23- O Grammy

585 55 75
                                    

Julie Molina

Eu estava de frente para o espelho do meu quarto passando a mão no tecido do meu vestido azul escuro tomara-que-caia (que me deixava um tanto quanto nervosa por ele ser desse modo, já que eu estava ciente que era desastrada o suficiente para deixa-lo cair, mas, eu torcia pra que isso não acontecesse em uma das noites mais esperadas da minha vida).

Meu cabelo estava solto, a cabeleireira havia feito um penteado onde ele ficaria apenas de um lado do meu rosto, caído no meu ombro esquerdo. A minha maquiagem não estava pesada, por conta de eu ter que parecer uma garota delicada, só o batom que era bem chamativo, uma tonalidade de vermelho sangue.

Uma parte de mim queria deitar na cama e dormir até o dia seguinte, e a outra parte dizia pra eu encarar a minha doce realidade e ir em frente que tudo ficaria bem.

Julie, não fique com medo. Algo gritava na minha mente.

Eu realmente não deveria estar, porque eu estava ciente de que Luke estaria comigo, ele não deixaria nada de ruim acontecer.

Eu sentia a minha mão soar de nervoso, eu encarava o espelho e mesmo eu estando realmente bonita, eu me sentia feia, eu me sentia insuficiente para um evento como aquele.

Ouvi duas batidas na porta do quarto.

- Ahm. – Resmunguei um tanto quanto alto, já que a pessoa do outro lado da porta mais conhecida como a minha mãe, respondeu:

- Patterson já chegou, querida.

Soltei um suspiro pesado e fechei meus olhos por alguns segundos, tentando me concentrar que tudo daria certo, que isso estava acontecendo por escolhas minhas e que essa premiação era sim a primeira, porém, não a última.

Senti um pequeno sereno bater em meu rosto. Era o vento vindo da janela do meu quarto que estava aberta. Abri meus olhos e a fitei, vendo o sol baixo e quase se pondo.

Olhei o relógio dourado no criado-mudo do lado da minha cama e ele marcava 17 horas em ponto. O Red Carpet começaria as 17:15 horas e seria impossível de eu e Luke chegarmos no horário marcado no Grammy, já que ele seria em Los Angeles e o trânsito deveria estar um caos.

Soltei mais um suspiro forte e tomei coragem de dar alguns passos em direção à porta do meu quarto, abrindo a porta e notando que não havia ninguém no andar de cima.

Desci as escadas em passos calmos e quando tive a total visão da sala, avistei Luke de frente pra mim conversando com o meu pai que estava de costas.

Quando Pat notou a minha presença no último degrau da escada, ele deu um passo para o lado e me olhou de cabeça aos pés, abrindo um grande sorriso.

Ele estava lindo! Oh, céus. Ele estava fodidamente lindo.

Ele vestia um terno vermelho de veludo onde estava dobrado na manga até o cotovelo, deixando à maioria das suas tatuagens do braço a mostra.

O seu cabelo brilhava e estava alinhado de forma perfeita, e sua blusa social branca que estava por baixo de seu terno. No seu pulso tinha um relógio dourado que brilhava e em seus pés, um sapato preto que provavelmente deve ter custado a mensalidade da minha faculdade.

Quando meu olhar voltou para o seu rosto, lá tinha um sorriso preso. Não era aquele sorriso forçado, entende? Era aquele sorriso sincero.

O meu sorriso favorito.

Por que ele faz isso? É sério!
Maldito!

- Você está maravilhosa, Jules! – Ele disse e eu notei que eu deveria estar babando esse tempo todo.

Daylight - JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora