70- Quebrado

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Julie Molina

Eu sentia todo o meu sangue ferver. Eu queria matar Taylor. Esganar ele no meio das minhas mãos. Eu não conseguia acreditar que ele havia sido capaz, eu nunca imaginei que ele fosse capaz de me seguir até a biblioteca da faculdade pra poder ter essas malditas provas.

E o que eu faria? O mataria? Não havia mais nada a se fazer já que as gravações estavam entregues. Mas eu não podia ficar andando de um lado para o outro naquela maldita casa e sentir toda a raiva existente na face da terra dentro de mim. Era tão forte a raiva que eu sentia que o meu peito até doía.

Olhei para o relógio perto da cômoda da sala e marcava 13:40h. Eu havia passado a manhã inteira pensando no que fazer. Entrei no meu Twitter pra poder me entreter um pouco mas, tudo o que tinha Luke Patterson me fazia lembrar de todos os últimos acontecimentos da minha vida e a única coisa que eu sentia vontade de fazer é jogar o notebook pela janela.

Luke não havia me ligado desde o acontecimento de manhã, e acho que ele não me procuraria tão cedo. Aquilo era realmente terrível pra mim. Eu lutei tanto pra conseguir tê-lo ao meu lado do modo que eu quisesse, pra que os outros, fracassados do jeito que são, acharem que tem o direito de estragar a minha felicidade.

A vida é injusta. O ser humano é injusto. O mundo é injusto.

Peguei o meu celular e disquei o número de Flynn, mesmo sabendo que ela estava em aula. Demorou 5 toques pra que ela fosse me atender, e então, atendeu com a voz um pouco ofegante:

- Oi amiga! – Ela disse. – Você está bem?

- Oi, Flynn. – Falei. – Então, hum... eu descobri umas coisas.

- O quê?

- Não posso te explicar nada agora, é uma longa história, mas será que teria como você vir pra cá e trazer o Taylor?

- O Taylor?

- Sim, depois eu te explico. – Falei, soltando um suspiro pesado. – Por favor.

- Tudo bem! – Ela disse. – A aula acaba daqui meia hora, acho que em 50 minutos estou aí.

- Ok. – Falei, fechando os meus olhos. – Preciso desligar.

- Se cuida, e se precisar de alguma coisa me liga.

- Ok. – Falei, por fim, finalizando a ligação.

Joguei o celular na mesa de centro da sala e me joguei no sofá, encostando a minha cabeça na traseira do sofá e fechando os meus olhos.

Se eu pudesse, eu juro que sumiria. Se não fosse essa faculdade, eu voltaria pra Nova York, mas até lá seria um inferno por ter que aguentar o meu pai. Eu não acreditava que até ele tava contra um sonho e uma vontade que eu estava tendo. Ele que é o meu pai, sempre foi o homem mais maravilhoso pra mim e hoje está contra os meus sonhos.

Abri os meus olhos e fitei o DVD, vendo que ele ainda estava ligado, mas a TV desligada. Peguei o controle dela e a liguei, vendo que a gravação gravada por Taylor ainda rodava. Voltei nos minutos onde eu havia parado e continuei a ouvir, mesmo sabendo que seria um tanto quanto torturante por dois motivos:

1 – Taylor gravou aquela merda. Ele foi falso o tempo todo. Exatamente como Allen foi no meu sonho. E eu achava que seria diferente.

2 – Eu estava contando como foi o meu primeiro beijo com Luke tudo o que havia acontecido. O que hoje eu não tenho mais.

Continuei escutando cada palavra que saia da minha boca se direcionando para Flynn. A minha voz soava realmente feliz, realizada. Será que quando o meu pai escutou essa gravação ele não prestou a atenção nesse detalhe? Ou ele ficou tão cego ao ponto de só me imaginar com Luke?

Daylight - JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora