33- Ficarei até o final

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Julie Molina

Era óbvio que eu escolheria contar tudo a ele, eu nunca permitiria que Luke entrasse naquele inferno por escolhas minhas, queria o proteger de toda aquela situação.

- Eu te conto tudo. – Falei e ele pareceu surpreso, me olhando com as sobrancelhas erguidas e olhos cerrados. – Mas com uma condição.

- Hum?

- Você vai ter que me soltar depois. – Disse e o homem assentiu.

Ele puxou uma cadeira e se sentou. Do seu bolso tirou um gravador. É sério que ele faria isso? Que absurdo!

- Eu vou ter que te contar tudo enquanto estiver amarrada? Você não pode me soltar? – Perguntei fazendo uma careta. Os meus pulsos doíam por conta do aço das correntes e pareciam que iriam rasgar minha pele.

- Não vou te soltar, Molina. – Ele disse friamente, como se nada daquilo tivesse tanta importância. – Pode começar, já liguei o gravador.

Engoli seco e assenti.

- Eu conheci Luke na festa que meu pai resolveu dar já que eu havia passado na faculdade de Medicina. Eu já o conhecia antes, é claro, eu sempre fui fã e aquilo foi um presente de meu pai e junto disso veio a notícia que ele produziria o novo Cd do Patterson, uma surpresa enorme pra mim já que eu me mudaria para Los Angeles dentro de alguns dias, então, meus pais tiveram também que se mudar comigo, já que ficaria mais fácil perto de Luke e do estúdio. – O pai de Allen segurava o gravador em suas mãos enquanto me olhava, notando cada palavra saia da minha boca.

Tentei me manter concentrada nelas pra não errar nenhuma parte e tentar esquecer-se da dor que eu sentia. – Eu acabei me aproximando de Patterson.

- Como? – Ele perguntou, me cortando.

- Ele sabia que eu era fã, foi tudo por acaso, a gente conversou durante horas no dia da festa e depois nos encontramos no condomínio enquanto eu estava andando com a minha irmã para conhecer.

- Eu observei, foi na frente da casa dele?

- Sim. – Respondi, com mais medo.

- Hum. – Ele revirou os olhos. – Continue.

- Naquele dia eu passei a noite com ele. – Quando eu disse isso, a sobrancelha psicopata se ergueu. – Não, não digo de... sexo. Foi uma noite amigável, apenas. Ele me mostrou a mansão, e jantamos juntos, com a minha irmã.

- Aconteceu alguma coisa?

- Nada. – Respondi e ele assentiu, com a mão no queixo. – Mas depois daquele dia começamos a passar mais tempo juntos.

- O que vocês faziam, Julie?

- Pichamos a pista de skate, ele me ensinou a andar de skate também, conheci suas salas de jogos, jantei em sua casa e assistimos filme.

- E quando foi que aconteceu algo entre vocês?

Mexi a corrente do meu braço, incomodada com todas aquelas perguntas.

- Nesse dia que assistimos o filme.

- Ele que começou o beijo?

- Isso faz diferença? - Perguntei.

- Faz! Se eu estou te perguntando, é porque faz. Não estou dizendo pra você me fazer perguntas, estou mandando você responder.

Assenti.

- Sim, ele que me beijou.

- Vocês tiveram relações sexuais?

- Nunca.

Daylight - JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora