14- O jantar

361 59 45
                                    

Luke Patterson

Desde o acontecido da prostituta com a Julie, eu nunca mais a vi tão perto quanto hoje. De vez em quando eu a ouvia cantarolar pelo seu quarto ou andar por ele da janela, mas, ela raramente permanecia aberta.

Agora eu podia avistar de casa que haviam colocado uma cortina e que era mais difícil de eu saber se ela estava no quarto ou não.

Isso acontecia quando eu permanecia em casa, o que estava sendo difícil já que eu vivia no estúdio junto com Ray, gravando o meu novo cd, que aliás, estava ficando fodido pra caralho.

Assim como eu, Ray, Robert e Scooter, estávamos todos gostando do pequeno resultado que tínhamos em mãos.

- Cara, acorda. – Ouvi Reggie berrar, passando a mão perto do meu rosto pra que todos os meus pensamentos voltassem pra realidade.

- Luke, você está bem? – Alex disse. – Você está olhando pro mesmo ponto fixo há uns 10 minutos.

- Eu estou bem. – Garanti, dando uma garfada no espaguete que Cida havia feito pra mim.

- Você está estranho.  — Reggie disse.

- Parece que viu um fantasma desde que passou por aquela porta. – Alex acrescentou. – Como foi no estúdio hoje?

- Normal. – Respondi, dando os ombros.

Reggie e Alex se entreolharam e torceram a boca.

- Eu vi a Julie antes de entrar em casa. – Sussurrei.

- E aí? – Reggie perguntou.

- E aí nada, ela só me falou oi e foi pra sua casa, como se eu fosse um desconhecido.

- E você queria o quê, Luke? Deve ter sido um choque pra ela isso tudo, pelo o que eu vi quando ela estava aqui, ela parece ser inocente.

- Imagina abrir a porta e ver o seu ídolo com o pinto enfiado dentro de uma puta? – Alex disse, fazendo cara de nojo. – Que dó da garotinha.

- Mas ela também deveria saber que eu não era virgem, né? – Eu disse. – Ela não é tão inocente assim.

- Eu acho que sim, mas não deve ter sido fácil ter visto aquela cena épica. – Alex disse.

- Aposto que você estava em uma das piores posições com aquela mulher. – Reggie me olhou. – Era 69?

- Eu estava na posição papai e mamãe, caralho. Eu ia começar a...

- Ai cara, a gente não precisa saber disso. – Alex disse me cortando.

Eu não me conformava que eu fui tão burro por ter deixado Julie ver aquilo. Eu tinha quase certeza que o fato de eu transar era algo normal pra ela, mas ter visto a cena, como Reggie disse, não foi algo tão fácil.

Julie Molina

- Tem como você parar de andar de um lado para o outro? – Flynn reclamava. – Eu vou ali à sua janela e chamar o Luke pra vir aqui e te sossegar.

- VOCÊ NÃO É NEM LOUCA! – Gritei, parando na sua frente. – Flynn, se ele aparecer mais uma vez na minha frente eu acho que eu morro.

- Não morre não. – Ela disse. – Você vai ficar vivinha da silva.

Ri baixo.

- Por que diabos fomos andar bem hoje pelo condomínio? Bem hoje que o meu pai decidiu voltar mais cedo? – Rugi meus dentes e Flynn gargalhou.

- Sua reação ao ver ele foi pior do que imaginava, você ficou branca, eu achei que você ia desmaiar.

- E ele riu, amiga. Ele. Riu. – Eu disse pausadamente. – Você viu aquela maldita curva do seu rosto? Que raiva!

Daylight - JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora