29- Confiar

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Julie Molina

Carrie carregava suas malas escada a baixo enquanto minha mãe a acompanhava.

Eu observava tudo do andar de cima, no topo da escada. Algumas lágrimas ainda escapavam, mas antes que alguém notasse, eu as limpava com as costas das minhas mãos.

Eu estava sem dormir, era domingo. Eu senti vontade de expulsar Carrie de casa assim que a vi aos beijos com Luke, mas minha mãe disse que não seria certo já que ela não tinha pra onde ir.

Em nenhum momento Carrie me pediu desculpas, nem mesmo quando estava sã hoje mais cedo. Isso só me dava a entender que ela sabia o que havia feito e não se arrependia, o que me dava ainda mais raiva e vontade de esfolar a sua cara no asfalto.

Eu até tentei ir pra cima dela, mas meu pai não deixou dizendo que isso seria errado da minha parte já que havia milhões de paparazzis esperando um ato meu para atacar.

Senti a mão de Flynn em meu ombro e a olhei. Ela tinha seu olhar tristonho por toda aquela situação e me puxou para o quarto, enquanto eu ouvia Carrie caminhando para fora sem dizer nada.

Sentei na minha cama e ouvi Flynn fechar a porta, sem pensar duas vezes eu desabei em lágrimas. Eu não conseguia acreditar, tudo estava tão bem e agora isso acontece.

Eu confiei muito em Luke, confiei muito em Carrie, ela é minha amiga há anos, eu não conseguia me conformar que havia feito isso na minha cara.

Eu não conseguia acreditar.

- Amiga, fica calma. - Flynn murmurou. - Eu sempre tive certeza de que Carrie não prestava.

- Ela não tinha o direito de fazer isso comigo. - Falei, em lágrimas. - Nem ele.

- Ela sempre quis tudo o que você teve. Você passou na faculdade, ela não, você tinha o Patterson, ela não. Você se lembra da quarta série? Quando aquele menino loiro se apaixonou por você? Ela fez de tudo pra ficar com ele, e ela era tão inocente, ela tinha apenas 10 anos. - A fitei e concordei com a cabeça. - Mas eu duvido que Luke quis mesmo ficar com ela.

- Não me importa se ele queria, ele ficou.

Deitei a minha cabeça na perna de Flynn e voltei a chorar. Eu queria morrer. Me internar. Sumir desse mundo. Eu não queria nunca mais sair do meu quarto, encarar a realidade lá de fora.

Eu tinha certeza que agora o mundo todo só sabia falar o quão otaria eu fui. Eu não queria. Eu queria morrer.

Ouvi duas batidas na porta do meu quarto e Flynn pediu que alguém entrasse, enquanto eu mantinha meu rosto enterrado no travesseiro.

- Julie... - Ouvi a voz grossa de o meu pai ecoar pelo ambiente. - Tem visita pra você.

- Quem é? - Disse sem me mover.

- Luke.

- Mande-o embora.

- Jules...

- EU NÃO QUERO VER ELE NUNCA MAIS! - Gritei. - MANDE-O EMBORA! AGORA!

Luke Patterson

MERDA! Eu estava atrás da porta do quarto de Jules quando a ouvi berrar que não queria nunca mais me ver. Porra!

Eu demorei tanto tempo pra conseguir sua confiança de volta depois do acontecimento da minha primeira festa, sendo que naquela época não tínhamos quase nada, e agora, ela ainda me pega aos beijos com sua amiga sendo que eu não tinha nem se quer um pingo de culpa, aquela maldita estava bêbada, me enganou, mentiu que Julie estava fora do casarão me esperando e ainda me beijou.

Daylight - JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora