV. Eu não me importava muito já que eu mexia no meu celular, dessa vez. Olhei rapidamente pra um notebook em cima da mesa de centro da sala de Jules e sorri, sentindo uma curiosidade me invadir.

Peguei aquele computador em mãos e coloquei sob a minha perna, abrindo a tela. Torci mentalmente que Julie não aparecesse na sala naquele instante. Eu me sentia um agente do FBI pronto pra descobrir o próximo banco que o ladrão mais foda da Atlanta destruiria.

Mas assim que a tela daquele computador se iniciou, o meu sorriso foi de orelha a orelha. Na tela havia uma foto nossa, a mesma do dia em que ela foi em casa pela primeira vez quando chegou em Los Angeles, antes de eu saber de tudo, antes quando ela era apenas uma... fã.

Havia alguns programas abertos. Algumas páginas de sites de medicina, livros, e então havia uma pagina do Microsoft World ali, e o título era o seguinte: ''Vida de Julie atrás de Luke Patterson''. Eu não sei porque meus olhos bateram naquilo, porque sem dúvidas a curiosidade aumentou.

Curvei meu corpo, olhando para a porta do seu quarto que permanecia trancada, então, voltei a fitar a tela do computador e cliquei naquela página.

Tinha o endereço de casa e toda a rota que ela fez desde o dia que chegou em Los Angeles. O endereço da balada que o paparazzi lhe trombou e que eu paguei um táxi pra ela. Tinha até informações sobre o estúdio de tatuagem que eu fui. Mas tudo havia parado aí, desde então ela não havia escrito mais nada. Fechei a página e fui até as suas imagens. Tinha uma pasta escrito ''L.P & Jules''' e eu cliquei. Maldita curiosidade.

Lá tinha fotos nossas. Na sua casa quando fui lhe parabenizar por ter passado na faculdade. Pude notar pelos seus olhos o quanto ela estava nervosa. Céus, eu só notei isso agora? Porque no dia eu nem se quer percebi. Fotos do dia em que ela foi na frente do meu condomínio. Foto do dia em que ela foi escolhida para subir ao palco, sim, nesse dia haviam muitas fotos, em todos os ângulos que ela provavelmente achou na internet. E foto do dia em que ela comeu pizza em casa.

Eu não havia me dado conta disso, mas Julie é realmente uma fã minha. Ela podia ser uma daquelas milhares de garotas que me manda reply e eu passo os olhos correndo por ser tão difícil de responder cada uma. Ela podia ser uma daquelas meninas que passavam a noite votando pra eu ganhar algum prêmio. Ela podia ser aquela fã que brigava quando alguém me xingava, me defendia e torcia pra eu ficar bem quando algum site soltava manchetes falando o que eu causei em uma noite.

É terrível isso, mas uma culpa extraordinária me invadiu.

Eu já fui tão egoísta. Às vezes eu vejo que eu precisei encontrar Julie, viver com ela pra ver o que uma de minhas fãs passam de verdade.

Não é fácil.

Ouvi a porta do seu quarto sendo destrancada e a sua voz suave me chamar:

- Pat?

Virei o meu pescoço e a fitei. Ela usava uma blusa branca e um shorts rasgado, nos pés um vans azul. Seus olhos passaram pelo notebook que estava no meu colo e se arregalaram, voltando a me olhar.

- Luke, você viu? – Ela perguntou novamente, vindo na minha direção.

Tirei o notebook do meu colo, voltando a colocar em cima da mesa de centro e me levantei do sofá, indo até a direção de Jules e parando em sua frente.

Daylight - JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora